Outro assassinato em curso

Atenção! Acabo de ouvir, no telejornal local (NE-TV), que uma menina de dez anos de Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana de Recife), violentada pelo padrasto e grávida de quatro mesesserá submetida a um aborto. O conselheiro tutelar apareceu na reportagem, com a cara mais limpa do mundo, para dizer que este aborto era “legal” e que “com certeza” a menina seria submetida a ele.

Eu havia lido a reportagem do Jornal do Commercio aqui, ontem. Impossível não fazer um paralelo com o caso da menina de Alagoinha, que faz pouco mais de um ano. Esta, tem um ano a mais de idade e um filho a menos no ventre: mas passou pelo mesmo drama e lhe está sendo imposta a mesma “solução” estúpida que adotaram ano passado: vão matar o seu filho. “Legalmente”.

Quatro meses! Ele já tem unhas e o seu coração  “bombeia cerca de 24 litros de sangue por dia”. Mais um mês e meio e ele já teria chances sobreviver a um parto prematuro, às 22 semanas, como existem exemplos. Por que os assassinos têm pressa? Ano passado, alegaram que a mãe corria risco de vida (o que era mentira, uma vez que risco imediato de vida ela nunca correu); e qual a alegação agora? Simplesmente a vitrola arranhada “é legal, é legal”?

Primeiro, não é legal. Não existe aborto legal no Brasil. Segundo, ainda que fosse legal… por qual motivo ele seria a melhor opção? Aliás, por que o aborto é sempre a primeira “solução” aventada, sempre às pressas, sempre com apelos emocionais, sempre às escondidas?

Mãe e filha não querem levar adiante a gravidez. “Vamos dar todo assistência à família para que elas decidam o que fazer. Como a menina foi vítima de violência, a legislação permite que seja realizado um aborto legal”, explicou o conselheiro tutelar.
Jornal do Commercio online, hoje (09/04/2010) pela manhã

Será que “mãe e filha” serão informadas das funestas conseqüências do aborto, dos riscos e traumas envolvidos? Ou serão “empurradas” para a solução “mais fácil”, para júbilo dos abortistas e vergonha desta Terra de Santa Cruz?

Passou-se um ano. Os gêmeos da menina de Alagoinha foram assassinados. E o que mudou? Enquanto a mídia anti-clerical esbraveja  “denúncias” de pedofilia no clero, a reportagem supracitada comenta, bem en passant, que, “[s]egundo dados, de 2008, da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente, pais, padrastos, tios e avôs estão entre os abusadores mais freqüentes. Esse grupo de parentes foi o responsável por 98% dos casos anotados naquele ano pela GPCA”. E o que é feito para reverter este quadro? Aparentemente, os defensores das crianças e os que sentem compaixão para com as tragédias infantis ficam já muito felizes e satisfeitos caso os filhos das menores violentadas possam ser assassinados em paz. Triste. Que a Virgem Santíssima interceda por Jaboatão dos Guararapes.

Ainda em defesa de Bento XVI

1. A exploração de escândalos, por Dom Cristiano Krapf. “Muitos falam da importância de construir a unidade dos cristãos.  (…) Para cuidar da unidade das igrejas, precisamos cuidar primeiro da unidade na Igreja. Tal unidade não se faz sem o Papa, muito menos contra o sucessor de Pedro que foi chamado pelo Senhor para ser o eixo de unidade.  Como é que uma igreja desunida vai cuidar da unidade das igrejas? Não é possível construir a unidade da Igreja em torno das teorias de teólogos como Küng e Boff e de exegetas que esvaziam o valor histórico dos evangelhos”.

2. A paixão do Papa Bento. Seis acusações, uma questão – por Sandro Magister. “As seis linhas de acusação contra Bento XVI só levantam uma questão. Por que este Papa está sob constante ataque, de fora da Igreja, mas também de dentro, apesar de sua inocência óbvia com respeito às acusações? O início da resposta é que ele está sistematicamente sob ataque justamente pelo que ele faz, pelo que ele diz, e pelo que ele é”.

Lamentáveis Equívocos – Côn. Vidigal

[Recebi por email do prof. Felipe Aquino e, como não encontrei disponível na internet, julguei por bem reproduzir aqui. É muito bom que a Igreja, no Brasil, esteja – enfim! – encontrando defensores. Que a Virgem Aparecida cuide da Terra de Santa Cruz.

Sobre o mesmo assunto, ler também:

1. Clima artificial de pânico moral

2. Imprensa x Igreja

3. Quando se confunde a árvore com a floresta… (não católico)]

LAMENTÁVEIS EQUÍVOCOS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Quem nestes dias, com senso crítico, percorre a imprensa nacional e internacional fica estarrecido com os equívocos que são disseminados no que tange ao tsunami que, dizem, vem arrasando (sic) a Igreja Católica. De um lado, o desconhecimento das mais elementares normas da Lógica, ciência tão glorificada pelo inigualável filósofo grego Aristóteles que já ensinava que a conclusão não pode ir além das premissas.

De fato, frases de efeito são projetadas como esta: “A Igreja na Irlanda está desmoralizada”. Ainda que se dissesse que o Clero católico da Irlanda está comprometido haveria um erro, pois o certo seria dizer que uma parte do clero da Irlanda está maculada diante dos casos de pedofilia divulgados por Seca e Meca. De duas uma, ou seja, ou se ignoram as regras do bom raciocínio ou a intenção é mesmo satânica de denegrir uma Instituição que pelos séculos afora tem ostentado um número luminoso de sacerdotes e leigos impolutos que fazem a glória do gênero humano, epígonos de Cristo: luz para o mundo e sal para a terra..

