Deus lo Vult! Ano II

Há um ano atrás se iniciava este espaço virtual. Dia 26 de maio de 2008, o Deus lo Vult! levantava âncoras. Começava eu meio trôpego, em parte animado com alguns outros amigos católicos que conseguiam manter na blogosfera um importante trabalho de evangelização, em parte receoso com a minha dificuldade de manter constância em blogs, já muito bem conhecida por mim. No entanto, olhando hoje para trás, só tenho a agradecer a Deus por ter me dado a coragem de começar.

Temos hoje aqui 750 postagens no arquivo e quase 10.000 comentários. Peço a Deus todos os dias que este espaço possa ser de serventia aos católicos que amam a Sua Igreja e – por que não? – aos não-católicos que sempre por aqui aparecem. Por muitas outras vezes comecei e naufraguei, mas graças a Deus hoje o Deus lo Vult! entra no seu Ano II e continua navegando. Permita-o Deus, sempre com o estandarte de Cristo desfraldado. Permita-o Deus, sem nunca temer abismos nem procelas. Permita-o Deus, sem nunca preferir a calmaria dos portos aos desafios do mar aberto.

Escrevia há um ano: “[o] chamado ao combate, aceito ou não, continuará a ressoar em nossos ouvidos, a cada dia de nossas vidas: aux armes! E é melhor que ele nos sirva de ânimo em meio à batalha, do que remorso doloroso da consciência, em meio à pseudo-paz da fuga ao dever”. E subscrevo-me, hoje, repetindo a exata mesma coisa, atestada na pele por meio da experiência do ano que passou: é muito melhor que o chamado ao combate – o chamado que o Senhor dos Exércitos dirige diuturnamente aos Seus soldados, membros da Igreja Militante – sirva de estímulo em meio à batalha, de forças para continuar, do que de lamentos e arrependimentos por não termos feito o que poderíamos fazer. Não permita Deus jamais que nos esqueçamos deste nosso dever, que nos façamos de surdos aos Seus chamados!

À Virgem Santíssima, Maria Porta do Céu – Janua Coeli -, de quem ouso chamar-me escravo, que tantas e tantas vezes me ajudou, repito o oferecimento: que tudo o que faço possa ser por Ti, Contigo, em Ti e para Ti, o Virgo Gloriosa super omnia benedicta. Que este espaço virtual a Ti consagrado possa servir ao Deus Altíssimo. Que Vós, Mãe Admirável, possais tomar sob o Vosso maternal cuidado a mim e a tantos quantos visitam estas páginas da internet. Lembrai-Vos de falar bem de nós – ainda que não mereçamos – na presença do Deus Onipotente.

E a todos quantos visitam este blog, alguns amigos reais que sempre por aqui aparecem e, outros, amigos virtuais que aqui conheci, aos anônimos que lêem sem comentar, os meus mais sinceros agradecimentos. Nada disso poderia ser feito se não fosse por vocês. Que Maria Santíssima os possa manter firmes na Fé Católica, ou a Ela conduzir caso se encontrem distantes da Casa do Pai.

Continuemos alerta, às brechas das muralhas, vigilantes. Porque, mesmo após um ano, continuamos tendo muito por fazer.

Viva Jesus Cristo! Viva a Sua Cruz!

Salve a Santíssima Virgem, Mãe de Deus e nossa também!

Viva a Igreja de Jesus Cristo, Católica e Apostólica!

Longa vida ao Papa, Doce Cristo na Terra!

Agradecimento de Dom José Cardoso

AGRADECIMENTO DO ARCEBISPO DE OLINDA E RECIFE

Tendo recebido de várias entidades nacionais e internacionais e sobretudo de centenas de irmãos e irmãs – tanto do Brasil como de vários outros países – mensagens de solidariedade e felicitações pelo meu posicionamento por ocasião do recente evento clamoroso ocorrido nesta Arquidiocese de Olinda e Recife (o delito canônico do aborto) – quando mencionei publicamente a legislação vigente da nossa Santa Igreja, a qual estabelece a aplicação automática da excomunhão -, desejo manifestar a todos minha profunda gratidão, invocando sobre todos e cada um a plenitude das bênçãos do Nosso Salvador Jesus Cristo, que “veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (cf João 10,10).

