Não basta não ser pecador, é preciso ser santo

Ainda sobre a questão dos abusos sexuais praticados por membros do clero, foram publicados nos últimos dias diversos textos abordando aspectos bastante pertinentes do problema. Comento aqui somente um ou outro ponto deles, escolhidos por afinidade temática e não por serem necessariamente os mais importantes. O assunto é bem grave e demanda mesmo textos longos, cuja leitura na íntegra este post não tem a pretensão de suprir.

Chamo a atenção, em primeiríssimo lugar, para o Carlos Ramalhete apontando o homossexualismo como a verdadeira raiz do problema. «O que agora vem se tornando claro, ainda que disso pouco se falasse no começo do escândalo, mas que eu vinha falando desde que estes horrores inomináveis começaram a vir à luz, é que as vítimas, em sua imensíssima maioria, não eram criancinhas, mas rapazinhos. Em outras palavras, não se trata, nunca se tratou, de um escândalo de pedofilia, sim de efebofilia. Ou, em outras palavras, de homossexualismo.» 

Esta análise, é importante frisar, não é característica exclusiva de católicos conservadores. Gostaria de lembrar que mesmo os ataques virulentos de um Reinaldo Azevedo contra o celibato católico têm esse mesmíssimo pano de fundo. Veja-se, por exemplo, velharias como “Igreja não é armário”, “Ou a Igreja acaba com o celibato ou o celibato acaba com a Igreja” (sic) e “Sacerdócio não é armário”. Naturalmente, este blog por diversas vezes já se levantou contra a tagarelice do sr. Reinaldo quando de suas incursões pouco piedosas no terreno do Catolicismo; neste caso específico, no entanto, o erro dele é de terapêutica e não de diagnóstico. A constatação de que há homossexuais infiltrados no clero católico é uma constatação verdadeira; a idéia de acabar com o celibato por conta disso é que é uma estupidez.

É compreensível que as pessoas — de boa ou de má vontade — queiram apontar soluções para o problema; talvez mais do que nunca, esta é uma marca dos dias atuais. Mas existem alguns pontos que não podem ser obscurecidos. Primeiro, que a reforma da vida sacerdotal virá dos sacerdotes e não dos leigos — e, portanto, as intermináveis laudas publicadas na internet sobre o assunto não podem aspirar senão a um papel bem modesto nesta batalha. Segundo, que a abominação da desolação exige de nós orações redobradas: o Papa Francisco chegou a pedir ao povo de Deus jejum e oração, lembrando que — segundo Nosso Senhor — é somente à força deles que certos demônios podem ser expulsados. E, terceiro, que a vastidão dos pecados do clero não nos pode fazer perder de vista — nem por um segundo — a multidão ainda mais inumerável de padres honestos, que decerto prefeririam morrer a desonrar a vocação sacerdotal a que um dia foram chamados. É preciso, mais do que nunca, rezar por eles.

Este último ponto, no entanto, precisa de maiores desenvolvimentos. É que o lobby gay dentro da Igreja aparenta ser tão vasto que houve até quem falasse em uma corrupção do clero a rivalizar com a da época dos Bórgia (!). A retórica é exagerada e até mesmo injusta; mas que se deixe isso um pouco de lado por enquanto, porque a situação é calamitosa, e às vezes acontece de pessoas bem intencionadas errarem a mão na hora de se levantarem contra injustiças. O fato é que um laxismo generalizado paira sobre a Igreja, e isso é escandaloso e atrai a ira de Deus. «O triunfo da degradação homossexual em tantas dioceses e ministérios na Igreja Católica», diz o artigo do Matthew Hoffman, «deve-se a uma causa fundamental: a aceitação generalizada de um laxismo moral que minimiza a gravidade do pecado sexual e entende a continência como um simples “ideal”, fora do alcance de um católico comum.»

Trata-se de um naturalismo grosseiro que desdenha da graça de Deus e que, em última instância, almeja confinar a sublime vocação humana à santidade em uma vida medíocre e acomodada. Trata-se de uma completa inversão do ideário missionário da Igreja, que sempre consistiu na elevação moral dos católicos para muito além do espírito do seu tempo e, hoje, parece empenhado em reduzir as sublimes exigências do Cristianismo à altura de homens tíbios e pusilânimes, satisfeitos em se arrastar mundo afora curvados sob o peso da própria sensualidade. Trata-se, em suma, de algo indigno da Igreja nascida do costado traspassado de Cristo no alto da Cruz, que foi fundada para arrancar dolorosamente o pecado do mundo e não para acomodar confortavelmente o mundo no pecado.

