CNBB em solidariedade ao Papa

Fonte: CNBB

Nota de solidariedade ao Papa Bento XVI

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, e também no Brasil.

Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo.

Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação,  afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.

Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI: “Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos”.

Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.

É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que  sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.

De fato, “a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.

A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.

Mais sobre o Papa e o New York Times

Padres e pedófilos, de João Pereira Coutinho. “No mundo moderno e hipersexualizado em que vivemos, o celibato não é visto como uma opção pessoal (e espiritual) legítima e respeitável. O celibato só pode ser tara; só pode ser um convite ao desvio; só pode ser pedofilia. Esses saltos lógicos são tão comuns que já nem horrorizam ninguém”.

El Papa y los abusos en EE.UU.: lo que el “Times” no cuenta, de Rafael Serrano. “Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores”.

Resposta do pe. Renato Leite, ao infame artigo do Hélio Schwartsman da quinta-feira última. “Não se pode concluir outra coisa, a partir da  análise dos fatos, a não ser a existência oportunista de uma campanha difamatória contra a Igreja Católica que tem nos profissionais de mídia, com baixo teor de honestidade intelectual, como é o seu caso, seus instrumentos mais eficazes”.

New York Times se desmente em seus ataques contra o Papa, por Riccardo Cascioli, via ZENIT. “A documentação publicada pelo New York Times desmente a tese segunda a qual o cardeal Joseph Ratzinger não teria sido suficientemente enérgico ao gerenciar o caso de um sacerdote norte-americano culpado pelo abuso de várias crianças. Essa é a conclusão do jornalista italiano Riccardo Cascioli, ao analisar o episódio, em um artigo do dia 26 de março no jornal Avvenire, que apresentamos a seguir”.

Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores

Padres pedófilos: um pânico moral – por Massimo Introvigne

“Portanto, ao longo de cinqüenta e dois anos, os sacerdotes acusados de pedofilia nos EUA são 958, dezoito por ano. As condenações foram 54, pouco mais de uma por ano”.

“O assim chamado Relatório Ryan de 2009 (…) reporta, no período que investiga, a partir de um universo de 25.000 alunos de escolas, reformatórios e orfanatos [na Irlanda], 253 acusações de abusos sexuais de meninos e 128 de meninas, nem todos atribuídos a sacerdotes, religiosos ou religiosas, de diversa natureza e gravidade, raramente referidos a menores impúberes e que, ainda mais raramente, levaram a condenações”.

“Segundo os estudos de Jenkins, se se compara a Igreja Católica dos EUA às principais denominações protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das denominações – de duas a dez vezes mais alta entre os pastores protestantes do que entre padres católicos”.

Leia o texto completo aqui.

Segundo os estudos de Jenkins, se se compara a Igreja Católica dos EUA às principais denominações protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das

O discurso do óbvio

Papa não vai renunciar, diz cardeal britânico. Mas é claro. Por acaso passou pela cabeça de alguém que o Vigário de Cristo renunciaria? Por causa – como diz a reportagem – de pressão de ativistas?

Que “ativistas” anônimos são esses? Provavelmente nem à Igreja pertencem. Por qual motivo um bando de fulanos se julga no direito de “pressionar” a Igreja Católica para que Ela faça ou deixe de fazer o que quer que seja?

E ainda esperar resultados! A ponto de um cardeal arcebispo precisar dizer que o Papa não vai renunciar, e isto virar manchete! Definitivamente, o mundo não entende a Igreja de Nosso Senhor. E nem é novidade: há um ano, “impunha-se” a “demissão” de Bento XVI. Também a cabeça de João Paulo II foi pedida – também queriam que o Papa anterior renunciasse.

Como se a Igreja fosse uma democracia que existe para agradar o mundo. Como se Ela fosse compartilhar da loucura dos tempos modernos. Talvez o ódio que os anti-clericais têm da Igreja seja uma espécie de inveja: ao verem a Casa construída sobre a Rocha resistir a todas as intempéries, ao longo dos séculos, enquanto eles próprios esfacelam-se a todo instante. Querem medir a Igreja por sua própria concepção distorcida do mundo, e irritam-se quando Ela Se recusa a comportar-Se segundo os modelos ora vigentes.