Padres “construtores da justiça, da solidariedade e da paz, merecedores de credibilidade”, como bem se expressou D. Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte. Outra imprecisão é querer ligar a questão da pedofilia com o celibato, dado que, neste caso, se vende gato por lebre. É desconhecer o sentido mesmo das palavras e afirmar que entre todos os que se casam não há casos de pederastia e outros desvios sexuais. O problema do celibato é de foro interno da Igreja que nunca deixou de exigir que seus Seminários preparem do melhor modo possível os candidatos ao sacerdócio, excluído de plano qualquer seminarista que não ostente virtudes compatíveis ao ministério que aspira.

O sacerdote deve estar inteiramente dedicado à seara do Senhor e se torna o pai de uma família muito mais numerosa que são os fiéis a ele confiados. O número de pessoas casadas que, infelizmente, se divorciam e não cumprem com as promessas matrimoniais mostra às claras que a questão do celibato é sempre muito mal posta na mídia em geral. Anormalidades éticas sempre as haverá devido a inclinação do ser humano para o mal, fruto do pecado original, mas o que se esquece é que o equilíbrio moral, a santidade de vida, o ideal de  uma vida impoluta é uma realidade na maioria absoluta dos cristãos, mas os atos fulgurantes dos virtuosos nem sempre são objeto de reportagens, pois os sensacionalistas  estão a serviço dos escândalos.

Errar é humano, perseverar no erro é que se torna diabólico. Cumpre se lembrem as palavras de São Paulo a Timóteo: “Sabemos que a lei é boa, contanto que se faça dela uso legítimo e se tenha em conta que a lei não foi feita para o justo, mas para os transgressores e os rebeldes, para os ímpios e os pecadores, para os irreligiosos e os profanadores, para os que ultrajam pai e mãe, os homicidas, os impudicos, os infames, os traficantes de homens, os mentirosos, os perjuros e tudo o que se opõe à são doutrina e ao Evangelho glorioso de Deus bendito, que me foi confiado” (1 Tm 1, 8-11). Aqueles mesmos que, deturpando a Inquisição, chamam a Igreja de intransigente, desejariam que ela tomasse medidas radicais em qualquer caso de algum erro de algum eclesiástico.

Muitos olvidam que os dados austeros da estatística comprovam que 98% dos elementos do Clero cumprem fielmente os seus deveres numa operosidade admirável para o bem das almas e o progresso social. São sustentados pelas preces dos fiéis e por movimentos que trabalham pela santificação dos sacerdotes como, por exemplo, o Instituto Mater Christi que tem núcleos espalhados por inúmeras Paróquias regidas por párocos dedicados, edificadores de uma sociedade humana e justa. Mais do que nunca ressoam as palavras de Cristo o qual prometeu que jamais as portas do inferno prevalecerão contra sua Igreja (Mt 16,18)

* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

Carta aberta para todos os cristãos – pe. Eugenio Maria

Com um pouco de atraso, publico – na íntegra – a corajosa “Carta aberta a todos os cristãos” do revmo. pe. Eugenio Maria, FMDJ. Os negritos e itálicos são do original que recebi, por email. O reverendíssimo sacerdote fala sobre diversos assuntos, com extrema pertinência e um raro poder de concisão. Em particular, a seguinte fase sobre o celibato é lapidar, e bem poderia ser gravada em letras garrafais na entrada de todos os seminários, e enviada para todos os “católicos” que militam pela abolição desta santa disciplina:

O problema verdadeiro é que o celibato vai contra a idéia que existe hoje de um sexo “não repressivo”, um sexo “sem preconceito” e a persistente existência do celibato é uma censura para o mundo ocidental hedonista.

Segue a carta. E que, neste ano sacerdotal, a Virgem Santíssima nos conceda santos sacerdotes.

* * *

Na carta aos cristãos da Irlanda o Papa fala para uma Igreja ferida e desorientada pelas notícias relativas aos padres pedófilos. Denuncia com voz fortíssima os “crimines abnormais”, “vergonha e desonra”, a violação da dignidade das vítimas, um golpe vibrado contra a Igreja “de tal modo a que não tinham chegado nem os séculos de perseguição”. Em nome da Igreja “exprime abertamente vergonha e remorso”. Enfrenta o problema do ponto de vista do direito canônico, reafirmando com força, como foi a “falta de aplicação” por parte de alguns Bispos e não as suas normas, a causar tanta vergonha. Assim como também a vida espiritual dos sacerdotes, cujo desleixo está na raiz do problema, e aos quais o Santo Padre pede a volta através da Adoração Eucarística, das Santas Missões e da prática freqüente da confissão. Se estes remédios forem tomados a sério, é possível que a Providência, que sabe tirar o bem também do mal, poderá, neste Ano Sacerdotal, levar os sacerdotes “para uma estação de renascimento e renovação espiritual”, mostrando ao mundo que “onde abundou o pecado superabundou a Graça” (Rom.5,20). Doutro lado, ninguém deve pensar que esta penosa situação possa resolver-se em tempo breve.