Essas cores podem parecer demasiado vívidas, mas é sinceramente difícil escolher outras com as quais se possa pintar honestamente o panorama atual. Cada notícia que nos chega é mais escabrosa do a anterior. Agora o Michael Voris denunciou uma rede de tráfico de seminaristas homossexuais (!) da Colômbia para os Estados Unidos, que funcionou durante anos e se estendia por diversas paróquias e dioceses do leste americano. A matéria fala em “por lo menos seis diócesis implicadas”, número que, por conta das informações que continuam chegando, “sigue creciendo”.

Tudo isso é um acinte, é um escárnio, é uma vergonha. E uma situação assim drástica exige uma reação também vigorosa, enérgica, radical. Diante de tamanha podridão não é suficiente se manter fleumaticamente afastado: é preciso o combate explosivo, colérico, visceral. Os pecados são muitos e muito graves; é preciso contrapôr a eles um clero santo. Não é o suficiente guardar a própria castidade, é preciso fazer violência contra o laxismo hegemônico. Não basta não ser homossexual, não basta não estar envolvido em escândalos, é preciso denunciar e combater os que desonram a Igreja de Nosso Senhor. Não basta levar uma vida meia-boca, dessas que, como se diz, “não fede nem cheira”: é preciso ser trigo sadio e vistoso, que se ergue, dourado, em direção ao sol, abafando e sufocando com a própria virtude o joio circundante. Não basta não ser pecador; é preciso ser santo.

E que nós, leigos, possamos rezar mais e nos mortificar mais, que passemos a nos voltar para Deus com mais frequência e com mais confiança, e que levemos mais a sério a Fé em Cristo que a Igreja nos legou. Ela sofre e agoniza. Nós queremos vê-La saudável e resplandecente, iluminando todos os homens e sendo, na História, instrumento eficaz da glória de Deus e da salvação das almas. Mas nossas mãos estão atadas. Sacerdotes de Cristo, tomai sob vosso encargo, corajosamente, virilmente, a defesa da Esposa de Nosso Senhor! É a vós que primeiro compete restaurá-La. Sem vós nada podemos fazer.

Novo bispo de Teresina e celibato sacerdotal

Com relação à reportagem sobre o novo bispo de Teresina (“Novo arcebispo diz que papa não é infalível e que padre deveria casar”), é preciso fazer alguns esclarecimentos.

Com relação ao primeiro ponto (“que [o] papa não é infalível”), por uma questão de justiça, é preciso dizer que as declarações de Sua Excelência publicadas na Folha de São Paulo estão corretas e não permitem deduzir, como a matéria insinua, que o prelado negue a infalibilidade papal. Muito ao contrário até, Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho relembra explicitamente que o Papa é infalível em assuntos de Fé e Moral, e não em qualquer coisa:

“O papa não é infalível quando fala tudo. A Igreja tem a convicção de que ele é infalível quando fala de fé e moral”, afirma dom Jacinto.

E isso, a rigor, está exato. O Papa é infalível quando exerce o seu Magistério em grau máximo e, por definição, as proposições a respeito de Fé e/ou de Moral é que são o objeto do Magistério da Igreja. Entre as condições exigidas para o exercício da infalibilidade – conforme definidas na Pastor Aeternus – está o conteúdo da sentença pontifícia, que precisa ser concernente à Fé ou à Moral (grifos meus):

[E]nsinamos e definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, irreformáveis.

Infelizmente, a mesma coisa não pode ser dita com relação às declarações de Dom Jacinto sobre o celibato sacerdotal. Embora seja verdade que ele “é uma disciplina da Igreja [Católica] que pode mudar”, isto não muda em nada a sua obrigatoriedade (incontáveis vezes reafirmada) para a Igreja latina e nem a reverência que todo mundo precisa ter – em particular, um bispo para com o Papa! – às ordens legítimas dos legítimos superiores.