E esbravejam, e caluniam, e armam ciladas para os católicos, e conspiram contra o Papa, e insuflam a opinião pública contra a Igreja. Mas non praevalebunt – é promessa de Nosso Senhor, da qual a História dá eloqüente testemunho. Esta não é a primeira vez que um Papa é perseguido, e não será a última. Mas a Igreja permanecerá de pé, até a consumação dos séculos.

Deputado Paes de Lira sobre o PNDH-3

Este linguajar – “desconstrução da heteronormatividade” – este linguajar circunvolutivo, pernóstico, ininteligível para o cidadão comum, na verdade quer dizer “tentativa de impôr a destruição do direito de educar as crianças de acordo com a sua identidade biológica”.

– Deputado Paes de Lira

A fala é do final do ano passado, do dia 22 de dezembro, mas só agora eu tive conhecimento dela. Paes de Lira para presidente!

A paixão de Bento XVI

Recebi por email. Não sei a autoria, mas vale uma leitura.

Entre muitas outras coisas, vale a pena ler também:

1. Lobby laicista contra o Papa

2. A Response to Christopher Hitchens’ The Great Catholic Coverup (full version with references) – em inglês, mas muito completo e detalhado

3. Santa Sé emite nota explicativa sobre o caso Murphy nos EUA

4. Christopher Hitchens contra o Papa

* * *

A “PAIXÃO” DE BENTO XVI

entre conspirações, calúnias e “bolas de papel”.

Eis quem se esconde atrás do ataque ao Papa dos valores inegociáveis.
Mas “as portas do inferno não prevalecerão”.

Traduzido e adaptado de Ginaluca Barile www.papanews.it

O primado sobre a Igreja, conferido por Cristo a Pedro e a seus sucessores, não é “simplesmente” a faculdade de guiar o povo terreno na caminhada rumo a Deus. É algo mais. É a entrega do martírio. O próprio Cristo revelou isso ao Apóstolo escolhido para apascentar o Seu rebanho: “Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te vestias sozinho e ias onde querias; mas, quando envelheceres, estenderás a tua mão e um outro te vestirá e te levarás onde não queres” (Jo 21,18).

A profecia de fato se cumpriu, em Roma, pelas mãos de Nerone, sobre a colina do Vaticano, onde Pedro foi crucificado, como o seu Mestre, mas de cabeça para baixo, conforme seu pedido, porque se sentia indigno de morrer da mesma maneira que o Messias.

Nós, católicos, sabemos que Pedro, hoje, é Bento XVI.  Não temos dúvida disso. Mas quem, vestindo os paramentos de Nerone, assopra sobre o fogo do escândalo da pedofilia? Aqueles que desejam silenciar o Papa dos valores não negociáveis; o Pontífice que não se esquivou por medo diante dos lobos; o Chefe da Igreja, sem hesitação ou compromissos na defesa da vida, na condenação do aborto e da eutanásia, na tutela do matrimônio natural.

Trata-se dos potentíssimos lobbys econômicos, farmacêuticos, homossexuais, a quem seria certamente mais cômodo um Papa débil e silencioso ou, melhor ainda, mais “tolerante”. Se trata de verdadeiras e próprias organizações criminais, cínicas e cruéis, que agem em uníssono com a maçonaria para fazer uma caricatura de Bento XVI como o “número 1” da mais ativa e ameaçadora Associação para delinqüir e violentar sexualmente crianças que já existiu em toda a história: a Igreja Católica.

Bem, eles não terão sucesso. Ou, melhor, para dizer tudo, já faliram. Primeiro porque as acusações são infundadas: ninguém como este Pontífice, desde quando era Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, combateu com tantos resultados a pedofilia e os abusos sexuais praticados em geral pelo Clero; depois, porque nenhuma pessoa de bom senso poderia colocar em dúvida a estatura e honestidade intelectual de Joseph Ratzinger.

