Audiência Pública

Descobri somente agora que o site de notícias do STF está transmitindo flashes sobre a segunda audiência pública a respeito do aborto de fetos anencéfalos.

Cliquem e vejam:

http://www.stf.gov.br/portal/cms/listarNoticiaStfDia.asp

Na ordem do dia, as intervenções de hoje:

1. Conselho Federal de Medicina

Representante: Dr. Roberto Luiz D’Ávila

Currículo: Médico Cardiologista; Coordenador da Câmara sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos; Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina e do Conselho Federalç de Medicina; Ex-Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina; 1º Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina; Membro do Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde sobre Morte Súbita; Mestre em Neurociências e Comportamento; Professor Adjunto da UFSC; Coordenador da Câmara Técnica de Informática em Saúde; doutorando em Medicina/Bioética pela Universidade do Porto/Portugal.

2. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Representante: Prof. Dr. Jorge Andalaft Neto

Currículo: Prof. Titular de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Santo Amaro. Mestre e Doutor em Obstetrícia pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina. Membro da Comissão Nacional de Aborto Previsto em Lei da Febrasgo.

3. Sociedade Brasileira de Medicina Fetal

Representante: Everton Neves Petterson

4. Deputado federal Luiz Bassuma

Currículo: É Engenheiro de Petróleo pela Universidade Federal do Paraná. Foi Vereador da cidade de Salvador, Deputado Estadual da Bahia pelo Partido dos Trabalhadores. Está no 2º mandato de Deputado Federal pelo PT. Dedica-se às questões relacionadas com a energia, defesa do consumidor e é Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida – Contra o Aborto.

5. Sociedade Brasileira de Genética Clínica

Representante: doutor Salmo Raskin

6. Deputado Federal José Aristodemo Pinotti.

Currículo: Deputado Federal, Professor Titular por concurso emérito da USP e da Unicamp e Membro da Academia Nacional de Medicina, cadeira 22. Foi Secretário de Educação (1986-1987) e de Saúde (1987-1991) do Estado e também do Município de São Paulo. Presidente da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (1986-1992), Assessor da OMS para Assuntos de Saúde da Mulher desde 1993 e Reitor da Unicamp (1982-1986).

7. Professora Lenise Aparecida Martins Garcia

Currículo: Professora titular do Departamento de Biologia Molecular da Universidade de Brasília. Presidente do Movimento Nacional da Cidadania em Defesa da Vida – Brasil Sem Aborto.

8. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Representante: Dr. Thomaz Rafael Gollop

Currículo: Ginecologista e Obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein Coordenador do Serviço de Cirurgia do Assoalho Pélvico (Minimamente Invasiva) do Hospital Pérola Byington – SUS-SP Professor Livre Docente em Genética Médica-USP – São Paulo/SP Professor da disciplina de Ginecologia na Faculdade de Medina de Jundiaí – SP

9. Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero – ANIS

Representante: Débora Diniz

Currículo: É antropóloga, doutora em Antropologia e pós-doutora em Bioética. Atualmente é professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da organização não-governamental Anis – Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero e compõe a diretoria da Associação Internacional de Bioética.

Santa Gianna Beretta Molla,
rogai por nós!

O desespero dos abortistas

Na tentativa de minimizar a importância que tem a anencéfala Marcela de Jesus na atual discussão do STF sobre o assassinato de crianças deficientes, a mídia detonou a mais nova bomba sobre o assunto: “Não há dúvida, Marcela não era anencéfala”, noticia o ESTADAO. A mesma notícia é ecoada pelo A CIDADE, de Ribeirão Preto. Levantam-se em uníssono os jornais para atacar a pobre criança recém-falecida (cuja morte, aliás, chegou a ser comemorada em fóruns da internet).

Acontece que, na verdade, a “bomba” não é tão nova assim. Em novembro de 2007, o ESTADAO já havia anunciado que a menina “não era anencéfala”. À época, sobrou até para a Igreja:

“Até que enfim reconheceram que não é anencefalia. Nos casos clássicos, o bebê nasce com estruturas do cérebro expostas, sem membrana, nada, o que impede que sobreviva. O diagnóstico foi uma atitude política, que não visou à informação adequada, mas atender a interesses da Igreja de dizer que é possível que um anencéfalo sobreviva e que não se deve fazer aborto”, afirmou o coordenador do Programa de Medicina Fetal e Imunologia da Reprodução da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ricardo Barini.

No entanto, uma semana depois, a FOLHA publicava uma reportagem segundo a qual, para oito de nove especialistas consultados, a menina era anencéfala sim:

Marcela de Jesus, o bebê de Patrocínio Paulista que completou um ano anteontem, é mesmo anencéfala. É o que dizem oito de nove médicos de diversas especialidades ouvidos pela Folha após terem acesso ao laudo e às imagens da ressonância magnética feita na menina na semana passada.