Lembro-me de ter tecido detalhadas críticas ao Reinaldo Azevedo quando, há mais de dois anos, ele se empenhou em uma virulenta campanha contra o celibato. Aquilo que escrevi sobre o articulista da Veja permanece integralmente válido e serve, também, para responder ao novo bispo de Teresina. O texto é longo, mas o remeto a quem quiser uma análise mais detalhada, que pode ser útil. Apenas um excerto:

Uma outra coisa completamente diferente é a promulgação de uma norma de direito eclesiástico, que (obviamente) não é matéria dogmática, mas que foi efetivamente promulgada e, portanto, está em vigor, como é o caso do celibato sacerdotal. Dizer que “o celibato não é dogma” não é, nem de longe, a mesma coisa que dizer “a existência do Limbo não é dogma”. Neste último caso, estamos tratando de uma hipótese teológica cujo grau de adesão exigido, de fato, enfraquece-se quando se diz que ela não é um dogma; mas, para uma questão disciplinar, não faz sentido em se falar em “adesão” de Fé, porque – evidentemente – a uma disciplina não se adere com Fé, mas se lhe obedece. E o fato (aliás auto-evidente) de que uma disciplina “não é dogma” em nada muda as obrigações que o católico tem para com ela.

[…]

Sinceramente, contradizer abertamente uma posição do Sumo Pontífice e querer “debater” uma coisa cuja obrigatoriedade foi reafirmada há menos de um ano por aquele que detém a autoridade máxima para obrigar ou desobrigar as questões disciplinares da Igreja Católica é o cúmulo da teimosia. É uma tremenda extrapolação dos direitos que o católico tem em relação àquilo que não é dogmático. O Papa dizer uma coisa, e então um católico procurar “debater” em defesa da posição contrária, para o Papa reafirmar a mesma coisa, e o tal católico insistir ainda no contrário, e assim ad aeternum, não é direito de católico nenhum. Isso é um completo desrespeito às autoridades da Igreja, que são quem, em última instância, detêm a autoridade final para responder a essas questões.

Com relação a Dom Jacinto, não dá para dizer – ao contrário do que insinuou a matéria da Folha de São Paulo – que ele negue a infalibilidade do Papa e, por conseguinte, seja um herege. Esta acusação é no mínimo temerária. No entanto, e infelizmente, parece que Sua Excelência tem sim alguns problemas, se não com a Autoridade Suprema de Ensino da Igreja, ao menos com a Sua Suprema Autoridade de Governo. E, embora seja uma posição sem dúvidas menos grave, é também uma lástima que um expoente da hierarquia da Igreja venha dessa maneira a público tentar minar o poder de governo que o Romano Pontífice – por direito divino – tem sobre a totalidade da Igreja de Cristo.

P.S.: Após a repercussão negativa da matéria, foram publicados alguns esclarecimentos no site da Arquidiocese de Teresina. Lamentavelmente, os órgãos de imprensa – até onde consegui verificar – não se preocuparam em reproduzir este direito de resposta de Dom Jacinto Sobrinho: as matérias sobre o arcebispo que diz que o Papa não é infalível continuam na rede sem nenhum tipo de errata ou de referência aos esclarecimentos do Arcebispo de Teresina, os quais parecem só se encontrar no site da Mitra. Contrariamente ao que foi veiculado na mídia, as declarações de Dom Jacinto sobre os temas polêmicos abordados na matéria original são os seguintes:

  • O Papa é infalível, quando: ex cathedra – fala de fé e moral. O Magistério Ordinário do Romano Pontífice é para ser sempre acolhido e seus ensinamentos postos em prática.
  • [O] dom do celibato será sempre uma riqueza para a Igreja de Cristo e sinal do Reino futuro.
  • Não sou teólogo e jamais me filiei a qualquer movimento ligado à Teologia da Libertação.

Sobre os recentes dados do IBGE referentes à queda do número de católicos no Brasil

Sobre o último censo do IBGE que mostra uma “queda recorde de fiéis [católicos] no Brasil”, caberia fazer algumas ligeiras observações.

1. Como o Reinaldo apontou, a outra possível leitura dos dados do IBGE é a de que a esmagadora maioria (86,8%) dos brasileiros ainda são cristãos. Cabe, portanto, lembrar o lado cheio do copo.

2. A missão da Igreja Católica não é “ser popular”, e o Seu sucesso é medido pela fidelidade intransigente à Doutrina legada por Seu Divino Fundador – e não por métricas de IBOPE nem por taxas estatísticas de crescimento aplicáveis a empresas ou a bolsa de valores. E, no quesito “fidelidade”, a Igreja de Cristo vai muito bem, obrigado.

3.  Como disse alguém recentemente, a Igreja não está perdendo “fiéis”, e sim infiéis. Os fiéis, graças a Deus, continuam n’Ela. Esta diminuição do número de católicos não implica em uma diminuição da Sua força ou da Sua ação na sociedade porque os que saíram são, precisamente, os que já nada faziam por Ela.