A aplicação de penalidades canônicas é um meio usado pela nossa Santa Igreja, desde os tempos apostólicos, para induzir os cristãos ao cumprimento da Lei de Deus e à salvação eterna. “Deus quer que todos sejam salvos” (cf 1 Tm 2,4) e para isto é necessário a conversão, ou seja, a mudança de comportamento, deixando de praticar o mal e conformando a própria vida aos ditames da Lei de Deus. Misericórdia não é conivência com o mal, com as violações da Lei de Deus.

O Cân. 1398 do Código de Direito Canônico, é uma lei vigente da nossa Santa Igreja, aprovada pelo Vigário de Cristo na terra, o servo de Deus João Paulo II (promulgador do novo Código em 1983) e tem como finalidade ajudar espiritualmente todos os membros da Igreja a evitarem a violação gravíssima do 5º mandamento do Decálogo pela supressão de vidas inocentes e indefesas. É um “remédio” espiritual usado pela Igreja para induzir o pecador à conversão, isto é, à mudança de comportamento. Silenciar sobre esta sanção automática ou – pior ainda – desejar a sua ab-rogação é causar um mal imenso ao Bem Comum da sociedade eclesiástica e à salvação eterna dos filhos de Deus.

Para induzir seus discípulos a praticarem o bem, conformando a própria vida às exigências da Lei de Deus, o próprio Salvador Jesus Cristo falou claramente sobre o perigo real de condenação eterna (cf Mt 11,23; 13,41-42; 25,31-46; Mc 9,43-48; Lc 16,19-31). Esta é a finalidade das penalidades estabelecidas pela Igreja.

Temos provas de que a ampla divulgação deste evento ocorrido em nossa Arquidiocese já está produzindo ótimos frutos na vida espiritual de muitas pessoas.

Reitero, portanto, minha profunda gratidão em primeiro lugar ao Autor da vida, o “Pai das luzes, do qual provém toda dádiva perfeita” (cf 1 Tg 1,17). Agradeço também a todos os irmãos e irmãs que me enviaram mensagens de solidariedade e testemunharam sua total fidelidade à Lei de Deus e às normas canônicas da nossa Santa Igreja.

Que Deus nos conceda a todos a graça de continuarmos a trabalhar unidos em defesa da vida.

Recife, 19 de maio de 2009
Dom José Cardoso Sobrinho
Arcebispo de Olinda e Recife

Agradecimento do Arcebispo de Olinda e Recife – clique para baixar

Orações pela China

Ontem, durante a Oração da Assembléia da Santa Missa, o sacerdote lembrou-nos do pedido do Santo Padre para que rezássemos pela Igreja Católica na China. Domine, Te rogamus, audi nos! Confesso que não me lembrava deste pedido; ele está na carta do Santo Padre aos católicos chineses publicada há dois anos, em maio de 2007, onde era proposta uma Jornada de oração pela Igreja na China:

Caríssimos Pastores e todos os fiéis, o dia 24 de Maio, dedicado à memória litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos — que é venerada com tanta devoção no santuário mariano de Shesham em Shanghai —, poderia tornar-se no futuro ocasião para os católicos de todo o mundo se unirem em oração com a Igreja que está na China.

Carta à Igreja Católica da República Popular da China, 19.

Que a Virgem Santíssima, Auxilium Christianorum, possa olhar com particular cuidado pelos cristãos que sofrem nas terras que São Francisco Xavier tão ardorosamente desejou evangelizar. Que esta Boa Senhora, tendo ajudado os filhos de Deus a vencerem as hordas turcas em Lepanto, não negue a Sua poderosa intercessão a fim de que, hoje, os católicos chineses possam vencer o regime materialista ateu que tão duramente os oprime. Rezemos a Ela pela Igreja perseguida.

A propósito, hoje foi publicada uma matéria sobre um chinês, sobrevivente da Grande Fome de Mao Tsé-Tung, que escreveu um livro sobre o assunto. Yang Jisheng, nascido em 1940, sobreviveu aos descalabros do ditador chinês e, hoje, conta em detalhes os horrores daquele tempo.

