Paróquia de Água Fria retorna à Arquidiocese

Temos um forte motivo para dar graças a Deus. Como noticia (com o já costumeiro viés anti-Arquidiocese) o Jornal do Commercio, o padre João Carlos – que desde o início do ano estava exercendo ilegalmente o ministério sacerdotal – foi retirado da paróquia de Água Fria. A mesma notícia é-nos dada pelo “Amo Roma”, blog recém-criado – do qual faço parte – de responsabilidade de alguns jovens católicos da Paróquia da Torre, aqui em Recife.

A querela é antiga. Simplificando ao extremo: pe. João Carlos é da Arquidiocese da Paraíba, e estava na administração paroquial da já citada paróquia de Água Fria. Após algumas denúncias recebidas pela Arquidiocese, Dom José decidiu não renovar a “concessão” (foge-me o termo canônico preciso) dada ao padre para que ele desempenhasse a função de administrador paroquial aqui na Arquidiocese – o que implicaria no seu retorno à sua Arquidiocese original quando findasse o “período” pelo qual ele ainda estava aqui incardinado. Em suma: o administrador paroquial é uma figura provisória e, findo o período no qual a sua função é necessária, ele devolve a paróquia que administrava ao pároco designado pelo Bispo. Quando isto ocorreu e Dom José nomeou um outro pároco ou administrador paroquial (não sei ao certo), padre João Carlos disse que, de lá, não saía. Suspenso de ordens, o padre continuou exercendo ilicitamente as funções que já não eram mais suas, e o Arcebispo, após sucessivas tentativas de reaver a paróquia, precisou entrar na Justiça com uma ação de reintegração de posse, cuja sentença em favor da Arquidiocese saiu recentemente, e foi comunicada ao pe. João Carlos ontem por um oficial de Justiça.

Graças a Deus! Sacramentos estavam sendo celebrados ilícita ou até invalidamente (para os casos de Sacramentos que precisam de jurisdição – que o pe. João Carlos não possuía: a Confissão e o Matrimônio), e a comunidade estava sendo conduzida a uma espécie de mini-cisma. Agora, esperamos que tudo volte ao normal, o quanto antes.

Apenas comentando as barbaridades ditas pelo Jornal do Commercio:

[D]om José conseguiu um mandado de reintegração de posse da Paróquia de Água Fria, Zona Norte do Recife, da qual padre João Carlos era pároco.

Não, nunca foi pároco. Era Administrador Paroquial, e deixou de ser desde o final do ano passado. Atualmente, era usurpador de ofício eclesiástico.

Segundo contaram, foram expulsos da paróquia por funcionários da arquidiocese antes mesmo do término das atividades.

Que bonzinhos! Quais funcionários da Arquidiocese? Dito do jeito que está, é pura calúnia. Sem contar que o pe. Edmilson, nomeado para a paróquia, não estava presente por ocasião da chegada do Oficial de Justiça, como o próprio jornal diz mais adiante.

[D]om José Cardoso afirmou que padre João Carlos não podia ser pároco porque teria mantido um relacionamento amoroso com a fazendeira Ivânia Olímpio de Almeida Queiroga.

Falso e impreciso. Falso, porque, como já disse, padre João Carlos não era pároco; impreciso, porque a questão do relacionamento amoroso só foi levantada depois que pe. João Carlos disse que não saía da paróquia e acusou Dom José de difamá-lo por falar no citado relacionamento (há, inclusive, até hoje processos movidos pelos dois – pelo padre e por D. Ivânia – contra o Arcebispo, que nunca vão dar em nada, porque Sua Excelência não divulgou que o padre tinha um caso).

Durante todo o tempo, [os fiéis] gritavam palavras de ordem e pediam a saída de dom José.

O que só mostra a tragédia que pe. João Carlos estava provocando na paróquia de Água Fria. Queira Deus que os paroquianos, conduzidos agora por um bom pastor, possam tornar-se verdadeiramente fiéis católicos o quanto antes, dóceis ao seu Arcebispo, longe do qual ninguém pode julgar estar em comunhão com a Igreja.