4. A Igreja não tem problema em ser pequena. Historicamente, a propósito, Ela foi minoria (perseguida inclusive) por incontáveis vezes. Mesmo nos momentos de relativa tranqüilidade e de exuberante desenvolvimento do catolicismo, o número de católicos convictos sempre foi e sempre vai ser muitíssimo menor do que o de batizados mais ou menos indiferentes à questão religiosa. A preocupação da Igreja é e sempre foi com a qualidade dos Seus fiéis, e não com a quantidade deles.

5. A evidente maior causa desta diminuição do número de católicos no Brasil é a adoção, por parte de algumas autoridades religiosas, de uma política de “boa convivência” com o mundo que termina degenerando, na prática, na negação da identidade católica. Catolicismo superficial e meloso (= “shows-missa”, “Jesus-amigão”, “fé-auto-ajuda”, etc.) e marxismo putrefato transvestido de doutrina católica (= “Teologia da Libertação”) são os grandes rombos no casco da nau da Igreja no Brasil responsáveis pela maior parte desta sangria de católicos.

6. Com todos os ataques que a Religião Verdadeira sofre nos dias de hoje, o que é verdadeiramente impressionante é que mais da metade dos brasileiros ainda tenham a coragem de se afirmarem católicos diante de um agente do Governo!

Num mundo onde o que é passageiro e efêmero é exaltado quase ao ponto da idolatria (à guisa de exemplo, eu soube recentemente que alguém teve a idéia fantástica de imprimir livros que se auto-destroem (a tinta desaparecendo e as páginas ficando em branco) depois de dois meses), torna-se admirável que ainda haja pessoas dispostas a guardar a Fé legada pelos cristãos dos tempos passados. Contra as tormentas atuais, o que permanece firme como rocha é a clareza daquela promessa de Cristo a São Pedro: non praevalebunt! A cultura do efêmero, por sua própria pregação inconseqüente e irresponsável, há de passar: afirmar isso chega a ser redundante. E então a Igreja há de vicejar novamente sobre os escombros da modernidade falida. Por fim, triunfará o Imaculado Coração da Virgem como Ela prometeu. Façamos cada qual a nossa parte, enquanto esperamos no Senhor. Dias melhores virão, é certo.

Redução de danos para aborto ilegal: mais uma investida pró-aborto do governo

As atuais políticas de redução de danos não fazem sentido. Acho que nunca conheci alguém que fosse defensor entusiasta delas e, ao mesmo tempo, não nutrisse uma simpatia mal-disfarçada pela prática cujos “danos”, supostamente, se está querendo minimizar. Na teoria, tais políticas deveriam servir para minimizar os impactos de uma prática nociva enquanto se trabalha diligentemente por sua erradicação; na prática, elas servem para anestesiar as consciências e acostumar as pessoas (e o orçamento público) a determinadas atitudes pouco aceitas pela sociedade enquanto se planeja (e se executa) a sua inserção social.

E a coisa se reveste de uma particular perversidade quando alguém propõe políticas de redução de dano para o aborto. A notícia já provocou reações bastantes fortes internet afora. À guisa de exemplo, trago duas.

Primeiro, o Reinaldo Azevedo, dizendo que o Ministério da Saúde estuda forma oblíqua de legalizar e patrocinar o aborto. Destaco: «Dilma era favorável à legalização do aborto. Disse isso mais de uma vez. Declarou ter mudado de opinião quando se fez candidata. […] Eleita, Dilma nomeou para o Ministério das Mulheres uma abortista fanática e aborteira confessa e mantém o tema como agenda permanente do governo, embora escolha sempre um caminho oblíquo».

Depois, este excelente editorial da Gazeta do Povo sobre o assunto. Excerto: «A população brasileira não quer o aborto livre – fato demonstrado por inúmeras pesquisas. Todas as tentativas de legalizar a prática foram, até o momento, barradas pelo Congresso Nacional. É lamentável que, na contramão do desejo dos cidadãos e da garantia do direito fundamental à vida, o governo federal siga insistindo em maneiras de contornar a legislação e permitir a eliminação indiscriminada de inocentes».