Os meios de comunicação do regime e os responsáveis do partido observam, evidentemente, um silêncio total sobre o conteúdo das mais de mil páginas escritas pelo velho jornalista. “Mu Bei” está disponível em chinês, mas apenas em Hong Kong. Yang Jisheng, entretanto, não foi incomodado pelas autoridades, embora ele não meça suas palavras para exprimir críticas audaciosas: “A catástrofe do Grande Salto não é somente resultado de uma política errônea, mas também da natureza totalitária do sistema”.

Rezemos, agora, uma ave-maria pela China.

Ave Maria,
cheia de Graça,
o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o Fruto do Vosso Ventre, Jesus.

Santa Maria,
Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Amen.

Pulchrum

Uma das coisas mais tocantes da história do Brasil foi aquela passagem da carta de Pero Vaz de Caminha, quando ele narra a primeira missa no Brasil. Ele conta que os portugueses chegaram, os padres formaram o altar, prepararam o órgão e começou a missa. Os índios foram chegando e começaram a imitar os gestos dos portugueses. Um detalhe interessante é que durante a missa chegou um outro grupo de índios. Um índio do primeiro grupo, que já estava ali, quando certamente interrogado por um índio do segundo grupo sobre o que estava acontecendo, apontou para a missa e apontou para o céu. Para mim este é o melhor comentário sobre a missa. Apontou para a missa e apontou para o céu: quer dizer, está-se passando a comunicação da terra com o céu. Está-se fazendo uma coisa sagrada. Esse caráter sagrado é que a gente não pode deixar perder na liturgia.

Entrevista de Dom Fernando Rifan publicada em ZENIT.

O Belo, ao lado do Bom e do Verdadeiro, é transcendente. Verum, Bonum, Pulchrum: o Universo é uma catedral, como disse certa vez Plínio Corrêa de Oliveira. Talvez as pessoas não percebam imediatamente o sentido dessas palavras: a Beleza é absoluta, e não relativa, como também a Verdade é absoluta e a Bondade é absoluta.

Nos dias de hoje onde impera a ditadura do relativismo, talvez o Pulchrum tenha sido o transcendental mais duramente atacado. Frases que caíram no inconsciente popular como, p.ex., “gosto é gosto e cada um tem o seu”, junto com a avalanche de coisas horrorosas que foram empurradas às pessoas sob o singelo nome de “arte moderna”, contribuíram de maneira muito eficaz para isso. O resultado foi a perda do “senso estético” e a dificuldade de se compreender como é possível que a Beleza seja absoluta. Hoje em dia, é politicamente incorreto chamar o que quer que seja de “feio”; o que há são “belezas diferentes”.

Um amigo sacerdote disse-me outro dia, quando lhe perguntei sobre o porquê de serem construídas igrejas tão feias – sim, porque o abandono do Pulchrum atingiu desgraçadamente até mesmo a arquitetura das nossas igrejas -, uma coisa muito interessante. Falou que, para constatar que uma igreja antiga era realmente bela, bastava mostrá-la às pessoas. Todas elas, ainda que simples, iriam contemplá-la embevecidas, mesmo que não soubessem explicar cada um dos detalhes que ela continha, e iriam dizer que ela era bonita. Já uma obra de arte moderna, para poder ser contemplada, é necessário um especialista que explique uma série de coisas sem as quais ninguém consegue encontrar nela nada de aprazível. Esta [bem discutível] “beleza” escondida por detrás de um monte de técnicas modernas e paradigmas estéticos que de modo algum são evidentes é característica da arte moderna. E é o contrário de, por exemplo, uma catedral. Nas igrejas que são belas porque são erigidas em honra d’Aquele que é Belo, a beleza é manifesta – não escondida. É ao alcance de todos, e não somente de um grupo restrito de “iniciados” nos arcanos da estética.

E as igrejas são feias porque abandonaram o Pulchrum, abandonaram o Belo. Poder-se-ia falar em uma apostasia arquitetônica generalizada. Se os templos são feios, como se pode esperar que eles conduzam para o Deus que é Belo…? Subverter a arte e esconder a beleza é uma forma de tirar Deus do alcance das pessoas. Deus é encontrado também na beleza das coisas criadas. Privar as pessoas da Beleza é privá-las de oportunidades de elevar o pensamento, ao Deus que é Belo, por meio das coisas belas.