Comentários Ligeiros

– O Diário do Comércio, de São Paulo, publicou uma reportagem sobre o manifesto “católico” de apoio à Marta Suplicy. Engraçado que não apareceu ninguém para assumir a autoria pelo panfleto ridículo. A assessoria de Marta disse que “é uma manifestação independente de um grupo de religiosos” (faltou dizer QUAL grupo de religiosos, já que ninguém assina o manifesto e ninguém se apresentou nos últimos dias como responsável pela palhaçada) e que “não há problema em sua divulgação, pois não se trata de um documento oficial da Igreja” – como se os assessores petistas pudessem dizer o que tem ou não problema. A posição do vicariato de Comunicação da Arquidiocese é bem diferente (e bem mais católica, lógico): “não existe autorização, de maneira alguma, para a vinculação da Igreja a um candidato, nem mesmo para uma carta de apoio” (grifos meus).

Por que os membros do (inexistente, até prova em contrário) “Fórum de Católicos pela Justiça, em Favor dos Mais Pobres” não aparecem para dar a cara à tapa?

– Não sei se o Padre Dervile é membro do tal fórum, mas bem que poderia ser. Para escândalo e vergonha dos católicos, este sacerdote do Deus Altíssimo tem um blog no qual faz descarada propaganda esquerdista. Em um post sob o título “Vote Certo”, de 25 de setembro passado, o padre, sem corar de vergonha, dá o seguinte conselho aos eleitores cristãos católicos: “[n]ão vote apenas no candidato, mas veja bem a que partido pertence”. E faz propaganda petista!! O PT do aborto, o PT do “casamento” gay, o PT que é radicalmente oposto ao que ensina a Igreja!! Gostaria de saber como o Reverendíssimo padre explica esta grotesca contradição.

– Uma notícia do dia 24 de setembro, que eu ainda não tinha visto: Bispo condena indigenismo em Mato Grosso. São belíssimas as palavras de Dom Redovino Rizzardo, dignas de um sucessor dos Apóstolos que não tem medo de proclamar a Verdade, sem respeito humano e sem se preocupar com o politicamente correto (grifos meus):

O bispo colocou sob suspeita a atuação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Estado, dizendo que a exemplo dos demais setores da sociedade a ONG – que é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – já não sabe que os membros do Cimi estão à serviço de Deus ou dos seus próprios interesses. Dom Redovino também afirmou que a Igreja Católica não tem posição formada em relação às portarias da Funai, mas defende que o diálogo possa apontar uma solução pacífica para os problemas das demarcações de terras. “Não concordo que se faça justiça aos direitos dos índios, com a injustiça sobre os direitos dos produtores”, enfatizou o bispo.

Dom Redovino foi além e deixou claro que não são verdadeiras as afirmações do Cimi dando conta que a Igreja Católica apóia as portarias da Funai em Mato Grosso do Sul. “O Cimi não pode falar pela CNBB, nem pelos bispos de Mato Grosso do Sul”, afirmou Dom Redovino.

Que a Virgem Santíssima possa recompensar este valente pastor pelo seu ato de coragem e de serviço verdadeiro à Igreja.

– As eleições americanas estão se aproximando. Se o mundo pudesse votar, qual seria o resultado do pleito? Com os dados de então (terça-feira, 21 de outubro, 18:30), o escrutínio daria o seguinte resultado:

Barack Obama: 87.5% (297,487 votes)
John McCain: 12.5% (42,648 votes)

Haja paciência…

Sociedade Brasileira de Canonistas

Divulgando: alguém conhece a Sociedade Brasileira de Canonistas? Eu não conhecia, mas fui apresentado a ela por email e achei o site muito interessante. Principalmente por causa da proposta que constava na mensagem que recebi:

Segundo o Presidente da SBC, Dom Hugo Cavalcante, OSB, este site se dispõe a responder a dúvidas de todos os fiéis do Brasil.

De fato, há no site uma página chamada… “Pergunte e Pesquisaremos” :-) Genial!

No topo do site, a frase em latim: Salus Animarum Suprema Lex Ecclesiae. A saúde das almas, a salvação das almas, é a Lei Suprema da Igreja. Gostei do site. Que esta iniciativa seja conhecida e possa ser útil ao povo católico brasileiro.