E aí? Era, ou não era? Na verdade, a pergunta é um sofisma e não tem nenhuma relevância para o assunto ora em discussão.

Em primeiro lugar, porque pode até ser válido, do ponto de vista acadêmico, enriquecer a literatura médica com as diferenças entre “anencefalia”, “merocrania” e até (meu Deus!) “microcefalia”; mas na prática isso tem bem pouca influência, porque, se no caso de Marcela foi necessário (pelo menos) um ano para que se começasse a questionar o diagnóstico original, quais as probabilidades de que um diagnóstico pré-natal seja preciso o suficiente a ponto de distinguir um caso do outro? Oras, se não dá para diferenciar, nos exames pré-natais, se a criança é anencéfala, “merocraníaca” ou “microcéfala”, que relevância tem esta distinção bizantina na discussão do Supremo Tribunal Federal? Nenhuma.

Em segundo lugar, porque é muito conveniente a fala do sr. Heverton Petterson, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Fetal, o questionador do diagnóstico de anencefalia de Marcela e que deve ter falado hoje na segunda audiência pública do Supremo sobre o aborto de anencéfalos:

O que aconteceu com esse caso para que até vários médicos afirmassem que ela era anencéfala?

O que aconteceu é compreensível. Poucos especialistas tiveram acesso ao exames feitos por essa garota e nenhum chegou a vê-la. Muitos viram só a fotografia de frente dela, e o rosto era semelhante a de uma anencéfala, mas esse aspecto é provocado por uma série de outras anomalias, cada uma com um prognóstico diferente. Somente no exame você enxerga claramente que não se trata de um caso de anencefalia, que é a ausência de hemisférios cerebrais, de cerebelo e de mesencéfalo. No caso dela, a tomografia mostra que há tronco cerebral, mesencéfalo e parte do hemisfério cerebral. Há desenvolvimento do cérebro, só que incompleto. Portanto, não há dúvida. Não é nenhuma surpresa ela ter sobrevivido por 1 ano e 8 meses. Ela não era anencéfala.
[in “Não há dúvida, Marcela não era anencéfala”, ESTADAO 26/08/2008, grifos meus]

Quanto ao primeiro grifo, eu saliento que “poucos especialistas tiveram acesso ao[s] exames” porque não quiseram ter. Quando Marcela completou um ano de vida, A CIDADE noticiou:

A pediatra [Márcia Bear] revelou que nunca existiu interesse de grandes hospitais ou médicos especialistas em acompanhar o caso de Marcela.
“E de certa forma isso é explicável. Não existe medicação ou tratamento para a doença de Marcela. A única coisa que temos a fazer é dar a ela qualidade de vida. É o que temos feito”, disse.
Márcia Bear contou que apenas uma pessoa, o professor Okomura, um cirurgião aposentado da USP, residente em São Paulo, se interessou pelo caso da menina. Eles esteve duas vezes em Patrocínio Paulista.

Quanto ao segundo grifo, ele corrobora o que eu disse acima: se é “somente no exame” (o “exame” é a tomografia realizada quando a menina tinha quase um ano) que se pode enxergar claramente que a garota não é anencéfala, esta distinção é irrelevante para a presente discussão sobre a permissão de aborto (que pressupõe um feto, no ventre da mãe, sem a tomografia – realizada um ano depois – necessária para identificar as nuances técnicas das diferentes patologias) para bebês anencéfalos, e tenciona tão-somente confundir a população. Marcela de Jesus poderia ter sido abortada? SIM.

Por fim, em terceiro lugar, são palavras do sr. Thomas Gollop (o da “merocrania” – grifos meus):

Gollop afirma que há apenas dez casos descritos de merocrania na literatura médica. E que se trata de um diagnóstico que também caracteriza a morte cerebral – apesar de, por causa da presença dessa membrana, o feto poder ter uma sobrevida vegetativa.

Ou seja: para estes especialistas, tanto faz se a garota era anencéfala ou qualquer outra coisa. Em qualquer caso, ela tinha “morte cerebral”, era um estorvo, um peso morto, uma vida inútil, uma aberração que não merece a proteção do Estado. Todavia, a despeito dos especialistas, Marcela de Jesus viveu um ano e oito meses. E a importância deste fato está – desesperadamente – sendo diminuída. Marcela viveu! Que a população brasileira conheça a história de Marcelinha, para que possam, assim, ver a maldade intrínseca que escorre desta discussão toda sobre a possibilidade de se assassinarem crianças deficientes.