E o mesmo vale para a Sagrada Liturgia. Se a celebração não for bela – “bela” em relação ao Pulchrum que é transcendental, óbvio, e não de acordo com o [mau] gosto de cada um -, ela não ajuda os fiéis a elevarem-se a Deus e, ao contrário, pode até atrapalhá-los. Sim, qualquer semelhança com a “Escola Litúrgica da CAJU” não é mera coincidência, mas não é somente dela que eu estou falando, e sim da liturgia mal celebrada que encontramos em todos os lugares. A citação de Dom Rifan em epígrafe explica bem isso, e faço questão de trazê-la também no original de Pero Vaz de Caminha:

E hoje que é sexta-feira, primeiro dia de maio, pela manhã, saímos em terra com nossa bandeira; e fomos desembarcar acima do rio, contra o sul onde nos pareceu que seria melhor arvorar a cruz, para melhor ser vista. (…) Ali disse missa o padre frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco, a ela, perto de cinqüenta ou sessenta deles [índios], assentados todos de joelho assim como nós. E quando se veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco, e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram-se a assentar, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.

Estiveram assim conosco até acabada a comunhão; e depois da comunhão, comungaram esses religiosos e sacerdotes; e o Capitão com alguns de nós outros. E alguns deles, por o Sol ser grande, levantaram-se enquanto estávamos comungando, e outros estiveram e ficaram. Um deles, homem de cinqüenta ou cinqüenta e cinco anos, se conservou ali com aqueles que ficaram. Esse, enquanto assim estávamos, juntava aqueles que ali tinham ficado, e ainda chamava outros. E andando assim entre eles, falando-lhes, acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou com o dedo para o céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos!

Isto é a beleza da Liturgia, expressão do Pulchrum que consegue ser percebida tanto por portugueses quanto por nativos selvagens. Esta é uma experiência que nós, infelizmente, provavelmente não conseguiríamos repetir hoje em dia, se mostrássemos uma missa católica mediana a alguém de cultura diferente da nossa – e tal coisa é uma tristeza, uma desordem que precisa ser sanada. Precisamos recuperar o senso estético dos católicos, resgatar o Belo da Liturgia, o Pulchrum na Igreja do Deus que é Infinita Beleza. Para que assim Ele possa mais facilmente ser encontrado e adorado como convém a Sua Infinita – e Infinitamente Bela! – Majestade.

Elogios e reclamações

Elogiando o que merece ser elogiado: a CNBB protestou contra a PEC do divórcio, que foi aprovada em primeiro turno na Câmara na última quarta-feira pela esmagadora maioria dos deputados: 374 votos a favor contra apenas 15 contra. A proposta é para que se elimine o tempo de “prévia separação judicial por mais de um ano ou comprovada separação de fato por mais de dois anos” exigido pela Constituição Brasileira para que os cônjuges possam se divorciar.

É uma vergonha que a maior parte das pessoas pareça simplesmente não se importar com isso. A proposta foi aprovada no mais constrangendor silêncio, como se fosse uma coisa corriqueira e banal ou – pior ainda! – entre loas como se fosse a “solução para um anacronismo legal finalmente (…) enunciada”, como disse um editorial da Folha de São Paulo de hoje (22/5/2009).

Somente quinze deputados votaram contra esta [mais uma] afronta à família brasileira, que já é tão violentamente atacada por todos os flancos. Aprovar o “divórcio imediato” é, sim, banalizar ainda mais a instituição familiar, como disse o vice-presidente da CNBB na matéria citada.

É o individualismo institucionalizado. A família tem função social – afinal, é célula mater da sociedade – e, por isso, recebe alguns benefícios do Estado [é por isso, aliás, que as “duplas gays”, que não têm a mesma função social da família, não podem receber as mesmas proteções estatais]. É falso que a separação dos cônjuges interesse somente aos dois: interessa a toda a sociedade. Transformar o casamento civil numa “qualquer-coisa” que pode ser feita, desfeita ou refeita a qualquer momento é educar os cidadãos para a irresponsabilidade. A lógica absurda dos defensores do divórcio é que a célula mater da sociedade… não deve absolutamente nada à sociedade, e só responde a ela mesma. Triste mundo no qual vivemos.

Agora, protestando contra o que deve ser protestado: não existe uma nota no site da CNBB contra esta PEC do divórcio (embora exista uma a favor de outra PEC que intenta incluir a alimentação como “direito social”…). Existe, no entanto, uma notícia que fala sobre o assunto e que é simplesmente ridícula.

