Uma cruz gigantesca em Abu Dhabi

Coisa verdadeiramente sensacional a Missa celebrada pelo Papa Francisco no final da sua recente viagem apostólica aos Emirados Árabes! Repercutiu até na mídia laica brasileira: “[q]uase 170 mil pessoas assistiam à missa dentro e fora do estádio Zayed Sports City, público considerado recorde pela organização do evento”, segundo G1.

E, mais importante!, o jornal publicou a foto. A foto do altar improvisado onde alguém teve a feliz inspiração de incrustar um cruzeiro gigantesco, enorme, uma cruz que eu não me recordo de jamais ter visto tão grande em nenhuma viagem pontifícia, nem do Papa Francisco e nem de nenhum dos seus predecessores. Uma cruz aos pés da qual até mesmo o Romano Pontífice, o Vigário de Cristo, o maior homem do mundo, parecia pequeno e insignificante. Uma cruz que verdadeiramente apontava para a grandeza de Deus.

Foto: Giuseppe Cacace / AFP, apud G1.

Que imagem! Em tempos onde muitos desejam esconder o Cristianismo e evitar qualquer referência em público a Nosso Senhor, o Papa faz questão de celebrar uma Missa em território muçulmano, longe de casa, e de a celebrar sob uma Cruz imponente, em comparação com a qual todos — fiéis católicos, padres, bispos, cardeais e mesmo o próprio Papa — parecem desaparecer. Uma Cruz em cuja grandeza nós podemos fazer sumir as nossas dores. Uma Cruz capaz de atrair o nosso olhar mesmo à distância, mesmo inadvertidamente, e nos encher de muda admiração.

Um cruzeiro erguido pelo Cristo-na-Terra em solo infiel, in partibus infidelium, em Dar al-Islam, é gesto de significado extraordinário! É Cristo reclamando para Si o senhorio do mundo, malgrado a impiedade dos homens, mesmo a despeito dessa indiferença religiosa que corrói as sociedades atuais e que, desgraçadamente, encontra defensores até mesmo entre católicos. Não falta entre estes quem tenha receio de fazer um sinal-da-cruz no trabalho, na faculdade, no mercado, na casa de um amigo! Para seu escândalo e vergonha, eis aí o Papa Francisco censurando a covardia e o respeito humano, eis o Bispo de Roma traçando uma cruz gigantesca em Abu Dhabi. Uma cruz cujo alcance os meios de comunicação em massa ampliaram ainda mais, terminando por a tornar, de bom ou mau grado, rapidamente visível ao mundo inteiro.

Cristo é o Rei do mundo. E o vigário d’Ele só pode sair levantando cruzeiros mundo afora porque o mundo inteiro pertence a Cristo, ainda que o desconheça ou mesmo que o negue. Todo o poder Lhe foi dado no céu e na terra (cf. Mt, XXVIII, 18) e as convenções mundanas nada podem contra esta autoridade divina, incontrastável e soberana. Cristo um dia levantou a Cruz no alto do Gólgota para a salvação de todos; erguendo-A daquela vez, adquiriu o direito de A erguer de novo, através da Sua Igreja, onde e quantas vezes quiser.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

2 comentários em “Uma cruz gigantesca em Abu Dhabi”

  1. Realmente Jorge, foi uma visão maravilhosa! Entretanto, quem já teve a oportunidade de estudar profundamente o alcorão e a História, e também viver em países muçulmanos, no meio de sua gente, perceberá que embora o Papa tenha feito o certo, afinal, conforme diz o Evangelho: Se teu inimigo de pedir uma túnica dê duas para ele…enfim, estes gestos de paz e diálogo com o Islã são louváveis por parte dos cristãos, mas da parte da imensa maioria dos muçulmanos significam algo terrivelmente chocante e que a mentalidade cristã, e particularmente ocidental, jamais entenderam. Ou seja, conforme mencionado, por exemplo, em texto adaptado em parte de The Religion of Peace, em artigo do bom blog “Infiel Atento”, os doutores do islão ensinam que os muçulmanos devem, em geral, serem verdadeiros uns para com os outros, exceto quando o propósito da mentira for o de “amaciar as diferenças.” Assim sendo, existem duas formas de mentir que o fiel muçulmano pode lançar mão para com os não-muçulmanos (kufar) que são permitidas sob certas circunstâncias. Elas são chamadas de taqiyya e kitman. Essas circunstâncias são aquelas que avancem a causa do islão, em alguns casos para ganhar a confiança dos não-muçulmanos de modo a expor as suas vulnerabilidades e, deste modo, derrotá-los mais facilmente.
    Quer dizer, por mais que os Emirados Árabes tenham se mostrado tolerantes com os católicos, com algumas (poucas) paróquias em seu território, este país está longe de praticar plenamente a liberdade religiosa, como foi noticiado apressadamente e de forma incorreta em alguns setores da nossa imprensa. Afinal, os cristãos naquele país, e no caso os católicos, são apenas estrangeiros que trabalham em seu território e que por isso, vivem por lá. Somente eles podem praticar outra religião diferente do Islã, e mesmo assim, sob certas circunstâncias. Nada de evangelizar a população árabe local. Isso nem pensar! Um muçulmano somente poderá casar com uma católica, se esta se tornar muçulmana também. E outras cositas mas…
    Portanto, não nos iludamos, e nem as lideranças da Igreja tão pouco! Isto seria muito perigoso!
    Se viver em paz e harmonia com os muçulmanos é um ideia que não passa e jamais passou pela cabeça deles, a não ser no dia que converterem todos os infiéis, resta-nos o consolo de que, se aos homens isso pode parecer impossível, para Deus tudo é possível…

  2. Aí Francisco vai colocar a cereja no bolo ao assinar a tal Declaração Conjunta com o Grão Imame onde ambos afirmam que “o pluralismo e as diversidades de religião, de cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte daquele sábio desígnio divino com que Deus criou os seres humanos”.

    Então, para que Cristo nasceu se as falsas religiões fazem parte dos desígnios de Deus? Afff….

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