Nota da Região Episcopal Belém

Acabei de receber, por email (p.s.: através do email oficial da Região Episcopal Belémregiaobelem@uol.com.br), a seguinte Nota de Dom Pedro Stringhini, referente ao escândalo de ontem em São Paulo. Sua Excelência diz, verbis, que, pelo que pôde se informar, “de fato não ocorreu a divulgação”. Não há que se descartar a possibilidade de ser tudo uma mentira cretina do PT (não seria nada de inesperado). Aqui no BLOG a sra. Sandra Nunes já disse e repetiu que nem ela nem ninguém da família dela viu esta divulgação (ela é da Região Episcopal Belém). Alguém que é de São Paulo, poderia confirmar se realmente viu ocorrer a panfletagem?

* * *

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Informo e esclareço o que segue. No dia 17 de outubro de 2008, às 9:00 h, aconteceu, na Região Episcopal Belém, Arquidiocese de São Paulo, uma reunião, com a participação de cerca de 200 pessoas, dentre as quais 40 padres, sendo 9 padres da Região Episcopal Belém. Dessa reunião, resultou um manifesto de apoio à candidata Marta Suplicy, que disputa a Prefeitura de São Paulo, intitulado “Católicos pela Justiça, em favor dos mais Pobres”.

Dois dias antes, quando eu soube que havia sido marcada uma reunião, para a qual os padres estavam sendo convidados, eu estava reunido com 12 padres. Expressei-lhes minha contrariedade e aconselhei a que os padres da Região não participassem.

Na sexta-feira, enquanto acontecia a reunião (e eu me dirigia a Itaici para a Assembléia das Igrejas do Estado de São Paulo) já começaram a chegar telefonemas e mensagens de católicos e outros protestando contra a presença dos padres e o referido apoio.

Imediatamente, da estrada, telefonei à secretaria da Região, pedindo que avisassem aos 63 párocos da Região que estava proibida a divulgação, nas Igrejas, da referida nota, pelo já tão conhecido motivo de que a participação da Igreja na sociedade existe em vista do bem comum e da justiça, mas não é partidária e, por isso mesmo, jamais se posiciona em favor deste ou daquele candidato/a. Por isso, a Igreja não aprova a participação de padres em apoio a um manifesto de caráter político, partidário, eleitoral. O evangelho, nesse domingo, exortava a “dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21).

Assim foi feito e, do que pude me informar, hoje, segunda-feira, de fato não ocorreu a divulgação. E o clima nas 250 comunidades da Região Belém é de grande serenidade (cf. At 9,31). O povo ama sua Igreja, participa de sua missão evangelizadora e reconhece o imenso bem que realiza, em nome de Jesus Cristo, na defesa da vida e na solidariedade aos pobres. Peço perdão aos católicos que se sentiram ofendidos e, em nome das comunidades e seus padres, desejo transmitir paz e serenidade através dos mesmos meios de comunicação, que prontamente se empenham na divulgação de incidentes como o acima relatado. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Em Cristo Jesus, fraternalmente,

Dom Pedro Luiz Stringhini

Bispo Auxiliar de São Paulo

Região Episcopal Belém

São Paulo, 20 de outubro de 2008.

Ano Santo Paulino

Animadoras notícias de Roma

Três notícias publicadas nos últimos dias em ZENIT são excelentes e merecem ser divulgadas.

Primum, “houve aqueles que tentaram fazer a destruição histórica do Papa Pio XII”, segundo explica o historiador brasileiro José Pereira da Silva. A descomunal onda de difamação que se lançou sobre a figura deste grande Papa da Igreja é já bastante conhecida nos meios históricos sérios. No entanto, e infelizmente, a maior parte das pessoas só conhece o “lado negro” da história, falso e deliberadamente caluniador, que ainda hoje, cinqüenta anos após a morte de Pio XII, apresenta-se como se fosse a mais límpida e cristalina verdade histórica. Nas palavras do professor José Pereira, “domina ainda hoje em alguns meios o lugar-comum que a Igreja não teria feito muito pelos judeus, no contexto da perseguição nazista”.

Achei muitíssimo interessante o professor ter trazido um fato, ocorrido na Holanda, que eu desconhecia:

O historiador cita o exemplo dos bispos holandeses, que protestaram abertamente contra a perseguição dos judeus em 1942. Isso provocou a deportação de todos os católicos de origem judaica, como Edith Stein.