Não se trata, por óbvio, de socorrer as mulheres que tenham complicações por conta de abortos clandestinos já consumados. É óbvio que não é este o objetivo destas novas políticas, uma vez que jamais passou pela cabeça de ninguém defender que se negue assistência médica às mulheres que chegam aos hospitais após saírem das clínicas dos aborteiros. O objetivo orquestrado aqui (e na questão do aborto dos anencéfalos, dos embriões humanos destruídos em pesquisas, em “normas técnicas” de atenção humanizada ao abortamento, na alquimia jurídica transmutando um crime em um dever do Estado, na nomeação de abortistas escancarados para postos-chave da administração pública, no anteprojeto de reforma do Código Penal, etc., etc.) é claramente a implantação do aborto no Brasil à revelia da população.

Sim, porque a população brasileira é majoritariamente contrária ao aborto, como lembrou recentemente a Dra. Lenise Garcia. E esta ubiqüidade subreptícia da agenda abortista no Brasil só revela o quanto o nosso atual governo está pouco se lixando para os anseios da população brasileira, ao menos tempo em que trabalha com afinco para honrar os compromissos abortistas assumidos com entidades e organismos internacionais.

Dias Tumultuados: crucifixos, hackers e aborto

Estes últimos dias estão sendo bastante tumultuados. Ao mesmo tempo em que o pe. Paulo Ricardo é atacado com virulência e este fato mobiliza a internet inteira em sua defesa, outras coisas importantíssimas também acontecem e correm o risco de passar despercebidas.

Na contramão do Direito contemporâneo e da tomada de consciência da importância do respeito à liberdade religiosa, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou a retirada dos crucifixos dos prédios públicos. Uma questão que julgávamos já superada volta à tona; com uma canetada, os magistrados gaúchos nos lançam de volta às Trevas do final do século XVIII das quais já nos havíamos desvencilhado. O retrocesso é enorme.

Heroicamente, o bispo de Frederico Westphalen, Dom Antonio Keller, lançou uma nota pastoral que era também um protesto: «Podem nos tirar os crucifixos e as imagens expostas em locais públicos. Mas jamais poderão tirar de nós a fé e a adesão aos princípios e valores do Evangelho». Parabéns a Sua Excelência! E preparemo-nos para defender a Fé da Igreja. Afinal, Cristo estava aqui antes dos fanáticos laicínicos inventarem sua própria religião idiota.

Grupo Anonymous reivindica ter derrubado ontem o site do Vaticano! Como comentou magistralmente o frei Rojão, não há nada de novo: são apenas «[c]oisas velhas e atrasadas que aporrinham a humanidade há muito tempo [e] aprenderam a usar computador»…

– Hoje é o Dia Internacional da Mulher e, desgraçadamente, os inimigos do gênero humano estão reunidos em Brasília para, em audiência pública, discutirem a reforma do Código Penal que, na verdade, é mais uma tentativa sub-reptícia de legalizar o aborto no Brasil. Faço eco ao pedido do Wagner Moura: «Mulher, você pode fazer alguma coisa: ligue gratuitamente para o Alô Senado, 0800-612211, registre a sua vontade de que ninguém use uma reforma no Código Penal para legalizar o aborto no Brasil e peça, enfaticamente, que os senhores Luiz Flávio Gomes e Luiza Nagib Eluf sejam excluídos imediatamente da comissão que trata do novo Código Penal». Esta é uma batalha de todos nós; não podemos permitir que a infâmia do aborto possa macular esta Terra de Santa Cruz.

Hoje é o dia da mulher e, nele, devemos nos lembrar d’Aquela Mulher que é em Si o modelo perfeito de toda feminilidade. Neste dia em que nos querem vender uma caricatura de mulher que, pretendendo uma suposta autonomia, reivindica o direito de matar os seus próprios filhos, apresentemos ousadamente Aquela que, dentre todas as filhas de Eva, é a Única digna de representar todo o gênero feminino. É Maria Santíssima a Mulher na qual todas as outras devem ter os olhos fixos, ansiando por imitar-Lhe as virtudes. Neste Oito de Março, rezemos à Virgem Santíssima para que interceda pelo Brasil. É Ela a Mulher que deve orientar a verdadeira compreensão do papel feminino em nossa mundo – aliás, Ela é a única que pode fazê-lo de modo digno.

Canção Nova, Edinho Silva, Eto Jardim, Reinaldo Azevedo e o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: o imbroglio

Registrem-se os fatos ad perpetuam rei memoriam:

1. A rede católica Canção Nova anunciou a criação de um programa apresentado pelo deputado petista Edinho Silva, inimigo da Igreja de Cristo. O nome do programa é “Justiça e Paz”.