Sugestão de leituras:
Marcela: uma estrela do Céu, por pe. Lodi
O aborto e a teologia achada na sarjeta, por Reinaldo Azevedo

O mistério das vacinas

Desde a primeira vez que tomei conhecimento do assunto, sustentei que provavelmente era HOAX. Contudo, a cada dia, o (provável) hoax parece estar mais elaborado.

Primeiro, por causa do Requerimento de Informação que o ministro Miguel Martini apresentou. Ainda não sei se houve alguma resposta do Ministro do Ataúde, mas o ato oficial deu visibilidade ao assunto e fez com que muita gente o reproduzisse (a internet tá cheia de exemplos).

Segundo, porque as pessoas parecem estar realmente preocupadas com o assunto e estão aparentemente seguindo uma política tipo – mutatis mutandisaposta de Pascal: “se for verdade e eu me vacinar vai ser terrível, se for mentira e eu deixar de me vacinar, perco muito pouca coisa”. O vacinômetro do site oficial da campanha, no vermelho, revela isso. Não posso deixar de dar razão a este tipo de raciocínio.

Terceiro, porque existe uma pergunta que eu não consigo responder: afinal, a quem interessa a propagação da mentira? Não consigo pensar em absolutamente ninguém, salvo a existência de algum “cavaleiro do Caos” estilo Coringa, hipótese que acho pouco provável – já que, afinal, são os pró-vida de diversos lugares que advogam a favor do risco de esterilização com a vacina.

Quarto, por causa da enorme quantidade de material de diversos lugares a favor da tese de que é possível, sim, haver alguma coisa errada com as campanhas de vacinação. Basta ver os comentários aqui mesmo, nos posts sobre o assunto. Em particular, um representante da Human Life International diz, num artigo a mim sugerido entre os comentários que recebi, o seguinte:

Confronted with the results of  laboratory tests which detected its presence in three of the four vials of tetanus toxoid examined, the WHO and DOH scoffed  at the evidence coming from “right-to-life and Catholic” sources. Four new vials of the tetanus vaccine were submitted by  DOH to St. Luke’s (Lutheran) Medical Center in Manila — and all four vials tested positive for hCG!
[Confrontados com os resultados dos testes em laboratório que detectaram sua presença [do anti-hCG] em três das quatro ampolas de vacina contra o tétano examinadas, a OMS e o Departamento de Saúde das Filipinas debocharam das evidências que vinham de fontes “pró-vida e católicas”. Quatro novas ampolas da vacina foram enviadas pelo Departamento de Saúde para o Centro Médico St. Luke’s (Luterano) em Manila – e todas as quatro deram positivo no teste para hCG!tradução livre]

Quinto, por causa de algumas informações desconcertantes que tenho recebido por email (de fontes idôneas e, pelo menos, merecedoras de um pouco de crédito – os nomes e lugares estão alterados):

Em 01/08/2008, eu havia encaminhado o e-mail abaixo [sobre vacinas produzidas na Índia a partir de fetos abortados] para FULANA que é chefe da farmácia do Posto de Saúde de TAL LUGAR. (…) No dia 09/08/2008, você encaminhou e-mail sobre a vacina de rubéola e eu encaminhei cópia para FULANA. Eu liguei para FULANA e ela confirmou que as vacinas são da Índia, e confirmou também que são exatamente as vacinas de aborto, pois ela viu na bula que é a vacina RA273.

Sem querer aumentar o alarmismo, mas já o tornando quase insuportável, ouvi ontem de uma médica que trabalha no TAL LUGAR que é isso mesmo e não tem novidade. Anos atrás, por determinação da direção do hospital, todas as mulheres que passavam por exame ginecológico teriam recebido dose dessa mesmíssima vacina indiana.

Intrigada, foi questionar a razão para a medida e ouviu como resposta que tratava-se, realmente, de um programa de controle de natalidade, mas que não era divulgado para não causar polêmica.

Segundo a médica, que é ginecologista, o número de mulheres inférteis ou com problemas para engravidar cresceu consideravelmente após essa medida.

Ainda, disse-me ela, outra orientação do hospital era para que se realizasse laqueaduras nas parturientes, sem que essas soubessem, especialmente nas “nordestinas” que engravidavam que nem coelhos.

Aterrorizado, indaguei por que ela continuava trabalhando por lá e por que não denunciava tudo isso. Respondeu-me, como era esperado, que precisava “ganhar a vida” e que se um dia fosse obrigada a falar oficialmente sobre isso, negaria tudo. E termina tentando fazer piada: – Acordo toda manhã e vou trabalhar no TAL LUGAR.