Depois da “lenda negra” de Pio XII sobre os judeus, há quem queira, hoje em dia, criar a “lenda negra” de Bento XVI, como aquele que passou a vida encobrindo casos de padres pedófilos.

Estamos ainda na Quaresma, mas a “paixão” do Santo Padre já começou dolorosamente.

Avante! Força! Coragem! Ajudemo-lo com a oração, confiando-o e confiando-nos a Maria Santíssima.

Façamo-nos “Cireneus”. Tomemos um pouco da sua Cruz e acompanhemo-lo sem hesitação.

Desde o atentado contra João Paulo II, não se via mais um ataque tão direto e cruel ao Sumo Pontífice.

Mas não podemos e não devemos nos render, até porque a promessa de Cristo a Pedro é irrevogável:

“As portas do inferno não prevalecerão…”

Moralidade do voto em candidatos menos indignos

[Publico na íntegra texto que recebi por email e encontrei no Cruzados de Maria; o contexto é o das eleições municipais espanholas do início do século passado, e tem muito a ver com as discussões acaloradas que se estão travando sobre as eleições presidenciais que se avizinham. O artigo é bem longo, de modo que é necessário clicar no link abaixo para lê-lo na íntegra. No entanto, parece-me extremamente pertinente.

Publico constrangido, sem concordar totalmente com as conclusões às quais ele conduz e – mais ainda! – sem estar convencido de que elas se apliquem com exatidão à situação corrente. Mas, tendo eu defendido posição contrária, impõe-se como uma questão de justiça dar a conhecer o parecer de outros mais sábios e doutos do que eu próprio. Não acredito que isto encerre a discussão, mas sem dúvidas contribui para ela. Que a Virgem Santíssima tenha piedade do Brasil.]

Livre-tradução do artigo “Moralidad del voto a candidatos menos indignos” do Padre Pablo Suárez do Distrito da América do Sul da FSSPX, publicado na edição número 7 dos “Cuadernos de La Reja” – especial “Fazer Política”.

Palavras do editor dos “Cuadernos de La Reja

Neste artigo é feita a exposição de uma discussão doutrinal tida na Espanha nos começos do século passado, por motivo das eleições municipais, resolvidas pela intervenção de São Pio X. O problema que se apresentou então aos católicos espanhóis é o mesmo que, em circunstâncias cada vez piores à medida que avança a corrupção política e social, se apresenta hoje aos católicos do mundo inteiro: Que atitude tomar diante da mentira da democracia atual que nos chama a eleger entre candidatos maus, piores e péssimos, todos contrários às nossas mais fundamentais convicções, para logo felicitarmo-nos porque exercemos a “soberania popular”? O problema é hoje ainda mais complexo, e ao publicar este artigo não pretendemos resolvê-lo. Queremos deixar muito claro que a finalidade que buscamos ao pedir esta relação ao autor – filho querido de nosso Seminário – não é encorajar a participação dos católicos na farsa eleitoral, porque se há algo que foi levando os Estados cristãos à catástrofe na qual nos encontramos, foi crer impossível a resistência aos dogmas republicanos da Revolução. A finalidade imediata é a que expressa o título do livreto: contribuir com alguns esclarecimentos aprovados pelo Magistério da Igreja sobre o difícil problema moral do voto a um candidato indigno. E a finalidade última e principal é que – recorrendo às palavras de São Pio X com que termina o escrito – “tenham todos presente que, diante do perigo da religião ou do bem público, a ninguém é lícito permanecer ocioso”. Porque diante da enormidade do mal corremos o grave risco de renunciar à ação, por mais pequena que esta seja, pelo bem comum da Pátria e da sociedade.

Moralidade do voto a candidatos menos indignos
– Rev. Pe. Pablo Suárez

O título escolhido para apresentar o tema deste trabalho representa uma posição concreta da matéria que abordará; não parece que seja mal fazê-lo assim e, contudo, também poderia intitular-se “Dois artigos e uma carta” pois, na realidade, também se trata disso: por um lado, de dois escritos aparecidos quase um século atrás em uma prestigiosa revista católica espanhola, “Razón y Fe“, e por outro, de uma carta do Papa São Pio X, as três focalizando a problemática referida.