2. O sr. Eto Jardim, administrador da Canção Nova, disse que o programa foi um pedido explícito de Dom Cláudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

3. Os católicos Brasil afora indignaram-se com a palhaçada. Os protestos encontraram eco até mesmo no blog do Reinaldo Azevedo, conhecido comentarista político. As reclamações começaram a chegar em Dom Benedito Beni, bispo de Lorena, sob cuja jurisdição está a Canção Nova em Cachoeira Paulista.

4. Reuniões aconteceram. A Canção Nova resolveu cancelar este programa bem como todos os outros da sua grade que eram apresentados por políticos. O Reinaldo Azevedo comemorou (pessimamente) o ocorrido.

5. O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, por meio do seu Twitter oficial, divulgou o texto comemorativo do Reinaldo Azevedo acima citado, indo assim na contramão do que dissera anteriormente o sr. Eto Jardim: o administrador da Canção Nova tentara vender o programa como uma iniciativa do mesmo Dicastério que, depois, divulgou alegremente o seu cancelamento.

Os fatos são verídicos conforme os links supracitados os atestam e dão fé. O que significam, contudo, só o tempo dirá.

Escândalo da Canção Nova atinge os comentaristas políticos: proteste junto a Dom Beni!

Sobre o mais recente escândalo envolvendo a Canção Nova e o programa concedido por esta emissora católica ao deputado petista Edinho Silva, presidente do PT-SP e defensor entusiasta da apreensão ilegal dos panfletos da CNBB Sul 1 nas eleições presidenciais do ano passado, o Reinaldo Azevedo também comentou. Duas vezes.

Primeiro aqui e depois aqui. Neste último texto, o Reinaldo é taxativo:

Não, senhores! Algo não vai bem no comando da Canção Nova no que diz respeito à doutrina. Parece que os dirigentes da comunidade estão perigosamente perto do poder terreno e um tanto mais distantes do poder de Deus — E ISSO NADA TEM A VER COM OS FIÉIS, JÁ QUE A VERDADEIRA IGREJA É O REBANHO. Homens podem se desvirtuar, todos sabemos disso. Chalita também estava na estréia de Edinho. Parece-me que está em curso uma tentativa de instrumentalizar a fé em favor de uma escolha político-eleitoral.

De fato, algo não vai bem na Canção Nova, e não é de hoje. O articulista da Veja está certíssimo – e não se trata de ser profeta ou vidente, mas apenas de analisar os fatos tais como eles se apresentam e tirar deles as suas conseqüências imediatas. O escândalo é tão grande que atingiu até mesmo as colunas não-religiosas de comentaristas políticos. Só a Canção Nova que não vê, não quer ver ou finge que não vê.

A charge é da autoria do Emerson de Oliveira e retrata bem a situação: uma emissora católica dando voz a um representante de um partido assassino e anti-católico, perseguidor manifesto da Igreja de Cristo.

Não adianta, portanto, protestar junto à direção da Canção Nova: aqui só resta bater a poeira dos calçados e seguir adiante. Adianta, talvez, suplicar ao Bispo de Lorena, Dom Benedito Beni, que intervenha junto à emissora para fazer cessar esta infâmia. Peço, portanto, aos que passarem por aqui e estiverem justamente indignados com esta palhaçada toda, que as reclamações sobre este fato lamentável sejam encaminhadas diretamente a Dom Beni, de forma educada e polida, suplicando-lhe que faça alguma coisa. Os emails de Sua Excelência são dombeni@mitralorena.com.br [p.s.: este primeiro não está funcionando] e dbbsantos@uol.com.br.

E rezemos, para que o Senhor tenha misericórdia de nós e não permita que a iniqüidade dos inimigos da Igreja possa ser glorificada pela Canção Nova. Que a sujeira partidária petista não emporcalhe os nossos meios de comunicação “em nome de Deus”. Que o escândalo não seja mais tolerado. Exsurge, Domine, não tardeis.

Extermínio de cristãos no Egito: a face perseguida do Cristianismo

Li no Reinaldo Azevedo e nem vou me demorar muito em comentários: vejam diretamente lá. «A verdade, já escrevi aqui, é que cadáveres cristãos rendem poucas perorações humanistas, embora seja o cristianismo a religião mais perseguida do mundo – a rigor, é a única cassada e caçada em vários cantos do planeta. Um cadáver cristão jamais atingirá a altitude moral de um cadáver palestino, por exemplo, porque lhe faltam as carpideiras da ideologia e do vitimismo profissional».