Sexto, porque eu não posso deixar de concordar que existe uma tremenda desproporcionalidade na campanha – Por causa de somente 17 casos de rubéola em bebês em gestação por ano, o Ministério da Saúde quer a vacinação de 70 milhões de brasileiros, mesmo em quem já teve a doença e em que já foi vacinado (Min. Martini, RI 3321/2008) – que é-me completamente inexplicável.

Sétimo, porque tem gente séria e bem conhecida – como o Heitor de Paola e a Graça Salgueiro – estudando mais a fundo o assunto e apresentando, como resultado preliminar, que há indícios de que as vacinas têm, sim, um objetivo esterilizante e de controle populacional.

Em suma… os fatos de que eu tenho conhecimento, até o momento, são estes. É forçoso reconhecer que, ao lado dos argumentos contra a tese, há fortes indícios de que alguma coisa não está muito bem explicada. Enquanto isto, é bem provável que o vacinômetro continue no vermelho…

Decisão Judicial – Playboy

Recebi por email a íntegra da decisão judicial sobre as fotos pornográficas com um terço publicadas na playboy, e reproduzo abaixo. A decisão também foi publicada neste site.

ÍNTEGRA DA DECISÃO JUDICIAL


“1. Alinha a autora, na peça de ingresso, o vilipêndio de símbolo religioso, utilizado em foto de nudez, através de revista de grande circulação, para adultos, lançada pela editora-ré.

2. Os aspectos enfocados integram conflitos aparentes de interesses constitucionalmente protegidos, na seara da liberdade jornalística, artística e religiosa.

3. Cabe ao Magistrado, em sede de tutela antecipada, ponderar os interesses de direitos difusos, para não tolher o livre acesso do cidadão à qualquer tipo de informação, com ingerência na sua vida privada ou violando a privacidade, assim como proteger o sentimento religioso.

4. Com efeito, não pode atuar o Judiciário de forma arbitrária, no recolhimento dos exemplares que se encontram nos estabelecimentos de venda, por isso que já estão disponibilizados para o público, em geral, até porque não atingida, em princípio, a integridade moral dos jurisdicionados, cuja faceta integra a fase probatória.

5. Em contrapartida, deve evitar-se o atingimento do mencionado sentimento religioso da comunidade cristã, até porque nenhum, ou pouco, prejuízo irá ser imposto à editora-ré, com a subtração de uma só foto.

6. Pelo talhe do exposto, considero que presentes, em parte, os pressupostos autorizativos, por isso que defiro, parcialmente, a tutela antecipada, para determinar à ré abstenha-se de distribuir novas revistas com a foto impugnada, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.

7. Cite-se e intime-se, com cópias da exordial e desta decisão, cuja diligência deve ser cumprida em até 72 (setenta e duas horas).

8. Publique-se.

Oswaldo Freixinho, juiz de Direito da 29ª Vara Cível do Rio de Janeiro”.

STF – A grande farsa continua

Após o escandaloso jogo de cartas marcadas de três meses atrás, o Supremo Tribunal Federal deu início ontem a mais uma farsa grotesca na qual a vítima é a vida humana indefesa. A primeira audiência pública (de três que estão agendadas) sobre se deve ou não o Estado permitir o assassinato covarde e brutal de crianças deficientes foi bem reveladora.

Primeiro fato: os delinqüentes que fazem parte do STF não estão nem aí para essas audiências públicas, pois têm já bem formados os seus preconceitos e opiniões estúpidas: apenas cumprem uma agenda para enganar a população e parecer que o assunto está sendo realmente discutido com a seriedade que deveria. A prova disso é que, dos onze retardados que fazem parte do STF, apenas um deles – o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo – esteve presente à audiência pública de ontem. E o único ministro presente, sendo precisamente o relator do processo que autoriza a chacina eugênica, tem as suas próprias convicções que independem de quantas audiências públicas aconteçam nesta Terra de Santa Cruz.

Pois é o mesmo Marco Mello a dizer (TERRA):

O Supremo está atento às diversas óticas, mas decidirá acima de tudo sob o ângulo constitucional, tornando prevalecente a Constituição Federal, que a todos, indistintamente, submete.

E todo mundo já sabe que decidir “sob o ângulo constitucional” é um código que significa terem os semi-deuses do STF poder (auto-atribuído) para decidir o que é constitucional e o que não é, e o cretino viés da Casa da Mãe Joana Federal já foi exaustivamente demonstrado no primeiro capítulo da farsa [a questão das CTEHs] à qual foi submetido o povo brasileiro.

Segundo fato: a convocação de representantes religiosos (quando o assunto não é religioso) tem o objetivo de lançar a infamante pecha de “obscurantista” à questão da defesa da vida das crianças deficientes, como eu já disse aqui, e tem também o objetivo de “minar” a força da posição religiosa através de manifestações contraditórias de religiões distintas, como eu também já disse aqui.