Preliminarmente, seria conveniente formular uma advertência, a saber: que para quem isto escreve, não é do caso converter-se em aficionado delas, senão tão somente basear-se em um dado mais reputado e importante que sirva como elemento de juízo subsidiário para encarar esta espinhosa questão, com a qual certamente têm que conviver os católicos contemporâneos.

Nessa inteligência, o mais apropriado será fazer como uma espécie de relação dos acontecimentos, deixando que sejam os fatos, as opiniões e os atores mesmos envolvidos quem apareçam em primeiro plano, já que é em torno deles que gira toda a questão.

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Mais sobre infanticídio indígena

Que saudades do tempo em que os missionários se esforçavam por catequizar os índios, levando-lhes a palavra de Deus e conferindo-lhes, por meio dos Sacramentos, a Graça Divina! Hoje o Conselho Indigenista Missionário parece-se mais com uma sucursal do Inferno do que com uma entidade preocupada com a salvação das almas e a glória de Deus.

Faço referência ao texto do Contra o Aborto. Leiam lá. E faço coro ao desabafo do William: “Afinal de contas, o que o CIMI faz? Quantos são os convertidos? Quantos são os batizados, quantos os que abraçam a Fé Católica? Ou será que só ficam neste papo furadíssimo de que a cultura indígena deve ser preservada, mesmo que esta tal ‘cultura’ signifique matar recém-nascidos enterrados vivos ou a flechadas?”.

Faço referência, também, ao texto que o Erguei-Vos, Senhor reproduziu. “Esses antropólogos e missionários estão defendendo a teoria de que, para algumas sociedades, o ‘ser ainda em construção’ poderá ser morto e o fato não deve ser percebido como morte. Repetindo – caso a ‘coisa’ venha a ser assassinada nesse período, o processo não envolverá morte. Não é possível se matar uma coisa que não é gente. Para estes estudiosos, enterrar viva uma criança que ainda não esteja completamente socializada não envolveria morte”.

Na verdade, todo o celeuma gira em torno de uma reportagem publicada no amazonia.org.br, que chama – já no título – o infanticídio de “direito da mulher indígena”. O texto é simplesmente asqueroso. E, lá, encontramos o sr. Saulo Feitosa – secretário-adjunto do Cimi – falando sobre este “costume” indígena da seguinte forma singela:

Para ele, organizações contrárias ao infanticídio fazem uma campanha mentirosa de que a comunidade obriga a mãe indígena a tirar a vida de seu filho, quando não é verdade.  “No local do nascimento, só ficam a parturiente, a mãe e a avó.  Elas é que vão decidir se vão ou não deixar a criança viver.  Se o filho não volta com as mulheres indígenas, é porque elas decidiram não ter a criança”, afirma.

Sinceramente, o que este sujeito ainda está fazendo em “um organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)”, conforme se pode ler no “Quem somos?” do site do Cimi? Por que raios este conselho indigenista dos infernos ainda existe? O que justifica a defesa velada – e, às vezes, nem tão velada assim… – do infanticídio vergonhosamente praticado por algumas tribos indígenas?

O que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem a dizer sobre isso?

Ameaça ao Estado Laico!

Fonte: Diário Oficial de Pernambuco.

DIÁRIO OFICIAL

Estado de Pernambuco

Ano LXXXVII – Recife, terça-feira, 16 de março de 2010 – Nº 49

CASA CIVIL

Por determinação do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, o expediente nos dias 01 e 02 de abril, consagrados à Paixão de Cristo, será considerado ponto facultativo nas repartições públicas e entidades da administração indireta estadual, com exceção daqueles serviços cujo funcionamento seja indispensável, a juízo do chefe do órgão.

Recife, 15 de março de 2010.