Enquanto isto, aqui nos trópicos, a perseguição (ainda) é de outra natureza: moral. Eu comentava ontem sobre os crucifixos em prédios públicos, mas o ataque ideológico ao Cristianismo age em diversas frentes. Acho que era o Orlando Fedeli quem dizia que, em Paris, aos finais do século XVIII, começaram zombando dos católicos. Em todo caso, o fato é que perseguição moral é já perseguição, e que Cristo ainda hoje encontra (em triste abundância para o “civilizado” século XXI!) quem derrame o seu sangue por Ele. Sem que ninguém se importe, ocultos sob o véu do silêncio cúmplice da mídia.

Rezemos pela Igreja perseguida. E não nos calemos. Nem desanimemos, porque o sangue dos mártires é ainda hoje – como era no passado – semente de cristãos.

Gaystapo: blasfêmias

Há duas notícias importantíssimas que não podem deixar de ser (ainda que brevemente) comentadas. Veja-se este post e também o próximo.

A primeira é sobre o vilipêndio religioso ocorrido na última Parada Gay de São Paulo. Sobre isto, cabe dizer:

1. Nada de novo sob o sol, porque qualquer pessoa que esteja minimamente familiarizada com o Movimento Gay sabe do que eles são capazes [veja-se, à guisa de exemplo, este vídeo profundamente blasfemo (sem sombra de exagero, não é recomendado para pessoas sensíveis) feito em San Francisco, durante a última Páscoa; deste eu havia visto algumas fotos, mas o vídeo é muito mais chocante – salvem antes que ele seja retirado do youtube].

2. É bastante óbvio que tal ato configura “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” e, portanto, é crime.

3. Pior do ser crime, tal ato revela uma degeneração moral que chega às raias do patológico, uma hipocrisia tão gigantesca que não se encontra em pessoas normais: ninguém pode nem olhar torto para um gay que eles começam a rasgar as vestes histericamente, gritando “homofóbico, homofóbico!”, mas eles próprios se arrogam o direito de debochar da Fé Católica e de colocar imagens de santos em situações eróticas sem que vejam nenhum problema com isso! Sobre o assunto, veja-se o também o Reinaldo Azevedo:

Resta evidente que, embalados pela disposição do próprio Supremo de cassar o Artigo 226 da Constituição para reconhecer a união civil entre pessoas do mesmo sexo, os sindicalistas do movimento gay perderam a noção de medida e de parâmetro. Sexualizar ícones de uma religião que cultiva um conjunto de valores contrários a essa forma de proselitismo é uma agressão gratuita, típica de quem se sente fortalecido o bastante para partir para o confronto. Colabora com a causa gay e para a eliminação dos preconceitos? É claro que não! Não estão eles dizendo que não querem mais ser discriminados nas escolas, nas ruas, campos construções?  Você deixaria seu filho entregue a um professor que acha São João Batista um, como posso dizer, “gato”? Que vê São Sebastião e  não resiste a um homem agonizante, sofrendo? O que quer essa gente, afinal? Direitos?

4. Pior ainda, tal ato (como tantos outros do Movimento Gay mundo afora) consiste em uma profunda blasfêmia e em um horrível sacrilégio, pelos quais é necessário oferecer a devida reparação. Que o Altíssimo Se compadeça de nós.

5. Tal agressão gratuita exige uma reação enérgica. Cadê a CNBB? As autoridades católicas não podem silenciar diante desta infâmia.

Governantes Brasileiros: de guardiões da vontade do povo a adestradores de animais

O PLC 122/2006 estava ontem na pauta de votação do Senado. A expectativa era a de que, hoje (Sexta-Feira…), amanhecêssemos homofóbicos.

Acho que não foi desta vez. A Agência Senado noticiou a aprovação de um debate sobre o malfadado projeto. Pelo que pude entender, “o momento e o formato adequado do debate” serão negociados posteriormente – e foi só assim que os senadores entraram em consenso. Aliás, praticamente o mesmo requerimento fora feito tanto pela Marta Suplicy quanto pelo Magno Malta; e reproduzo o teor de ambos (via IPCO, com os destaques lá colocados; a fonte primária está aqui) para comparação:

Senador Magno Malta e outros Senhores Senadores: “[…] requerem que seja feita audiência pública, COM ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL, destacando OAB, CNBB, e Conselhos de Líderes Religiosos Brasileiros, DENTRE OUTRAS […]”