«Com toda probabilidade os judeus-católicos teriam sobrevivido, como aconteceu com a maioria dos judeus-protestantes holandeses, se os bispos tivessem agido de outra maneira.»

Portanto, carece completamente de fundamento as acusações de que as coisas “seriam melhores” para os judeus se Pio XII tivesse agido de maneira aberta; é pura “futurologia do passado”, contradizendo inclusive os fatos observados em outros países nos quais tal posição foi tomada. Note-se ainda ser muitíssimo provável que a trágica experiência na Holanda tenha chegado ao conhecimento do então Pontífice, influenciando assim na decisão que ele tomou.

Secundum, foi publicada uma interessante entrevista na qual chama-se a atenção para a fidelidade à Igreja que os párocos devem ter nas suas homilias. Trazendo à tona uma lembrança muito pertinente, o professor Salvatore Vitiello, que leciona Teologia em Turim e em Roma, recordou que a homilia “não por acaso está reservada aos ministros sagrados e não pode ser pronunciada por fiéis leigos, [e nela] exercita-se, de modo particular, o que a Igreja chama de munus d[o]cendi, o dever de ensinar”.

Os fiéis têm o direito, participando da Santa Missa, de escutar o que a Igreja ensina, não o que um sacerdote, em certo momento, pensa ou acha justo.

Que bom seria se este direito dos fiéis não lhes fosse nunca negado! Certamente o mundo em que vivemos seria melhor, se os fiéis católicos tivessem sempre acesso, nas homilias que ouvem, à pureza límpida da Doutrina Católica, fonte de vida verdadeira. São também dignas de menção as seguintes palavras do professor Vitiello:

É absolutamente necessário sair, também no que diz respeito à pregação, do «túnel do relativismo», dessa ditadura que impede anunciar a diferença entre verdade e falsidade, bem e mal, pecado e virtude.

Senhor, dai-nos santos pregadores!

Tertium, para orgulho desta Terra de Santa Cruz, o cardeal Odilo Scherer fez, no Sínodo dos Bispos, pertinentes questionamentos sobre o que é a Palavra de Deus. Empenhando-se no trabalho de destruir o “lugar-comum” (tão disseminado quanto equivocado) que afirma ser a palavra de Deus unicamente a Bíblia, o cardeal lembra que “a Palavra de Deus, por excelência, é o próprio Jesus Cristo”, e que “a Palavra passou aos homens através da Bíblia e também através da Tradição da Igreja”. São, portanto, como sempre ensinou a Igreja, dois os canais da Revelação: as Sagradas Escrituras e a Sagrada Tradição. Disse ainda o cardeal brasileiro:

Nesse contexto, segundo o cardeal, o Sínodo parte de uma preocupação: «que o inestimável tesouro da Palavra de Deus presente na Sagrada Escritura e na Tradição viva da Igreja continue a ser comunicado à humanidade».

«Embora a Bíblia seja o livro mais editado e divulgado, ela ainda é muito desconhecida, ou lida e interpretada de maneira inadequada», escreve.

Que o Espírito Santo continue a iluminar o Sínodo dos Bispos, a fim de que a Doutrina Católica, claramente proclamada, possa atingir todos os homens sedentos da Verdade, para que estes, movidos pela Graça de Deus, convertam-se à Igreja de Jesus Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana, Única Esposa de Nosso Senhor, Única depositária fiel da Revelação, “Coluna e Sustentáculo da Verdade” (1 Tm 3, 15).

Está consumado

Vergonha, tristeza, perplexidade: assim se sentem os verdadeiros católicos ao se depararem com a traição sofrida pela Igreja ontem, domingo 19 de outubro, dia mundial das missões. Por aqueles que primeiro tinham obrigação de A proteger e servir. Traição que é tanto mais dolorosa quanto mais próximos são os traidores. Padres católicos, sacerdotes do Deus Altíssimo, homens retirados do meio do mundo e consagrados para o serviço de Deus, mancomunados com os servos de Satanás, lançando lama no rosto da Esposa de Cristo! Escândalo, previamente avisado. Denunciamos, escrevemos emails à Região Episcopal (eu mesmo escrevi, embora não tenha obtido resposta), telefonamos; afinal, fomos avisados que era boato. Rezamos para que fosse mesmo boato. Não era.