Todavia, o Papa oferece elementos de interpretação desse problema, que certamente não é especifico nem da Irlanda nem da Igreja. Bento XVI indica “os graves desafios à fé, nascidos de uma rápida transformação e secularização da sociedade irlandesa”. “Verificou-se – explica o Papa – uma rápida mudança social, que muitas vezes atingiu com efeitos hostis a tradicional adesão do povo ao ensinamento e aos valores católicos”. Daí começou uma rápida descristianização da sociedade que entrou também no interior da Igreja: “a tendência também por parte de sacerdotes e religiosos, de adotar modo de pensamento e de julgamento da realidade secular, sem suficiente referimento ao Evangelho”. O programa de renovação proposto pelo Concilio Vaticano II foi às vezes mal interpretado. Muitas vezes, as práticas sacramentais e devocionais que sustêm a fé e as tornam capazes de crescer, como, por exemplo, as confissões freqüentes, as orações cotidianas e os retiros anuais, foram abandonados. É neste contexto geral de “enfraquecimento da fée de perda de respeito pela Igreja e pelos seus ensinamentos que devemos compreender o desconcertante problema do abuso sexual sobre os menores.

E o Papa Bento continua na sua reflexão: É verdade que as normas do Direito Canônico foram violadas, é verdade também que a vida de piedade de muitos sacerdotes ficou morna; por que isso aconteceu? E o Papa volta a falar de uma incompreensão dos documentos do Concilio Vaticano II por parte do Clero e, de modo especial, pelos Bispos, principais responsáveis pelo rebanho a eles confiado, que levou a uma secularização não só do mundo, mas também da Igreja. De fato, está claro para todos que existiu um relaxamento no crer, no se sentir Igreja e no comportamento dos cristãos. Desde o divórcio ao aborto e à homossexualidade, os governos e as leis que os regem não respeitam mais os preceitos das Igrejas Cristãs.

O ano de 1968 parece o tempo de uma perturbação dos costumes, que iniciou escavando sulcos profundos não somente na sociedade, mas também dentro da Igreja e, de fato, foi propriamente em 1968 o ano da dissensão pública contra a Encíclica “Humanae Vitae” de Paulo VI. O que houve de errado? Para mim, aquela tomada de posição até de eclesiásticos gerou uma crise de autoridade da qual dificilmente existirá retorno.

No inicio dos anos 90, um teólogo católico podia escrever que a “revolução cultural” de 1968 não foi um fenômeno que se abateu fora da Igreja, ao contrário, essa revolução foi preparada e introduzida pelos fermentos post-conciliares do catolicismo; se assim não fosse “permaneceriam incompreensíveis as crises e os fermentos internos do catolicismo post-conciliar”. O Teólogo em questão era o Cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé.

Várias hipóteses se deram a respeito daquele fenômeno, entre outras aquela de Alan Gilbert, segundo o qual a revolução dos anos 60 foi o boom econômico, que contribuiu para afastar as pessoas das Igrejas; e aquela de Callum Brown, segundo o qual foi decisiva a difusão da ideologia feminista, do divórcio, da pílula anticoncepcional e do aborto.

Na minha modesta opinião, somente esses fatores não poderiam explicar uma revolução tão grande. Sem dúvida alguma contribuiu o boom econômico e o feminismo, mas também aspectos mais estritamente culturais presentes fora da Igreja e dentro das comunidades cristãs, como o encontro entre “marxismo e psicanálise” e o nascer das “novas teologias”.

Bento XVI, na sua carta se mostra consciente de que existiu uma verdadeira revolução não menos importante que a Reforma Protestante e a Revolução Francesa, que foi rapidíssima e que assestou um duro golpe na tradicional adesão do povo ao ensino e aos valores católicos.

No Brasil tivemos um grande pensador católico, que não é muito apreciado pela maioria dos intelectuais católicos de esquerda, como também por vários Bispos da teologia da libertação, Plínio Corrêa de Oliveira, que falou de uma quarta revolução que penetrou “in interiore homine” capaz de desorganizar não só o corpo social, mas até o corpo humano.

A Igreja Católica não conseguiu entender a gravidade desta revolução que contagiou, segundo Bento XVI, “também sacerdotes e religiosos”, determinou incompreensões na interpretação do Concilio e causou uma “insuficiente formação humana e espiritual nos seminários e nos noviciados”. É claro que nem todos os sacerdotes e religiosos não formados suficientemente caíram na homossexualidade ou na pedofilia: sabemos com certeza absoluta, estatísticas nas mãos, que uma minoria verdadeiramente exígua caiu em tal depravação, embora gostássemos que fosse zero o número de homens da Igreja que se mancharam de tais graves delitos.

Mas a história da Quarta Revolução da qual falamos é importante para entender o que aconteceu depois, pedofilia inclusa e para encontrar remédios concretos.

Se esta revolução, como falava Plínio Corrêa de Oliveira, à diferença das precedentes revoluções, é moral e espiritual e toca, portanto, a interioridade do homem, então, somente da restauração da vida espiritual e de uma verdade integral da pessoa humana, poderão brotar os verdadeiros remédios. Para fazer isso, não bastam sociólogos, psicólogos e psiquiatras, são necessários Padres, Mestres e educadores Santos. Necessitamos do Papa, deste Papa que ainda uma vez diz a verdade na Caridade e pratica a caridade na verdade!

A questão dos padres e dos religiosos que abusaram de menores está ocupando muitas páginas dos jornais e também tempo da televisão. Justamente ficamos indignados por tais obscenidades e certamente aqueles que não vigiaram atentamente o rebanho que o Senhor Jesus lhe tinha confiado, Cardeais, Bispos, Superiores, padres espirituais, mestres dos noviços… deveriam igualmente ser punidos com extrema severidade (não basta trocar de paróquia,  para fazer-nos entender…). Dito isso, paremos de acusar sempre o mesmo imputado: a Igreja Católica e olhemos seriamente de onde vem a maioria absoluta desses fatos devassos.