A manchete da notícia fala sobre a tal PEC da alimentação. Lá pelas tantas, o texto fala sobre a Amazônia. Depois, sobre a PEC do divórcio e, por fim, sobre “homofobia”. Segundo a notícia do site da CNBB, o presidente da conferência teria dito que esta PEC é “irrelevante” (!). Percebam o absurdo: a mídia secular noticia que a CNBB criticou a PEC, enquanto o próprio site da Conferência não fala quase nada!

E, para fechar com chave de ouro a notícia, questionado sobre a homofobia [ou, melhor dizendo, questionado sobre o projeto de lei da Mordaça Gay], dom Dimas, ao invés de denunciar o lobby gayzista ou protestar contra esta lei absurda, disse ser “inconcebível qualquer tipo de discriminação e preconceito” e que “[n]ão podemos discriminar ninguém por ser homossexual, negro, quilombola, índio, migrante”. Oras, tudo isso é óbvio, mas o projeto de lei não existe para acabar com o preconceito, e sim para transformar os gays em uma super-classe de cidadãos e acabar com a liberdade religiosa no país! Não adianta falar sobre o óbvio com essa gente, porque a novilíngua por eles utilizada impede a correta compreensão das idéias. Para um gayzista, “respeito” é deixar as duplas de marmanjos ou lésbicas agarrarem-se em público e “discriminação” é impedi-los de adotar crianças. Espanta-me que os assessores de imprensa da CNBB não saibam essas obviedades.

Mais convite – Opus Dei em Recife

[Cumprindo a minha promessa, repasso o convite das atividades da Obra em Recife para rapazes, conforme recebi por email e apaguei por engano, achando que se tratava do mesmo convite para moças anteriormente divulgado… mea culpa.]

É com alegria que comunicamos a realização de atividade do Opus Dei, em Recife. Será na Capela do Real Hospital Português, à Av Gov. Agamenon Magalhães, Derby, no dia 4 de junho, das 19h às 20h45 . O encontro, com o nome de Recolhimento, constará de duas meditações de 30 minutos cada, com intervalo, sobre o tema Dever: amor e rotina.

Antes do Recolhimento, entre 17h e 19h, o sacerdote que proferirá as palestras (ou meditações), atenderá a direção espiritual individual nesse mesmo local. Para marcar um horário, por favor, entre em contato por meio deste e-mail <estevesroggerio@gmail.com> ou (11) 7076-6397.

Fique à vontade para convidar amigos que gostariam de participar dessa oportunidade de formação católica. Como é sabido, o Opus Dei tem atividades para homens e mulheres feitas em dias diferentes.

Fico à disposição para o que for necessário..

Cordialmente
Ariovaldo Esteves Roggerio

Convite – Opus Dei em Recife

[Repassando, conforme recebi por email. Notem que é uma palestra para moças. Quando tiver conhecimento de alguma para rapazes, aviso também aqui com prazer.]

“Como alcançar a felicidade”

Palestra para moças colegiais, universitárias e jovens profissionais.

Teremos também uma breve explicação sobre a espiritualidade do Opus Dei.

Dia e horário: dia 2 de junho, terça-feira, das 19:00 às 20:00h
Local: Salão Social do Ed. Jaqueira Garden
Endereço: Rua Gildo Neto 125, Tamarineira

A Irlanda e a difamação (ou “A endemia abusiva irlandesa”)

Um amigo falou-me de manhã sobre a Irlanda. Disse que tinha visto a reportagem do Jornal Nacional de ontem à noite, sobre os casos de abusos infantis lá ocorridos. Questionou a forma como a notícia fora apresentada no horário nobre da Globo, e trouxe a notícia reproduzida pela Folha de São Paulo (que encontrei online no Diário do Noroeste) sobre o mesmo assunto. Permito-me reproduzir aqui em linhas gerais os seus principais questionamentos, salientando que não assisti ao Jornal Nacional e pedindo a quem o fez que possa confirmar ou negar as seguintes informações:

1. O período ao longo do qual ocorreram os abusos foi superior a 60 anos (da década de 30 até os anos 90), coisa que não teria ficado claro nas reportagens televisivas.