O golpe sujo foi premeditado. Vergonha das vergonhas, o Partido dos Trabalhadores publicou em seu site o plano sórdido. Debochando da Igreja de Cristo, zombando da Esposa de Nosso Senhor, não contente em consumar o golpe pelas costas, o Partido quis alardeá-lo. O escândalo foi anunciado: cerca de 100 padres redigiram o manifesto a favor da candidata petista, abortista e gayzista. Ninguém fez nada. Apreensivos, tomamos conhecimento da traição e entramos em contato com as autoridades responsáveis: “não tem o menor fundamento”. Tinha; Satanás não dorme, e nunca devemos subestimar o poder do Inimigo. Ingenuidade achar que os traidores de Cristo iriam consumar a sua perfídia com autorização arquidiocesana, inocência julgar que os filhos das Trevas iriam pedir autorização para debocharem da Igreja.

Claro que não pediram, mas debocharam. À revelia da Arquidiocese, os cem sacerdotes publicaram a escandalosa “Carta aos Cristãos”, com uma tiragem de meio milhão de exemplares, na qual se fazia a vergonhosa defesa da gayzista e abortista Marta Suplicy. Padres católicos, pastores do povo de Deus, sacerdotes de Jesus Cristo! Vendidos, contaminados com ideologias intrinsecamente anti-cristãs, amasiados com doutrinas espúrias, vomitando sua peçonha sobre os fiéis que têm sob o seu cuidado, pelos quais tinham a obrigação de zelar. Se fossem leigos os autores do manifesto indecente, o escândalo já seria de proporções descomunais; como são sacerdotes, a magnitude escandalosa do pecado chega quase a atingir o trono de Deus, clamando aos Céus por vingança.

“Católicos pela Justiça”, uma estrela vermelha do PT, o nome da candidata Marta: eis o exterior do manifesto. Dentro, como se fossem as premissas das quais decorrem a vergonhosa conclusão, são citadas todas as mazelas sociais existentes nos nossos dias. E, após o desfile das situações de injustiça, a afirmação peremptória:

Nós, cristãos (padres, religiosos, religiosas, leigas e leigos da Igreja Católica nesta cidade), inseridos na ação de evangelizar por meio das pastorais sociais desenvolvidas nas diversas situações da vida de nossa gente, como foi acima exposto, MANIFESTAMOS NOSSO APOIO À CANDIDATURA DE MARTA SUPLICY à Prefeitura de nosso município.

E – como eu disse acima -, a Satanás não basta o golpe traiçoeiro. É preciso humilhar, é preciso blasfemar. Segue o vergonhoso manifesto com um “credo” político: “cremos que (…) é possível construir uma cidade humanizada”. “Cremos nas propostas da candidata Marta”. No entanto, não é suficiente. Arremata enfim o manifesto com uma blasfêmia contra o Segundo Mandamento:

Em nome do Evangelho de Jesus Cristo, não podemos e não devemos nos omitir nesse momento tão importante. É dever de todo cristão, olhando o fio da história que nos corta, dar um basta definitivo aos resquícios da Ditadura, que tanto mal e atraso nos trouxe. […] QUEREMOS MARTA DE NOVO!

Sinceramente, eu não consigo entender o que se passa pela cabeça de um sacerdote que evoca o nome do Evangelho de Jesus Cristo para promover uma candidata anti-católica de um partido anti-católico. O escândalo atinge requintes de crueldade que fariam brilhar os olhos ao mais empedernido herege. Voltaire rejubilaria: é difícil imaginar uma mais perfeita obediência à ordem blasfema de ecrasez l’Infâme [esmagai a Infame]. A Igreja cobre-se de luto; os católicos precisam fazer penitência e rezar em desagravo. A candidata gayzista e abortista não vai “se recuperar” nas pesquisas por causa deste manifesto assinado pelos lobos; no entanto, por causa desta corja de traidores da Cruz de Cristo, a Igreja provavelmente vai carregar o estigma de “ter apoiado” a candidatura petista. Miserere nos, Domine!

Beatificação dos pais de Santa Teresinha

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Hoje é o Dia Mundial das Missões. Santa Teresinha do Menino Jesus é a padroeira das Missões. É muitíssimo apropriado, então, que os pais da pequena Doutora da Igreja sejam beatificados no dia de hoje.