Partamos da realidade e coloquemos de lado a ideologia. A pedofilia, infelizmente, sempre existiu como forma de perversão de algumas personalidades doentes. No século XV, na França, foi celebérrimo o acontecimento de Gilles de Rais: homem de origem nobre lutou ao lado de Joana dArc, confessou ter cometido repetidamente violência e abusos de menores. Gilles, verdadeiramente arrependido, caminhou contente para o patíbulo. Depois dele os pedófilos continuaram a existir, mas com um inegável crescimento neste último período da história; dizem-no as crônicas e os tribunais de menores. As violências contra menores, até bebês, são feita por pais, padrastos, madrastas, tios e amigos da família.

A explicação desse aumento, eu acredito que está certamente nesta nossa cultura sempre mais decadente, no qual o sexo se torna mania, uma obsessão contínua: é transmitido a cada momento do dia na TV, nos jornais, na internet, entra nas escolas onde à criança de quarta série se fala do ato sexual, encobrindo tudo como educação sexual. Doloroso é depois para mim aqueles programas que utilizam as crianças nos seus espetáculos de show: meninos metidos a pequenos divos, empenhados em cantar canções sedutoras se não até transgressivas. Obrigado Marta Suplicy por este progresso que tanto decanta cada vez que se torna a “paladina” dos gays, lésbicas e simpatizantes. Obrigado pela cultura que oferece aos brasileiros.

Queremos sempre fingir que a pedofilia seja o problema de alguns padres e não da sociedade como um todo. Queremos somente focar nos 17 casos de violência contra menores cometidos por religiosos e denunciados pelo governo austríaco e fazer de conta que não existem os outros 510 casos denunciados pelo mesmo Governo, cometidos por leigos nos mais diferentes ambientes? Assim como na Alemanha, desde 1995 foram denunciados 210 mil casos de abusos e somente 95 são imputáveis a religiosos. Dos outros silenciamos, não queremos fazer justiça? Será porque estão implicadas personalidades públicas e da política?

O “Corriere della Sera on line” do mês de março de 2010 apresentou 500 sites web com violências sexuais contra menores, de 3 a 12 anos, em menos de duas horas, denunciados pela associação “Meter onlus”, de um sacerdote italiano, que tive a honra de conhecer Don Di Noto, que há anos combate contra a pedofilia. Isso para dizer que na rede internet circula sempre com maior freqüência esse material pornográfico que leva muitas mentes fracas à emulação e que são origens de muitas ações criminais. Contudo, não se fala muito dessas coisas, aliás, parece que não interessam a ninguém: nem aos jornalistas nem aos políticos.

Da mesma maneira, ninguém se indignou quando, na Holanda, nasceu o partido dos pedófilos. A Holanda, como se sabe, é um país extremamente livre, extremamente laicizado, talvez por isso se possa perdoar-lhe tudo: da invasão islâmica, à droga livre, ao divórcio relâmpago, à perversão sexual difusa. Contudo, o nascimento do NVD (amor do próximo, liberdade, diversidade), devia fazer-nos refletir mais. Tal partido, de fato, reivindica a difusão na TV de pornografia (infantil e não) também durante o dia e a liceidade do sexo com meninos e animais, como simples variações dos gostos sexuais do tipo: você gosta assim, eu gosto assado!

Talvez não seja a mesma mensagem mais ou menos veiculada por muitos políticos da teoria do “gender”? Não é aquilo que se ouve dizer sempre mais vezes, isto é, que ninguém tem o direito de dizer o que é o amor verdadeiro, o que é família, o que é moral e o que não é? Não se diz sempre mais freqüentemente que ninguém tem o direito de limitar a livre sexualidade de qualquer pessoa? O relativismo triunfante de hoje afirma exatamente isso, muitas vezes contra aquela que chamam de a sexo-fobia católica. Não finjamos não entender!

No fim destas breves considerações sobre uma certa cultura atual que defende qualquer liberdade sexual, inclusive a pedofilia, seríamos hipócritas se ficássemos pasmos diante dos atos de pedofilia. Estudei em uma escola católica que tem hoje mais de cem anos e nunca ouvi falar de algum abuso sexual; contemporaneamente, era um fato conhecido que em uma escola estatal os professores faziam entender às moças, que apreciavam e premiavam as “mini saias”, que tinham comportamentos ambíguos e faziam apreçamentos pesados em voz baixa e, às vezes, em voz alta. O Cume destes acontecimentos foi o caso de um professor que teve um relacionamento sexual com uma aluna que depois se suicidou. Aquele professor, por anos, continuou a lecionar naquela escola, sem que ninguém o perturbasse. Naquela mesma escola, um sacerdote que ensinava religião, foi acusado de ter inclinações pedófilas. Uma senhora se apresentava todos os dias na frente da escola para acusá-lo. Explicou aos juízes, que a condenaram por mentiras e moléstias, que tinha conhecimento de tudo isso, pessoalmente, por Nossa Senhora, durante uma aparição. Mas, no entanto, o coitado do padre, reconhecido inocente, saiu em todos os jornais e na boca de todo mundo, tanto que teve que deixar o ensinamento.

Atentos, portanto, porque existem os pedófilos e hoje em dia, eis o progresso, também uma forte cultura pró-pedofilia veiculada quase que livremente! Mas existem também e em abundância os mitômanos, e aqueles que entenderam depressa que, com certas acusações, se destroem pessoas e se ganha dinheiro fácil.

Tornou-se moda sustentar que os escândalos dos abusos sexuais que atualmente afligem a Igreja, seja a maior crise desde o tempo da reforma protestante. No meu modesto parecer, os problemas dos abusos é somente uma pequeníssima parte da crise muito maior que arrastou a Igreja, depois do Vaticano II, que não foi entendido pela maioria dos Bispos e que se tornou algo de sério para ser consertado.