Para ilustrar como o resultado foi bem atingido, veja-se esta manchete do YAHOO: “Religiosos divergem no STF sobre aborto de anencéfalos”. É um prato cheio para os ministros! Agora, além de dizerem que a proibição de se assassinar crianças deficientes indefesas é “obscurantismo religioso”, eles vão poder dizer que, ainda mais, os próprios religiosos divergem entre si! E, como exemplo desta divergência, poderão citar o seguinte “religioso”:

O bispo Carlos Macedo de Oliveira, da Igreja Universal, disse que deveria ser liberada a realização dos abortos. Depois de afirmar que a sociedade é tradicionalmente machista, o bispo defendeu que as mulheres têm o direito de decidir se querem ou não abortar um feto.

Vergonha e escândalo para o cristianismo ter o seu nome utilizado por esta laia de gente!

Terceiro fato: Marcela de Jesus é, definitivamente, a chave da questão. A criança realmente incomoda. A pequena guerreira – anencéfala – que viveu providencialmente durante um ano e oito meses (e, estou convencido, só não viveu mais propter peccata nostra) é o verdadeiro flagelo dos abortistas, o argumento factual, do qual todos os defensores do assassinato sistemático de crianças fogem como o diabo foge da cruz.

Os parentes de Marcela não foram convidados, mas dona Cacilda – a mãe da menina – estava lá:

A mãe da menina, Cacilda Ferreira, estava no STF, assistiu a toda a audiência e tirou fotografias com religiosos favoráveis à manutenção da gravidez nesses casos. [YAHOO]

Isso mostra quem realmente se importa com a questão. Não são os ministros do Supremo que nem sequer estavam lá, mas sim a mãe de uma menina com anencefalia que, sem ser convidada, apresentou-se. Salomão descobriu certa vez quem era a mãe verdadeira de uma criança ao mandar cortar o bebê no meio e identificar qual das duas pretendentes se importava realmente com ele (cf. 1Rs 3, 16-28). Quem verdadeiramente se importa com esta questão não são os ministros ausentes, e sim uma mãe que estava lá. Olhemos para isto, a fim de que possamos julgar com clareza qual das duas partes litigantes está do lado da verdade.

Sugestão de leituras:

André Petry, o ardiloso
Direitos dos fetos anencéfalos [FOLHA de ontem – versão para não assinantes]

Justiça feita contra a Playboy

Mais uma boa notícia: como comentei aqui en passant há alguns dias, uma senhora chamada Carol Castro havia pousado nua para a Playboy segurando um terço. A agressão barata, graças a Deus, não ficou impune. Como informa O GLOBO, “o juiz Oswaldo Freixinho, da 29ª Vara Cível do Rio, proibiu a Editora Abril de mandar para as bancas novas revistas com esta foto específica de Carol Castro”.

Um dos responsáveis pela ação foi o padre Lodi:

A ação foi pedida em conjunto pelo Instituto Juventude Pela Vida, do Rio e pelo padre Lodi, de Goiás, representados pelos advogados Renato Beneduzi e Ricardo Brajterman.

A editora Abril disse que ainda não havia sido informada da decisão do juiz e que a edição da revista só sairia das bancas no dia 09 de setembro. No entanto, o sr. Brajterman disse que “[o] mandado de citação sai nesta terça-feira. A Editora Abril tem 72 horas para cumpri-lo, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento”.

Melhor ainda: conforme foi noticiado n’O Fuxico, a determinação do juiz é que “a Editora Abril fica proibida de realizar ensaios, com quaisquer modelos, utilizando motivos religiosos”. Ou seja: elimina-se não somente a blasfêmia atual, mas afirma-se claramente que a Editora não tem direito à blasfêmia e a ofender a religião das outras pessoas! Deo Gratias.

Ainda n’O Fuxico, o advogado diz que “a intenção não é retirar a revista das bancas”. Ou seja: está proibida a editora de imprimir novas tiragens da revista, mas não é obrigada a recolher as que já existem. No entanto, é já uma grande vitória!

A atriz – que se justificou dizendo estar representando uma personagem de Jorge Amado – afirmou ainda:

Tive uma criação católica. Peço desculpas se ofendi alguém.

Seria interessante saber que tipo de “criação católica” teve esta menina, que lhe ensinou não só poder ela posar nua, como ainda fazê-lo utilizando objetos religiosos. Haja confusão. Graças a Deus que eu não tive esta criação católica…

Da eternidade do Inferno

CONSIDERAÇÃO XXVII

Da eternidade do inferno

Et ibunt hi in supplicium aeternum.
E estes irão para o suplício eterno (Mt 25,46).