2. Tampouco havia ficado claro na televisão que não se tratavam de escolas “normais”, e sim de espécies de “reformatórios”.

3. Os abusos não eram de natureza exclusivamente sexual, coisa que – mais uma vez – não fora deixada clara na Globo.

Passo, agora, aos meus comentários.

Prato cheio para os inimigos da Igreja de todas as matizes! Uma endemia de maus tratos infantis e de abusos sexuais de crianças perpetrados por padres e freiras, ao longo de seis décadas! Sim, é doloroso, e ninguém o nega. É revoltante, sem sombra de dúvidas. No entanto, são também revoltantes as atitudes de uma certa mídia sensacionalista e descomprometida com a exatidão dos fatos, manipulando as tragédias alheias para semear o ódio e a revolta contra a Igreja de Nosso Senhor.

Repito que os inimigos da Igreja não conseguirão jamais ter uma idéia da dimensão da gravidade dos erros dos sacerdotes do Deus Altíssimo. Lembro-me de que um padre meu amigo mostrava-me, outro dia, um antigo livrinho de meditações para sacerdotes, e a parte que ele lia falava exatamente sobre isso. Citando de memória, era alguma coisa como “repara naquelas atitudes que nos outros são apenas pequenas falhas mas, em ti, são pecados gravíssimos”. Ora, se as pequenas coisas – que podem ser feitas pelas pessoas “normais” sem que isso lhes acarrete grande culpas – mancham gravemente os sacerdotes, quanto mais não os mancharão aquelas coisas que até mesmo entre pessoas sem fé são gravíssimas?

A pedofilia entre os sacerdotes é uma coisa gravíssima, e os não-católicos não têm dimensão do quanto o é. Mas não encontro justificativa para que se manipulem os fatos a ponto de que eles pareçam piores do que já são. Tomo a manchete da notícia para ilustrar o que eu digo: Irlanda teve “abuso endêmico” cometido por padres e freiras, diz comissão. Note-se que a reportagem não traz números (a não ser 200 instituições que teriam recebido 30.000 pessoas durante as seis décadas e meia). Note-se também que há um “detalhe” citado bem en passant na reportagem, que diz que “[q]uando autoridades [do Estado] eram alertadas sobre os problemas, ‘mantinham-se em silêncio'”. Por que motivo a manchete não é alguma coisa como “Governo Irlandês acoberta durante sessenta anos casos de pedofilia”? Note-se também que a reportagem critica os superiores eclesiásticos que transferiam os acusados para outros locais, mas não diz qual seria a outra alternativa já que o Estado, segundo a mesmíssima reportagem, “mantinha-se em silêncio” quando era acionado. Note-se ainda que a reportagem não cita as situações dos outros reformatórios que não eram administrados pelas ordens religiosas, para que seja possível uma comparação.

Enfim, há tanta coisa a ser notada, mas não vou continuar. Para os católicos não importa tanto, porque nada disso tira a gravidade dos fatos e o mal provocado a toda a Igreja por estes membros do clero; nada disso justifica os maus procedimentos de sacerdotes do Deus Altíssimo ou de religiosos consagrados à via da perfeição. Nada justifica. Choremos aos pés da Virgem pelas iniqüidades dos sacerdotes do Seu Filho. Ofereçamos a Deus orações e mortificações em reparação pelos pecados do clero. Que Ele tenha misericórdia de nós todos, e digne-Se conceder-nos santos sacerdotes.

“Pope to you”

Gostaria de concluir esta mensagem dirigindo-me, em particular, aos jovens católicos: para encorajá-los a trazer o testemunho de sua Fé para o mundo digital. Queridos irmãos e irmãs, eu peço a vocês que introduzam na cultura deste novo ambiente de comunicações e tecnologia da informação os valores sobre os quais vocês construíram as suas vidas.

Bento XVI, 43º Dia Mundial das Comunicações.

Sir, yes sir! =)

– Foi inaugurado o portal “Pope to You” da Santa Sé. Não tive ainda tempo de dar uma boa olhada, para ver se é realmente útil; as promessas, no entanto, são animadoras.

– O Gustavo comentou de manhã um pouco sobre o assunto; vejam aqui.

– Em ZENIT: Papa convida jovens a serem missionários do mundo digital.