Abolir o celibato? A última coisa que um padre que abusa de coroinhas necessita e queira é ter uma mulher: Não existe nenhum celibato obrigatório na Igreja Anglicana, mas isto não impediu casos de pedofilia também ali. O problema verdadeiro é que o celibato vai contra a idéia que existe hoje de um sexo “não repressivo”, um sexo “sem preconceito” e a persistente existência do celibato é uma censura para o mundo ocidental hedonista; assim, o Vaticano deve ser persuadido a aboli-lo – como deve abolir a condenação do divórcio, da contracepção, da homossexualidade e de todos os outros fetiches da sociedade liberal.

As vítimas irlandesas ficaram desiludidas com a carta do Papa. Elas estavam desiludidas antes ainda de lê-la, antes que fosse escrita. Qualquer outra resposta diminuiria o poder que podem brandir contra a Igreja. Têm uma legitima razão para reclamar? Na maioria dos casos, sim. Elas têm um feroz ressentimento contra a “sujeira” (termo inventado por Bento XVI muito antes que começasse a pressão da opinião pública) que os ofendeu e os tratou como animais.

Como podia o clero transgredir tão gravemente a doutrina da Igreja? Quais doutrinas? Estes reatos tiveram lugar no sulco do Vaticano II, quando as doutrinas foram jogadas fora como lixo. Uma vez que se desonra o Corpo Místico de Cristo, sujar os coroinhas se torna fácil.

Os Sacramentos e as práticas devocionais “descuidados”; eles foram afrouxados ativamente por Bispos e sacerdotes a favor de pequenas comunidades de base, de confissões comunitárias que não tinham nenhum valor sacramental, da teologia da libertação de cunho marxista. Neste período que vivi inicialmente aqui no Brasil, existia um só pecado mortal na Igreja Católica: ousar olhar para a tradição milenária da Igreja. Um sacerdote que abusasse de um coroinha seria trocado de paróquia, mas para um sacerdote tradicionalista existia somente zombaria e até, se não agüentava, devia procurar-se uma nova Diocese. Nos seminários se ordenavam jovens padres “simpáticos’ que soubessem cantar, dançar e ganhar dinheiro… naturalmente para o bem dos pobres….. Não existia uma catequese séria de cunho doutrinal. Aquela foi uma geração, totalmente ignorante na fé, que na Irlanda alcançou a prosperidade material. Inicialmente eles ainda freqüentavam a Missa (ou aquela que era oferecida como Missa) somente por conformismo social. Depois os abusos sexuais deu aos agnósticos irlandeses a desculpa perfeita para a apostasia: dezena de milhares de pessoas que nunca foram abusadas, nem que conhecessem alguém que tivesse sido abusado, encontraram a desculpa para ficar na cama no domingo de manhã. Devemos confessar com profundo pesar, que foi por culpa da Igreja progressista a perda do significado do domingo como dia do Senhor, como tinha trovejado da Catedral de São Lourenço o então Cardeal Siri. E todos percebemos isso. Assim, hoje em dia, não se vai mais à Missa nem no sábado nem no domingo e, secularizando o domingo, abrimos as portas ao mundo, para não fazer mais descansar os trabalhadores. De fato os patrões se aproveitaram desta brecha para abrir lojas e supermercados também aos domingos, sem nenhuma culpa na consciência.

Os sacerdotes pedófilos não são os únicos a ser hipócritas. “Eu estou tão aborrecido com os escândalos dos abusos sexuais que estou deixando a Igreja”. Mas muito bem. Assim pelo fato de que alguns degenerados – que nunca deveriam ter sido ordenados – abusaram de jovens, significa que o Filho de Deus não veio sobre a terra para redimir a humanidade sobre a Cruz e fundar a Igreja? Este escândalo terrível compromete as verdades de fé mais do que a carreira de Alexandre VI ou de qualquer Papa corrupto da época do Renascimento.

Os Bispos deveriam ser constringidos a se demitir? Certamente, pelo menos 50% deles no mundo inteiro. Bispos, com suas mitras pseudo étnicas, acompanhados por padres que celebram a Eucaristia com indumentária africana e jogando pipoca, outros com paramentos em poliéster, com símbolos  naif que pregam sermões sem sentido algum, prejudicaram a Igreja mais do que os abusos sexuais: extinguiram a fé católica com suas fatuidades modernistas. Esses Bispos deveriam ser presos e fechados em mosteiros e passar o restante de suas vidas pensando como dar conta a Deus de sua missão fracassada e que custou milhões de almas perdidas para eternidade.

Bento XVI deveria aproveitar a vantagem desta onda popular de aversão contra este episcopado falido, para demiti-los; deveria chamar os Núncios Apostólicos e os Presidentes de cada Conferência Episcopal para esclarecer, de uma vez para sempre, as diretrizes a serem tomadas: “tolerância zero”! Seria uma oportunidade única para abater o pastor mercenário e todos aqueles que obstaculizam a “Summorum Pontificum”.