Marta Suplicy “[…] Requeiro… … Audiência Pública… ESTA AUDIÊNCIA PÚBLICA TERÁ A PARTICIPAÇÃO DOS SEGUINTES CONVIDADOS: Michael Donald Kirby – Juiz aposentado da Suprema Corte Australiana; Jurista; Acadêmico; MARIA DO ROSÁRIO – SECRETÁRIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA; ELLEN GRACIE – MINISTRA DO (STF); REPRESENTANTE DA – ABLGT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS; Representante da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil. […]”

Seria engraçado se não fosse trágico: a senhora Suplicy quer um debate para o qual não sejam convidadas as partes discordantes! Um debate de cantilena monotônica, onde todos pensam praticamente a mesma coisa: apenas para dar um verniz de legitimidade e consenso à decisão ditatorial. Faz algum sentido realizar uma audiência pública sem convidar as partes que discordam do assunto debatido? Na cabeça da Marta Suplicy, não apenas faz sentido como também é exatamente isto que ela está requerendo! Se vivêssemos em um país sério, semelhante proposta faria a senadora corar de vergonha. Mas já vivemos sob uma ditadura velada, onde os poderes constituídos foram tomados por inimigos da Pátria – os quais zombam do povo com propostas como esta da senadora petista. A mulher é um verdadeiro suplício para o país!

Contrariando o costume, quero aproveitar a oportunidade para citar outros dois textos do Reinaldo Azevedo que julgo relevantes. O primeiro é este, de ontem, no qual o articulista da Veja rebate um texto do Hélio Schwartsman (da Folha de São Paulo). O segundo é este, onde o Reinaldo apresenta um vídeo do Jean Wyllys contra a realização de um plebiscito – uma vez que “um povo ignorante o bastante para dar a vitória a Wyllys no BBB e para elegê-lo deputado não pode, segundo ele próprio, decidir certos temas em plebiscito”.

Afinal, às favas com a vontade do povo! Quanto tempo falta para os brasileiros perceberem que os vigaristas habitantes do Planalto estão – descaradamente – agindo em relação ao povo como se fossem adestradores de animais, e não guardiões de sua vontade?

Atenção! Isto não se refere somente à lei da Mordaça Gay! Estamos falando de toda uma política consciente e constante de exaltação da sodomia, que se manifesta nas leis propostas ou aprovadas, nas jurisprudências absurdas que a Casa da Mãe Joana (o STF) firma, no espaço absurdo à imoralidade gay que é concedido nos meios de comunicação em massa (nos jornais mas também – e principalmente – na televisão, como p.ex. com o recente beijo lésbico do SBT, e também com toda a pletora de personagens gays “bonzinhos” com os quais a televisão anda infestada), na doutrinação da infância (p.ex., com o escândalo do kit gay), na (descarada) perseguição ideológica da Gaystapo, nas paradas da vergonha sodomita financiadas com dinheiro público, et cetera, et cetera, et cetera. É evidente, para além de qualquer possibilidade de dúvidas, de que há um movimento deliberado dos Poderes Públicos para enfiar a ideologia gay goela abaixo do povo brasileiro [p.s.: quem duvida, passe os olhos por este documento da Presidência da República / Secretaria Especial de Direitos Humanos]. E não podemos ficar parados.

O site do IPCO informa que, até o momento, “[j]á foram enviados 1.515.528 emails aos senadores pedindo o arquivamento do PLC 122/2006 ‘Lei da Homofobia'”. Continuemos mandando. Não fiquemos calados. Reproduzo aqui as coisas que podem – e devem – ser feitas:

a) Escreva emails de protesto agora mesmo: clique aqui.

b) Telefone. O “Alô Senado” é gratuito: 0800 61 22 11.

c) Faça-se presente. O Congresso é a “casa do povo” e, portanto, o acesso a ele é livre.

d) Reze. Vem por último, mas é o mais importante. Aqui, não há justificativas para se furtar. Reze. Faça penitência e implore ao Altíssimo misericórdia para a Pátria. Que Nossa Senhora Aparecida nos ajude. Que a Padroeira do Brasil salve a Terra de Santa Cruz.

Não desanimemos. Não deixemos de nos manifestar. Não permitamos que a tirania seja exercida por inércia de nossa parte. Ser-nos-á motivo de vergonha e fonte de muitas tribulações se os ímpios triunfarem – à revelia da vontade conhecida da maioria população brasileira – por pura apatia de nossa parte.