Santa Teresinha foi carmelita; vivendo em clausura, como pode ser padroeira das Missões? Bento XVI o explica: “todo cristão, mesmo se é forçado a viver na solidão, pode ser um missionário autêntico através da oração”. E ainda aproveitou para “enfatizar com maior força que o primeiro empenho missionário de cada um de nós é justamente a oração”.

“Santa Teresinha morreu aos 24 anos e é Doutora da Igreja. Numa de de suas cartas, ela testemunhou a santidade de seus pais: O bom Deus me deu um pai e uma mãe mais dignos do céu que da terra” (Canção Nova). Uma grande árvore, de ordinário, não nasce sozinha, e sim no meio da floresta; via de regra, as montanhas estão nas cordilheiras, e não isoladas no meio da planície. Se um santo se elevou até o ponto de ser apresentado pela Igreja como exemplo e modelo para ser seguido, é de se esperar que as pessoas próximas a este santo também tenham exercido a virtude em grau heróico. No caso dos pais de Santa Teresinha – Louis e Zélie Martin -, a Igreja reconheceu hoje, com a beatificação de ambos, o influxo salutar que a santidade da filha teve nos que lhe eram próximos – ou ainda, o mais provável, o efeito miraculoso que a santidade do casal teve na alma da pequena Teresinha de Lisieux.

A beatificação do casal é ainda testemunho eloqüente de uma outra realidade: o matrimônio é caminho de santificação. Trazendo para mais perto da glória dos altares os pais de Santa Teresinha – pais de nove filhos -, a Igreja realça a importância fundamental da vida conjugal, da entrega sem reservas dos esposos que forma a família – “a família, cujo papel é fundamental na educação dos filhos num espírito universal, aberto e responsável em relação ao mundo e seus problemas, como também na formação das vocações para a vida missionária” (Bento XVI em Pompeia).

O Senhor ouviu as nossas orações pela beatificação dos pais de Santa Teresa. Mais dois servos de Deus são, a partir de hoje, bem-aventurados. O milagre da beatificação foi a cura de um recém-nascido, Pietro Schiliro, que nasceu com uma má-formação pulmonar congênita e não tinha esperanças de vida. Hoje, ele tem seis anos, e pode participar das cerimônias que a Igreja celebra em honra dos beatos Louis e Zélie Martin, a cuja intercessão ele deve a sua vida. Que os novos beatos intercedam por nós. Que as famílias dos nossos dias possam se espelhar na família Martin, a fim de que cada lar cristão possa ser, sempre e verdadeiramente, fonte de virtude e de santidade.

Mais sobre Chesterton – RJ

Outro convite que recebi; mais um evento do qual eu não posso participar; mais uma iniciativa louvável que merece ser amplamente divulgada. A Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro está promovendo uma conferência comemorativa do primeiro centenário da obra Ortodoxia. Para os que não conhecem o genial escritor inglês, cliquem aqui e saibam o porquê. Tanto para estes quanto para os demais, recomendo enfaticamente que, se puderem, participem do evento (e me contem depois). A entrada é franca.

Genial o cartaz de divulgação do evento (abaixo)! A caricatura mostra o escritor gordo, fumando, desleixado, com jeito bonachão; uma prévia bastante chamativa do que vão encontrar as pessoas que se interessarem por conhecer a personalidade do insigne britânico. Abaixo, as informações, como as recebi por email.

* * *

Ortodoxia e seus primeiros críticos
Conferência comemorativa do centenário da obra Ortodoxia de G. K. Chesterton


Palestrante:

Prof. Dr. Dermot Quinn
Professor de História na Seton Hall University, EUA

Participação especial de:
Padre Ian Boyd, C.S.B.
Presidente do G. K. Chesterton Institute for Faith and Culture, EUA
Editor da The Chesterton Review

DATA
Sábado, 18 de outubro de 2008

HORÁRIO
Às 14 horas

LOCAL
Auditório da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro

INFORMAÇÕES e INSCRIÇÕES
Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro
Horário da secretaria: De segunda-feira a sábado, das 8h às 16h
Rua Dom Gerardo, 42/6º andar, Centro, Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2206-8310 / 2206-8281