RICARDO LEITÃO

Secretário da Casa Civil

Angelus Domini nuntiavit Mariae

Hoje é o dia em que, por excelência, podemos rezar o Angelus Domini nuntiavit Mariae. A festa da Anunciação, quando o Anjo fez saber à Virgem Santíssima que Ela seria Mãe do Salvador. Um anjo que possui uma natureza superior à humana, saudando a uma Mulher. Ave, gratia plena! – disse São Gabriel. Ave Maria, cheia de graça! – até hoje nós repetimos. Porque todas as gerações chamarão a Virgem Santíssima de bem-aventurada.

Lembro-me agora de uma música de Anjos de Resgate. Chama-se “Maria e o Anjo”, e reproduz um hipotético diálogo entre a Virgem Santíssima e o Arcanjo Gabriel no momento da Anunciação. Lembro-me de uns versos que são particularmente felizes, quando a Virgem pergunta ao anjo: “Por que teus lábios tremem tanto assim? / Por que não tiras teus olhos de mim?”. E este, por sua vez, responde: “Há tanta graça em estar diante de ti / e o Céu inteiro espera por teu sim!”.

E gosto de imaginar as glórias da Virgem Santíssima assim, de tal maneira que até mesmo um Arcanjo treme diante d’Ela. Criatura, sim, mas Mãe do Criador, e de tal modo que foi feita Rainha dos Anjos, Regina Angelorum. Naquele instante terrível em que a Virgem Santíssima ainda não havia concebido do Espírito Santo, mas já era cheia de Graça. Aquele instante no qual “o Céu inteiro” aguardava, ansioso, que Ela dissesse “sim”. Maravilhoso prodígio da co-redenção: a Virgem Maria já inicia a salvação do mundo antes mesmo do Verbo fazer-Se carne. E São Gabriel, mensageiro do Altíssimo, embaixador das hostes celestes, treme diante de uma Virgem, esperando-lhe a resposta.

Fiat mihi secundum verbum tuum – Ela responde. Lá no Gênesis, Deus inicia a criação do mundo com um fiatfiat lux. Agora, nos Evangelhos, a Virgem Santíssima inicia a redenção do mundo também com um fiat: só que, dessa vez, é fiat voluntas tua. O poder de Deus cria o mundo, mas é por meio da cooperação livre de uma criatura que se inicia a salvação do mundo. Faça-se, diz a criatura ao Criador; e deste segundo fiat brota uma obra ainda maior do que do primeiro. “Sorri e vai ao Céu anunciar: / sim, eu serei a Mãe do Salvador”, como canta a música à qual me referia antes. E gosto de imaginar o extremo júbilo desta hora. “Sorri” é uma das melhores coisas que se pode dizer de São Gabriel neste momento.

Et Verbum caro factum est. E vimos a Sua Glória. E, por Seu Santíssimo Sangue derramado, tivemos os nossos pecados perdoados. E, por meio d’Ele, fomos feitos filhos de Deus. Maravilhosa obra da graça, a que jamais poderemos agradecer o suficiente e cujas dimensões nunca seremos capazes de abarcar! Mas tudo isto se inicia no dia de hoje, quando a Virgem Santíssima diz “sim” ao plano de Deus, e fiat à vontade do Altíssimo. O milagre da nossa redenção inicia-se na solidão de um quarto, onde uma Virgem encontra-se com um Arcanjo, o qual foi encarregado pelo Onipotente de anunciar-Lhe que Ela conceberia e daria à luz o Filho de Deus.

O Anjo do Senhor anunciou à Virgem Santíssima. E Ela disse “sim”. E concebeu do Espírito Santo. E o Verbo de Deus Se fez carne, e habitou entre nós. Todos os dias somos convidados a relembrar esta história; mas a sua grandeza muitas vezes se esconde na rapidez com a qual repetimos as palavras da oração. Que, hoje, rezemos o Angelus com mais vagar. Que a Anunciação possa nos servir de profícuo objeto de meditação. E que a Virgem Santíssima interceda por nós, a fim de que também – à semelhança d’Ela – possamos dizer ao Deus Altíssimo fiat voluntas tua. Em cada pequeno detalhe de nossas vidas.