PONTO I

Se o inferno não fosse eterno, não seria inferno. A pena que dura pouco, não é grande pena. Se a um doente se rompe um abcesso ou queima uma ferida, não deixará de sentir dor vivíssima; como, porém, esta dor passa em breve não se pode considerá-la como tormento grave. Seria, porém, grande suplício, se a intervenção cirúrgica perdurasse semanas ou meses. Quando a dor é intensa, ainda que seja breve, torna-se insuportável. E não apenas as dores, até os prazeres e as diversões, prolongando-se em demasia, um teatro, um concerto, continuando, sem interrupção, durante muitas horas, causaria tédio insofrível. E se durassem um mês, um ano? Que será, pois, no inferno, onde não é música, nem teatro que sempre se ouve, nem leve dor que se padece, nem ligeira ferida ou superficial queimadura de ferro candente que atormenta, mas o conjunto de todos os males, de todas as dores não em tempo limitado, mas por toda a eternidade? (Ap 20,10).

Esta eternidade é de fé; não é simples opinião, mas sim verdade revelada por Deus em muitos lugares da Sagrada Escritura. “Apartaivos de mim, malditos, para o fogo eterno. — E irão estes ao suplício eterno. — Pagarão a pena de eterna perdição. Todos serão assolados pelo fogo” (Mt 25,41.46; 2Ts 1,8; Mc 9,48). Assim como o sal conserva o alimento, o fogo do inferno não só atormenta os condenados, mas, ao mesmo tempo, tem a propriedade do sal, conservando-lhes a vida. “Ali o fogo consome de tal modo — disse São Bernardo — que conserva sempre”.

Insensato seria aquele que, para desfrutar um dia de divertimentos, quisesse condenar-se a uma prisão de vinte ou trinta anos num calabouço! Se o inferno durasse, não cem anos, mas apenas dois ou três, já seria loucura incompreensível que por um instante de prazer nos condenássemos a esses dois ou três anos de tormento gravíssimo. Mas não se trata de trinta nem de cem, nem de mil, nem de cem mil anos, trata-se de sofrer para sempre penas terríveis, dores sem fim, males incalculáveis sem alívio algum. Portanto, os santos gemiam e tremiam com razão, enquanto subsistia, com a vida neste mundo, o perigo de se condenarem. O bem-aventurado Isaías, posto que passasse os dias no deserto entre jejuns e penitências, exclamava: “Infeliz de mim, que ainda não estou livre das chamas infernais”.

AFETOS E SÚPLICAS

Se me tivésseis lançado no inferno, meu Deus, como tantas vezes mereci, e depois me tirásseis de lá em virtude da vossa grande misericórdia, quanto vos seria agradecido e que vida santa procuraria eu levar!… E agora que, com clemência ainda maior, me tendes preservado da condenação eterna, que direi, Senhor? Tornarei a vos ofender e provocar a vossa ira a fim de que me condeneis àquele cárcere dos réprobos, onde tantos ardem por culpas menores que as minhas? Ah, meu Redentor, é o que fiz na vida passada! Em vez de empregar o tempo que me destes para chorar meus pecados, abusei dele para vos ofender. Agradeço à vossa infinita bondade o ter-me aturado tanto tempo. Se não fosse infinita, como houvera tolerado meus delitos? Agradecido, por me terdes esperado com tanta paciência até agora; agradecido, pela luz com que me iluminais, a fim de que reconheça minha demência e o mal que cometi, ofendendo-vos com meus pecados. Detesto-os, meu Jesus, e de todo o coração me arrependo. Perdoai-me, pela vossa sagrada paixão e morte; assisti-me com vossa graça para que jamais torne a ofender-vos. Devo temer, com razão, que, em caso de cometer novo pecado mortal, me abandonareis. Senhor, ponde diante de meus olhos esse temor justo, sempre que o demônio me provocar a ofender-Vos. Amo-vos, meu Deus, e não quero perder-vos. Ajudai-me com vossa divina graça.

Auxiliai-me também, Virgem Santíssima; fazei que sempre me valha de vós nas minhas tentações, a fim de que nunca mais perca o meu Deus. Ó Maria, vós sois a minha esperança.

[Santo Afonso de Ligório, “Preparação para a morte”, pp. 84-85. Baixe a íntegra em .pdf aqui]

Debate(ndo-se)

Ontem, ocorreu em Recife o primeiro debate entre os “prefeituráveis”, na Universidade Católica de Pernambuco. Um amigo – de férias e desocupado – esteve presente e, hoje, brindou-nos com o texto que reproduzo abaixo, para divertimento nosso e desespero quanto ao próximo pleito. As citações feitas não são literais mas, segundo o autor do texto, “traduzem o que eles realmente disseram”. Aproveitem.