Com razão o presidente do Senado italiano Marcello Pera, em uma carta aberta, escreveu: “Esta guerra ao cristianismo não seria tão perigosa se os cristãos a entendessem Ao contrário, desta incompreensão participam muito deles. São aqueles teólogos frustrados pela supremacia intelectual de Bento XVI. Aqueles Bispos incertos que pensam que um compromisso com a modernidade seria a maneira melhor para atualizar a mensagem cristã. Aqueles Cardeais em crises de fé, que começam a insinuar que o celibato dos sacerdotes não é um dogma e que talvez fosse melhor repensá-lo. Aqueles intelectuais católicos que pensam existir um problema não resolvido entre cristianismo e sexualidade. Aquelas Conferências Episcopais que erram a ordem do dia e enquanto auspiciam a política das fronteiras abertas para todos, não têm a coragem de denunciar as agressões que os cristãos suportam e a humilhação que experimentam em vários lugares do mundo (…) Ou aqueles chanceleres, vindos do leste, que apresentam um belo ministro do exterior homossexual enquanto atacam o Papa sobre qualquer argumento ético, ou aqueles nascidos no Oeste, que pensam que o Ocidente deve ser laico, ou seja, anticristão. A guerra dos laicos continuará, porque um Papa como Bento XVI, que sorri mas que não desvia um milímetro, continua a alimentá-la”.

Penso que chegou o momento de interromper os “mea culpa” e recomeçar com a Apologética, para reconstruir tudo o que foi destruído nestes últimos 40 anos, para enfrentar liberais e secularistas como fizeram muitas gerações de católicos no passado; para proclamar novamente as verdades imutáveis da Única e Verdadeira Igreja de Jesus Cristo.

Pe. Eugenio Maria, FMDJ

CNBB em solidariedade ao Papa

Fonte: CNBB

Nota de solidariedade ao Papa Bento XVI

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, e também no Brasil.

Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo.

Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação,  afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.

Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI: “Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos”.

Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.

É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que  sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.

De fato, “a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.

A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.

Mais sobre o Papa e o New York Times

Padres e pedófilos, de João Pereira Coutinho. “No mundo moderno e hipersexualizado em que vivemos, o celibato não é visto como uma opção pessoal (e espiritual) legítima e respeitável. O celibato só pode ser tara; só pode ser um convite ao desvio; só pode ser pedofilia. Esses saltos lógicos são tão comuns que já nem horrorizam ninguém”.

El Papa y los abusos en EE.UU.: lo que el “Times” no cuenta, de Rafael Serrano. “Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores”.

Resposta do pe. Renato Leite, ao infame artigo do Hélio Schwartsman da quinta-feira última. “Não se pode concluir outra coisa, a partir da  análise dos fatos, a não ser a existência oportunista de uma campanha difamatória contra a Igreja Católica que tem nos profissionais de mídia, com baixo teor de honestidade intelectual, como é o seu caso, seus instrumentos mais eficazes”.

New York Times se desmente em seus ataques contra o Papa, por Riccardo Cascioli, via ZENIT. “A documentação publicada pelo New York Times desmente a tese segunda a qual o cardeal Joseph Ratzinger não teria sido suficientemente enérgico ao gerenciar o caso de um sacerdote norte-americano culpado pelo abuso de várias crianças. Essa é a conclusão do jornalista italiano Riccardo Cascioli, ao analisar o episódio, em um artigo do dia 26 de março no jornal Avvenire, que apresentamos a seguir”.

Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores

Padres pedófilos: um pânico moral – por Massimo Introvigne

“Portanto, ao longo de cinqüenta e dois anos, os sacerdotes acusados de pedofilia nos EUA são 958, dezoito por ano. As condenações foram 54, pouco mais de uma por ano”.

“O assim chamado Relatório Ryan de 2009 (…) reporta, no período que investiga, a partir de um universo de 25.000 alunos de escolas, reformatórios e orfanatos [na Irlanda], 253 acusações de abusos sexuais de meninos e 128 de meninas, nem todos atribuídos a sacerdotes, religiosos ou religiosas, de diversa natureza e gravidade, raramente referidos a menores impúberes e que, ainda mais raramente, levaram a condenações”.

“Segundo os estudos de Jenkins, se se compara a Igreja Católica dos EUA às principais denominações protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das denominações – de duas a dez vezes mais alta entre os pastores protestantes do que entre padres católicos”.

Leia o texto completo aqui.

Segundo os estudos de Jenkins, se se compara a Igreja Católica dos EUA às principais denominações protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das

A paixão de Bento XVI

Recebi por email. Não sei a autoria, mas vale uma leitura.

Entre muitas outras coisas, vale a pena ler também:

1. Lobby laicista contra o Papa

2. A Response to Christopher Hitchens’ The Great Catholic Coverup (full version with references) – em inglês, mas muito completo e detalhado

3. Santa Sé emite nota explicativa sobre o caso Murphy nos EUA

4. Christopher Hitchens contra o Papa

* * *

A “PAIXÃO” DE BENTO XVI

entre conspirações, calúnias e “bolas de papel”.

Eis quem se esconde atrás do ataque ao Papa dos valores inegociáveis.
Mas “as portas do inferno não prevalecerão”.

Traduzido e adaptado de Ginaluca Barile www.papanews.it

O primado sobre a Igreja, conferido por Cristo a Pedro e a seus sucessores, não é “simplesmente” a faculdade de guiar o povo terreno na caminhada rumo a Deus. É algo mais. É a entrega do martírio. O próprio Cristo revelou isso ao Apóstolo escolhido para apascentar o Seu rebanho: “Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te vestias sozinho e ias onde querias; mas, quando envelheceres, estenderás a tua mão e um outro te vestirá e te levarás onde não queres” (Jo 21,18).

A profecia de fato se cumpriu, em Roma, pelas mãos de Nerone, sobre a colina do Vaticano, onde Pedro foi crucificado, como o seu Mestre, mas de cabeça para baixo, conforme seu pedido, porque se sentia indigno de morrer da mesma maneira que o Messias.