– A mensagem acima também está disponível em português (só depois eu vi) no site do Vaticano.

Aux armes, portanto. Deus lo Vult!

“Coroação de Nossa Senhora de Fátima” – Pio XII

[O] vosso mesmo concurso imenso, o fervor das vossas preces, o troar das vossas aclamações, todo o santo entusiasmo que em vós vibra incoercível, e, depois, o sagrado rito, que se acaba de realizar nesta hora de incomparável triunfo da Mãe Ssma., evocam ao Nosso espírito outras multidões bem mais inumeráveis, outras aclamações bem mais ardentes, outros triunfos bem mais divinos, outra hora — eternamente solene — no dia sem ocaso da eternidade: quando a Virgem gloriosa, entrando triunfante na pátria celeste, foi atravez das jerarquias bem-aventuradas e dos coros angélicos sublimada até ao trono da Trindade beatíssima, que, cingindo-lhe a fronte de um tríplice diadema de glória, A apresentou à Corte celestial, assentada à direita do Rei imortal dos séculos e coroada Rainha do universo.

E o Empíreo viu que Ela era realmente digna de receber a honra, a glória, o império, — porque mais cheia de graça, mais santa, mais formosa, mais endeusada, incomparavelmente mais, que os maiores Santos e os Anjos mais sublimes, ou separados ou juntos; —  porque misteriosamente emparentada na ordem da União hipostática com toda a Trindade beatíssima, com Aquele que só é por essência a Majestade infinita, Rei dos reis e Senhor dos senhores, qual Filha primogénita do Padre e Mãe estremosa do Verbo e Esposa predilecta do Espírito Santo; — porque Mãe do Rei divino, d’Aquele a quem desde o seio materno deu o Senhor Deus o trono de David e a realeza eterna na casa de Jacob e que de si mesmo proclamou, ter-lhe sido dado todo o poder nos céus e na terra: Ele o Filho Deus, reflecte sobre a celeste Mãe a glória, a majestade, o império da sua realeza; — porque associada, como Mãe e Ministra, ao Rei dos mártires na obra inefável da humana Redenção, lhe é para sempre associada, com um poder quasi imenso, na distribuição das graças que da Redenção derivam.

Jesus é Rei dos séculos eternos por natureza e por conquista; por Ele, com Ele, subordinadamente a Ele, Maria é Rainha por graça, por parentesco divino, por conquista, por singular eleição. E o seu reino é vasto como o de seu Filho e Deus, pois que de seu domínio nada se exclue.

Por isso a Igreia a saúda Senhora e Rainha dos Anjos e dos Santos, dos Patriarcas e dos Profetas, dos Apóstolos e dos Mártires, dos Confessores e das Virgens; por isso a aclama Rainha dos céus e da terra, gloriosa, digníssima Rainha do universo: Regina caelorum, gloriosa Regina mundi, Regina mundi digníssima: e nos ensina a invocà-la de dia e de noite entre os gemidos e lágrimas de que é fecundo este exílio: Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa.

É que a sua realeza é essencialmente materna, exclusivamente benéfica.

[…]

Vós, coroando a imagem de Nossa Senhora, assinastes, com o atestado de fé na sua realeza, o de uma submissão [à] sua autoridade, de uma correspondência filial e constante ao seu amor. Fizestes mais ainda: alistastes-vos Cruzados para a conquista ou reconquista do seu Reino, que é o Reino de Deus. Quer dizer: obrigastes-vos a trabalhar para que Ela seja amada, venerada, servida à volta de vós, na família, na sociedade, no mundo.

E que nesta hora decisiva da história, como o reino do mal com infernal estratégia emprega todos os meios e empenha todas as forças para destruir a fé, a moral, o Reino de Deus, assim os filhos da luz e filhos de Deus têem de empenhar tudo e empenhar-se todos para o defender, se não se quer ver uma ruina imensamente maior e mai desastrosa que todas as ruinas materiais acumuladas pela guerra.

Nesta luta não pode haver neutros, nem indecisos. É preciso um catolicismo iluminado, convicto, desassombrado, de fé e de mandamentos, de sentimentos e de obras, em particular e em público.

Anúncio radiofónico do Papa Pio XII aos fiéis portugueses por ocasião da solene celebração da coroação de Nossa Senhora de Fátima, 13 de maio de 1946.