* * *

Debate(ndo-se)

– por Gustavo Souza

Candidatos debatendo-se: foi o que se viu ontem no primeiro debate oficial entre os candidatos à Prefeitura da Cidade do Recife. O evento marcou (realmente, marcou) a abertura da 6ª Semana de Integração Universidade Católica & Sociedade (SIUCS).

Vou tentar relatar os melhores momentos do debate. Mas, que o leitor não se iluda: os “melhores” momentos não são necessariamente “bons”. Avante!

O auditório do Bloco G da Unicap estava lotado. Eram 17h. Quando já não cabia mais ninguém (nem em pé!) a coordenação da SIUCS aconselhou que as pessoas que estivessem chegando se deslocassem para um outro auditório – no mesmo andar – de onde o debate poderia ser assistido através de um telão. Acontece que o outro auditório, na verdade não era auditório: O telão transmitia apenas as imagens, sem som!

No meio das considerações iniciais – em que cada candidato dispunha de 5 minutos – surge uma mulher que se aproxima da bancada em que se encontram os prefeituráveis e começa a fazer gestos obscenos. Tenta partir para cima dos candidatos, fala alto, e… onde estão os seguranças? Guardando a perigosíssima porta de entrada. Fico me perguntando por onde será que aquela mulher passou para entrar?…Esta senhora interrompeu o debate por mais ou menos 1 hora! A cada nova incursão dela os presentes riam, vaiavam, xingavam, e – os mais sensatos – tentavam silenciar a multidão gritando: SILÊNCIO!!! Ou, então: psssiiiiiiiiiiiuuuuuuu!!! Ou ainda: CALA A BOCA!!!

Nisso, um homem, ou ébrio ou louco, começou a pular por cima das cadeiras onde as pessoas estavam sentadas. Mais uma vez, risos, vaias, e interrupção do debate.

Afora isso, havia, nas paredes, faixas de um movimento que luta pela “liberdade” dos animais não-humanos. Algo como: não matem as baratas, deixem os ratos correrem livremente no seu quintal, não ponham coleira nos cachorros (mesmo que seja um pitty bull); Coma apenas vegetal, pois não é justo que animais inocentes e indefesos morram para matar sua fome! Convenhamos, salada de alface é muito mais gostoso que bife! Só me inquieta uma coisa: como se sabe que o grau de crueldade na morte de uma vaca é maior que o do assassinato de uma alface?

Afogados num mar de perguntas capciosas, e pressionados pelos olhares desconfiados dos estudantes, restava aos candidatos apenas debater-se. Para não sucumbir, agarravam-se – como náufragos desesperados – às mesmas bóias de sempre: passado sofrido, marcado normalmente por uma infância pobre e uma adolescência permeada de perseguições e torturas na época da ditadura. Pobrezinhos: merecem um voto de confiança!

Alguns corajosos jornalistas tentaram [se] debater com os honoráveis prefeituráveis da nossa Veneza Brasileira. Foi algo mais ou menos assim:

Você, Cadoca, nas últimas eleições presidenciais você apoiou o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Hoje, você faz parte da base do governo e conta com o apoio do presidente Lula. Como você acha que o eleitor vai entender essa sua mudança?

– Veja bem, tudo foi feito com muita transparência. Eu tirei uma camisa, vesti outra, mas continuo fiel aos meus ideais.

Você, João da Costa, acha que o Orçamento Participativo é realmente participativo?

Sim, 2% do orçamento da prefeitura é discutido com o povo.

E as obras da Avenida Conde da Boa Vista foram discutidas com o povo?

– Veja, bem, essa parte estava dentro dos outros 98%…

Você, Kátia Teles, está preparada para governar Recife?

– Sim. Tenho grande experiência na luta sindical.

E o que a senhora acha que é preciso fazer para mudar o cenário da nossa cidade?

Precisamos primeiro mudar o mundo, para, DEPOIS, mudar Recife.

Candidata, a senhora afirmou que nenhum candidato aqui presente era capaz de governar democraticamente e, ao mesmo tempo obedecer à Lei de Responsabilidade Fiscal. Como a senhora pretende enfrentar esse desafio?

– É simples: vou desobedecer a Lei. Viva a Anarquia!

Você, Raul Henry, criticou a obra da Avenida Boa Viagem. Mas, onde é que o senhor mora mesmo?

– Sim, é um absurdo gastar 50 Milhões na orla de Boa Viagem. Mas que eu adorei, adorei!

Você, Numeriano, quais são suas propostas para a cidade do Recife?

– Ah, eu tenho um sonho para esta cidade. E, nesse sonho, o 1% de intenções de voto que as pesquisas me dão, podem se transformar em 2%, e depois em 10%, em 20%, em 30%… Enfim, o meu sonho pode se transformar no sonho de muitas pessoas.