Nós, católicos, sabemos que Pedro, hoje, é Bento XVI.  Não temos dúvida disso. Mas quem, vestindo os paramentos de Nerone, assopra sobre o fogo do escândalo da pedofilia? Aqueles que desejam silenciar o Papa dos valores não negociáveis; o Pontífice que não se esquivou por medo diante dos lobos; o Chefe da Igreja, sem hesitação ou compromissos na defesa da vida, na condenação do aborto e da eutanásia, na tutela do matrimônio natural.

Trata-se dos potentíssimos lobbys econômicos, farmacêuticos, homossexuais, a quem seria certamente mais cômodo um Papa débil e silencioso ou, melhor ainda, mais “tolerante”. Se trata de verdadeiras e próprias organizações criminais, cínicas e cruéis, que agem em uníssono com a maçonaria para fazer uma caricatura de Bento XVI como o “número 1” da mais ativa e ameaçadora Associação para delinqüir e violentar sexualmente crianças que já existiu em toda a história: a Igreja Católica.

Bem, eles não terão sucesso. Ou, melhor, para dizer tudo, já faliram. Primeiro porque as acusações são infundadas: ninguém como este Pontífice, desde quando era Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, combateu com tantos resultados a pedofilia e os abusos sexuais praticados em geral pelo Clero; depois, porque nenhuma pessoa de bom senso poderia colocar em dúvida a estatura e honestidade intelectual de Joseph Ratzinger.

Depois da “lenda negra” de Pio XII sobre os judeus, há quem queira, hoje em dia, criar a “lenda negra” de Bento XVI, como aquele que passou a vida encobrindo casos de padres pedófilos.

Estamos ainda na Quaresma, mas a “paixão” do Santo Padre já começou dolorosamente.

Avante! Força! Coragem! Ajudemo-lo com a oração, confiando-o e confiando-nos a Maria Santíssima.

Façamo-nos “Cireneus”. Tomemos um pouco da sua Cruz e acompanhemo-lo sem hesitação.

Desde o atentado contra João Paulo II, não se via mais um ataque tão direto e cruel ao Sumo Pontífice.

Mas não podemos e não devemos nos render, até porque a promessa de Cristo a Pedro é irrevogável:

“As portas do inferno não prevalecerão…”

“Abusos cometidos em nome de Deus”

O título deste post é uma das frases ditas pelo Roberto Cabrini, logo no início do “Conexão Repórter” que foi ao ar durante a semana e falou sobre “pedofilia na Igreja” (este é o título dos vídeos). O programa, de uma hora de duração, exibiu as investigações feitas pelo repórter e sua equipe em Arapiraca, cidade do interior de Alagoas onde surgiram denúncias de padres que abusavam sexualmente de coroinhas.

Há um texto sobre o assunto no próprio Conexão Repórter. O programa pode ser visto na internet, dividido em duas partes (aqui, sob os títulos “Pedofilia na Igreja Católica – Parte 1” e “Pedofilia na Igreja Católica – Parte 2”, do lado direito).

Terrível. Um coroinha gravou um vídeo no qual outro mantém relações sexuais com um padre, o Monsenhor Luiz Marques Barbosa – 82 anos, natural de Maceió, 58 anos de sacerdócio. Cenas explícitas, cujas imagens o programa teve o cuidado de borrar, mas que nem por isso são menos chocantes. O vídeo é passado ao longo de todo o programa, entrecortado pelos depoimentos dos coroinhas, dos familiares, de paroquianos, dos sacerdotes acusados – que são três: o mons. Luiz Marques, o mons. Raimundo Gomes e o pe. Edilson Duarte. Sobre o assunto, só alguns comentários:

1. Não tem nada de “abusos cometidos em nome de Deus” (e nem de outra frase que o sr. Cabrini diz, sobre as cenas revelarem “uma face obscura da Fé”). Os abusos [ao menos, os que foram provados] foram cometidos por um sacerdote homossexual (registre-se) que não soube honrar os votos que fez à época da sua ordenação, em nome de sua própria fraqueza, e não no de Deus. Esta face obscura não é “da Fé”, e sim de um sacerdote que não soube conformar a própria vida à Fé que professa (ou deveria professar). Há uma evidente e radical incompatibilidade entre a Doutrina Cristã e os atos dos quais são acusados os três sacerdotes.

2. O mons. Luiz Marques foi filmado em atos de homossexualismo, e não de pedofilia. O coroinha que aparece nas gravações tem dezenove anos, e o que as imagens mostram é uma relação sexual consentida – não um estupro.

3. O celibato sacerdotal não tem nada a ver com o assunto. Sobre os recentes escândalos na Alemanha, o Wagner já comentou e o Everth já comentou. Do primeiro, aliás, destaco: “A ligação entre crimes de pedofilia e celibato não é óbvia quando levamos em conta os casos de abuso sexuais registrados na Alemanha desde 1996, por exemplo. Dos 210 mil casos, 94 afetam pessoas ou instituições ligadas à Igreja Católica. Para fins matemáticos, isso corresponde a 0,044%”. É portanto visível o sensacionalismo.

4. Chega a ser impressionante como os mesmos meios de comunicação que exaltam o gayzismo e fazem apologia da cultura gay, criticando a Igreja por Sua Doutrina contrária aos atos homossexuais, rasgam as vestes e mostram-se escandalizados quando um padre homossexual é flagrado em atos sexuais com um homem (é isso o que o vídeo mostra). A Igreja é atacada quando Se diz contrária aos atos homossexuais defendidos por uma parte da mídia, e depois esta mesma mídia ataca a Igreja quando, à revelia d’Ela, um sacerdote comete estes atos homossexuais!