E-mails:
info@faculdadesaobento.org.br
cieep@cieep.org.br

Home page:
www.faculdadesaobento.org.br
www.cieep.org.br

Vagas limitadas

Entrada Franca

Certificado de participação: R$ 10,00

Sobre o apoio a Marta em São Paulo

Comentei aqui no início da tarde, furioso, sobre uma notícia segundo a qual alguns padres estavam preparando uma carta para tentar convencer os católicos a apoiarem a Marta Suplicy, em São Paulo. No entanto, no orkut, acabei de tomar conhecimento de uma resposta da Arquidiocese, a um email enviado por alguém, nos seguintes termos:

A resposta da arquidiocese
Prezada,
Em relação ao seu e-mail, esclareço que tão logo soubemos da notícia pelos jornais começamos imediatamente um grnde esforço para desmenti-la. A notícia veiculada pelos jornais e internet é mentirosa e não tem o menor fundamento. Deixamos claro para todos que a Igreja não apóia nenhum candidato e nem fará carta ou manifestação em favor de canditados. Quero pedir encarecidamente, principalmente aos cristãos-católicos que amam e zelam pela sua Igreja, que não acreditem e nem distribuam mensagens, principalmente e-mails, sem antes comprovar a autenticidade dos mesmos. Qualquer procunciamento oficial da Igreja de São Paulo terá sua origem nos seus meios (Nota Oficial do Cardeal, Jornal O São Paulo, Rádio 9 de Julho, site oficial da arquidiocese: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br)somente assim poderemos evitar a disseminação de inverdades que só prejudicam a nossa Igreja.

Deus os abençoe sempre.

Arquidiocese de São Paulo
Vicariato da Comunicação / Secretário-Geral

Rezemos para que seja mesmo verdade, e não haja lobos vestidos de padre tramando alguma coisa às escondidas da Arquidiocese.

Miscelânea de assuntos

– O Papa Bento XVI está preparando uma encíclica social; e a expectativa é que ela saia até o final deste ano. Excelente notícia, posto que será – sem dúvida – mais um duro golpe na Teologia da Libertação, mais uma reafirmação do Magistério da Igreja sobre assuntos esquecidos dos nossos dias. No entanto discordo, data vênia, do otimismo do card. Martino sobre a invasão muçulmana que sofre a Europa; precisamos não de mesquitas, e sim de mais padres zakarias

– A PEPSI doou meio milhão de dólares para uma fundação que defende direitos gays! Não nos iludamos: o gayzismo é um movimento tremendamente bem organizado e milionariamente financiado. Vale salientar – mais uma vez – que “direitos gays” é uma expressão intrinsecamente absurda, posto que o vício não pode produzir “direitos” adicionais. Não há nenhum motivo para que a homossexualidade seja tratada de maneira diferenciada pelas leis positivas; se – como foi noticiado – a tal organização luta para que “empresas concedam aos funcionários homossexuais os mesmos benefícios concedidos aos héteros”, então ela não está lutando por “direitos gays”, e sim por direitos trabalhistas que valem para todos. Faz muita diferença.

– “Mas o ministro de Deus / possui o santo dever / de estar di lado dos fracos / sua causa a defender, / não é só salvar a alma / também precisa comer” (Patativa do Assaré, “O padre Henrique e o Dragão da Maldade”, in Ispinho e Fulô). Não sei quem foi padre Henrique; a julgar pelo poema, contudo, parece ter sido um dos expoentes da Teologia da Libertação em Recife à época da Ditadura Militar. Em uma carta inédita de D. Hélder sobre o referido padre que encontrei recentemente, diz-se ter sido o padre “trucidado em 1969 por integrantes da ditadura militar brasileira”. Tinha 28 anos de idade. Maldito comunismo (sim, a culpa é dos comunistas), que ceifou a vida de um sacerdote do Deus Altíssimo ainda na juventude, depois de – provavelmente – ter-lhe contaminado a alma! Kyrie, eleison.

– A Santa Sé já disse que a Igreja não possui faculdade de ordenar mulheres. Recentemente, estabeleceu até uma pena de excomunhão latae sententiae para quem tentasse uma “ordenação” feminina. No entanto, um bando de malucas – parece que não se cansam! – esteve esta semana no Vaticano em defesa justamente desta sandice. Acho que o Papa vai precisar desenhar…