Você Mendonça, o que pretende fazer, quanto à questão da saúde na cidade de Recife?

As condições do sistema de saúde da cidade do Recife são realmente precárias, lamentáveis. Faltam médicos especialistas, como: ginecologistas, neurologistas, cardiologistas, ortopedistas, pediatras, etc. E faltam também remédios. Aliás, remédio é qualidade de vida! Nós precisamos ampliar a verba destinada a aquisição de medicação hospitalar. Outro problema grande do sistema de saúde dessa nossa querida cidade, problema que atual gestão não enfrentou e, conseqüentemente, não resolveu, é a falta de ambulâncias… Candidato, falta um minuto para o senhor concluir sua fala. Como dizia, pretendo construir 3 policlínicas, credenciar 200 médicos, comprar 25 ambulâncias… Candidato, tempo esgotado. Pretendo ainda, ampliar as atribuições dos agentes comunitários de saúde, para que elas auxiliem na erradicação de doenças como a rubéola, a dengue. Candidato, por favor, seu tempo esgotou! Concluo, quando eu for prefeito dessa cidade… Argh! Time is over, candidato!

E você, Edílson, quais são suas propostas?

Bem, ao lado da ex-senadora Heloísa Helena, e de todos nós que fazemos o PSOL, pretendemos implantar em Recife uma nova maneira de governar. Uma maneira que não atende aos interesses dos imperialistas burgueses, que não atende à pressões do FMI, e que não se vende às grandes potências opressoras da classe trabalhadora como os Estados Unidos, blá, blá, blá , blá , blá…

Enfim, “nada de novo sob o sol”. Quem foi ao debate assistiu a um show de populismo. Quem foi ao debate pode se deliciar com um banquete de argumentos non sense, com uma coletânea de episódios toscos. Na corrida eleitoreira vale tudo! Ainda bem que eu tinha um bote e não precisei me debater…

Cancelado concurso de beleza para freiras

Com imensa alegria, descobri que o padre italiano Antonio Rungi cancelou o concurso de beleza para freiras que havia idealizado. De acordo com a notícia publicada pelo YAHOO,

[o] sacerdote explicou hoje que decidiu cancelar a iniciativa ao considerar que foi “mal interpretada”, pois seu objetivo era só “contar, através da internet, a vida nos conventos e os relatos mais belos da vida das religiosas”.

Oras, isto, absolutamente, não é o que foi noticiado! E, data vênia, se o objetivo fosse tão inofensivo assim, por que a decisão de cancelar o concurso? No blog do padre, ele diz que o seu intuito é dar maior atenção ao modo de vida das freiras, e diz que os conventos italianos estão morrendo por falta de vocações. A intenção sem dúvidas é nobilíssima, mas… um concurso de beleza, francamente! É precisamente por esta “mundanização” do modo de vida das freiras que os conventos estão agonizando com faltas de vocações. Retornem à espiritualidade religiosa tradicional, e as vocações irão de novo florescer; afinal, uma árvore que se separe de suas raízes em vão vai tentar dar frutos.

Padre argentino proibido de lecionar

Saiu em vários lugares na semana passada (p.ex., G1) que o padre Ariel Álvarez Valdés, argentino, foi proibido de lecionar “por não acreditar na existência de Adão e Eva”. A notificação – assinada pelo cardeal Tarcisio Bertone – proíbe ao sacerdote “qualquer atividade acadêmica, como sua docência na Universidad Católica de Santiago del Estero (UCSE) e no Seminário Diocesano de Catequese, (…) [ou ainda] publicar artigos jornalísticos, ou fazer comentários por rádio ou televisão”, embora lhe permita “continuar com a realização de missas”.

Graças a Deus, o sacerdote acatou imediatamente a decisão da Santa Sé, sobre o problema que já vinha há 13 anos. Não se trata somente da questão da existência histórica de Adão e Eva, mas também da aparição do Anjo à Virgem Maria e, em suma, negação da historicidade dos Evangelhos em geral. Caso o padre se retrate, pode voltar às suas atividades acadêmicas.

Bom seria se os admiradores do trabalho do pe. Álvarez seguissem o seu exemplo de obediência. O Fratres in Unum publicou um comentário escandaloso de um sacerdote português, defensor ardoroso do padre argentino e inimigo mortal da Cúria Romana, o qual diz ter escrito “há poucos anos um livro com o título NEM ADÃO E EVA, NEM PECADO ORIGINAL” e chama Nosso Senhor de “Jesus, o de Nazaré, o Excomungado por antonomásia”. Tenha Deus piedade de nós todos, e que Nossa Senhora socorra principalmente às almas mais necessitadas da Misericórdia Divina.