5. Como comentou o Ramalhete numa lista de discussões, o melhor seria que padres assim ficassem em aljubes. A palavra vem do árabe, significa “buraco” e consiste basicamente em um buraco, mesmo, onde os padres que cometiam atos deste tipo eram jogados e ficavam, sem previsão de saída, podendo meditar nas besteiras que fizeram, sem a presença de tentação e sem possibilidade de causar escândalo (aliás, descobri agora há pouco que existe um desses, transformado em museu, aqui em Olinda). Claro, para isso acontecer seria preciso haver foro eclesiástico, e seria preciso que deixassem a Igreja cuidar dos Seus em paz.

Tolerância total para Polanski

[Original: Aceprensa

Publicação original: VS Blog

Tradução: Wagner Marchiori]

TOLERÂNCIA TOTAL PARA POLANSKI

De Ignácio Aréchaga
Em Aceprensa

O mundo do cinema posicionou-se fortemente a favor de Roman Polanski reclamando sua liberdade. Na petição assinada por 138 cineastas – Woody Allen, Pedro Almodóvar, Martin Scorcese, David Lynch e outras várias celebridades – dá a impressão de que Polanski , 76 anos, foi detido por suas idéias e não por seus atos. Nada lembra, na petição,  o motivo de sua prisão: a violação em 1977 de uma garota de 13 anos, após tê-la drogado, culpa esta reconhecida  ante um juiz de Los Angeles e [tendo o réu] fugido antes de que se pronunciasse a sentença.

É verdade que o castigo de um delito perde muito de sua efetividade e seu sentido quando já se passaram 32 anos. Não é em vão que a prescrição sempre teve seu papel no Direito. O tempo tem uma influência decisiva na vida de um homem, inclusive na esfera da extinção de direitos e responsabilidades. As pessoas mudam. O castigo tem um valor exemplar no momento do delito e não o tem com a mesma força depois de três décadas. Se, além disso, como no caso de Polanski, a vítima perdoou ou chegou a um acordo com o agressor e não quer voltar a remexer  no caso há, sim, bom motivos para dar por encerrado o caso.

Mas estes bons motivos nada têm a ver com os invocados na declaração de apoio dos cineastas a Polanski. Os signatários da petição manifestam seu “estupor” e sua “consternação” ante a prisão e consideram uma “armadilha policial” que o cineasta tenha sido preso quando ia ao Festival de Cinema de Zurich para receber uma homenagem, como se uma ordem de busca e captura emitida por um juiz americano fosse um erro da polícia.

Dá a impressão de que o que está em jogo é a liberdade de expressão, pois argumentam que “os festivais de cinema do mundo inteiro sempre permitiram mostrar os filmes e a livre circulação dos cineastas”, “inclusive quando certos Estados quiseram se opor”. Mas Polanski não foi detido por causa de algo que tenha a ver com a Sétima Arte, mas por ações pessoais que são punidas em qualquer Estado. E nem os EUA e nem a Suíça são regimes ditatoriais.

Como supremo argumento os colegas argumentam que Polanski é “um artista de renome internacional”, que hoje em dia se vê ameaçado de extradição e de privação de liberdade. De tudo isso se percebe um fio de elitismo irresponsável, pois sugere que não se pode aplicar a um artista os mesmos critérios jurídicos válidos para os homens comuns.

Se tais critérios tivessem sido aplicados há muito Polanski teria sido detido, pois a ordem de busca e captura foi emitida em 1978. Por isso, em vez de se perguntar porque foi detido agora, haver-se-ia de questionar porque o governo francês – onde mora – nunca fez nada para levá-lo à Justiça desde que o delito ocorreu. Ser um renomado diretor de cinema justifica um indulto sem conseqüências?

Se fosse um padre

O mínimo que se pode dizer é que Polanski tem sorte de ser um famoso cineasta. Imaginemos que tivesse sido um sacerdote – ou, então, um arcebispo para ficarmos no “mesmo nível” –  o acusado de abusos sexuais com uma menor de idade nos EUA. Quando em 2002 estourou o escândalo dos abusos sexuais cometidos por sacerdotes, a maioria dos casos que vieram à tona haviam sido perpetrados nos anos 70, na mesma época do delito de Polanski, com adolescentes com idade similar à da vítima do cineasta. Mas, então, ninguém tirou importância dos crimes dizendo que eram “uma história antiga que já não tem sentido”, como agora afirmou o ministro da Cultura da França, Frédéric Mitterrand. Pelo contrário, houve satisfação geral pelo fato de que, enfim, os culpados pagaram por seus atos. “Tolerância zero” era e é o lema.

Se Polanski fosse um padre ninguém teria lhe desculpado com argumentos como haver tido uma infância trágica ou por haver conseguido o perdão da vítima, como se fez a propósito do diretor polonês. Nem haveria de diminuído a importância  do fato qualificando-o como “erro de juventude” (um jovem de 44 anos!).

Se se tratasse de um padre e a Igreja não houvesse reagido, interpretar-se-ia, sem dúvidas,  como um sinal de que a Igreja queria jogar o escândalo para debaixo do tapete em vez de se preocupar com a vítima. Mas, se é o Estado francês quem fecha os olhos durante 32 anos é, então, somente um sinal de que a França é uma tradicional terra de acolhida.

Por fim, dando um pouco mais de asas à imaginação, pensemos o que se haveria dito se 138 bispos assinassem uma carta de apoio ao companheiro acusado de um delito de violação de menor, aduzindo que é inconcebível que se pretenda julgara “um clérigo de renome mundial”. O escândalo seria de tal monta que estimularia algum cineasta a fazer um filme sobre o caso.