“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” – Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

[Com um pouco de atraso, publico as palavras de S. E. R. Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo de Guarulhos. Os grifos e sublinhados estão no original. Graças a Deus, um pastor não se furtou ao seu grave dever de zelar pelo rebanho que tem sob seu cuidado. Parabéns a Sua Excelência! Que a Virgem Santíssima o possa continuar conservando na Fé sem a qual é impossível agradar a Deus. E que as palavras dele sejam amplamente divulgadas.

Fonte: Diocese de Guarulhos.]

Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.

Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir- se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.

Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.

Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.

Na condição de Bispo Diocesano, como responsável pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus,como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).

Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.

Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini
Bispo de Guarulhos

Curtas

Candidata do PT vai à missa e recebe benção de mães de santo. Calma, não foi ao mesmo tempo. A missa foi pela manhã e, a macumba, à noite. Detalhe: “[a] missa da qual Dilma participou faz parte da programação do 16º Congresso Eucarístico Nacional, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)”.

E foi noticiada pela CNBB: Na missa dos excluídos, Dilma Rousseff fala sobre Ficha Limpa e Congresso Eucarístico. Pelas fotos que há no site da Conferência, eu acho – e sinceramente espero – que ela não tenha falado isso na Missa, e sim após a Missa. O que vem a ser uma “missa dos excluídos”, no entanto, acho que é assunto para um sínodo eucarístico tupiniquim definir.

* * *

– Outro assunto: padre deixa batina durante Missa para ser “pastor”. As aspas são minhas, porque no título original há uma maiúscula que considero quase blasfema [p.s.: e que foi corrigida – obrigado, Claudiomar!]. Em um dos links lá citados, há a seguinte declaração do sacerdote: “Não tem condição de eu voltar porque eu conheço a palavra. Deixe eu dizer uma coisa a você, 90% das pessoas que estão na igreja, porque gostam deste negócio de imagem, gosta de procissão, a gente prega sobre a idolatria e aí as pessoas não aceitam que está na palavra, então este foi um dos grandes motivos da minha saída”. Deus do Céu, qualquer criança semi-catequizada não se deixa engabelar por esta conversa mole protestante! Alguém feche o seminário de onde este homem saiu.

Enquanto isso, na Austrália, há uma campanha “Becoming Catholic”. A chamada logo no início da página diz: “Bem-vindo. A porta está aberta. Você está interessado em se tornar católico?”. E há diversos textos disponíveis, sobre “como alguém se torna católico”?, “a jornada”, “quem vai lhe acompanhar?”. Excelente iniciativa! Quando veremos uma coisa parecida aqui, nesta Terra de Santa Cruz?

* * *

CNBB reforça veto a padres homossexuais, segundo a Folha. Lá no final do texto: “Para Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), a posição da Igreja é uma ‘atitude da idade das trevas'”. É, a Gaystapo não dorme…

E confunde deliberadamente as coisas. Recentemente, uns alunos da USP protestaram contra um artigo “homofóbico” de um jornal de estudantes de Farmácia. Concedamos: o artigo d’O Parasita é agressivo. Trata-se de resposta dos alunos à imposição gayzista, tudo bem, entende-se; mas conclamar as pessoas a jogarem fezes nos homossexuais ultrapassa os limites do razoável e os faz perder a razão.

Coisa completamente diferente encontramos nas declarações dos bispos brasileiros. No entanto, em Porto Alegre, uma ONG gayzista está organizando uma manifestação na frente da Catedral, próxima quarta-feira, ao meio dia, para protestar contra as “declarações homofóbicas” de Dom Dadeus. Aos católicos de Porto Alegre, se puderem, peço que defendam a Catedral! Afinal de contas, nunca se sabe do que os fanáticos da Gaystapo são capazes. E Nosso Senhor saberá recompensar os católicos fiéis.

No início do mês, na Inglaterra, prenderam um protestante que “ousou” dizer que o homossexualismo era pecado. É esta a tolerância da Gaystapo, é isto o que os gayzistas querem. Não nos deixemos enganar. Não nos intimidemos diante da histeria dos ímpios. Sejamos firmes, sejamos católicos. Que São Miguel Arcanjo nos defenda no combate.

Os frutos da Canção Nova

[DISCLAIMER: aviso aos desavisados que este post é uma ironia. Após alguns comentários recebidos, talvez seja importante deixar as coisas claras. Peço desculpas se, inadvertidamente, induzi alguém ao erro com esta postagem.]

Enquanto os maledicentes de plantão questionavam a aproximação entre a Canção Nova e a presidenciável Dilma Rousseff, aqueles que verdadeiramente amam a Deus acima de todas as coisas e trabalham, com afinco, pela salvação das almas, não se deixaram desanimar nem por um instante. E continuaram investindo na Dilma. E finalmente os resultados do seu apostolado são já visíveis.

Eis os incontestáveis frutos obtidos pela Canção Nova na vida da Dilma. A matéria é da Folha de São Paulo. Trata-se de uma clara e evidente aproximação da petista ao catolicismo, devidamente registrada ao longo do tempo, constando somente de declarações públicas. De uma eficácia de fazer inveja aos tradicionais modelos de apostolado! E, quando pensávamos que a Canção Nova estava se vendendo ao petismo, era o contrário: na verdade, ela se fazia de morta para “roubar” – no bom sentido, claro – o coveiro. Como São Paulo, a CN fez-se petista e abortista para salvar os petistas e abortistas. E aquela que se dizia agnóstica, agora se diz publicamente católica – ainda que meio titubeante.

Pelo andar da carruagem, daqui para as eleições de outubro a Dilma será católica praticante de comunhão diária. Uma alma arrancada às garras de Satanás, para a maior glória de Deus. Parabéns, Canção Nova!

Nota da Cúria da Administração Apostólica – sobre D. Rifan e Dilma Rousseff

Fonte: Administração Apostólica São João Maria Vianney

Nota da Cúria da Administração Apostólica P. S. J. Vianney

A propósito da presença do Exmo. Sr. Bispo Dom Fernando Arêas Rifan na inauguração do Centro de Produção Multimídia da Canção Nova em Brasília (DF), no dia 5 de maio de 2010.

A propósito da presença do Exmo. Sr. Bispo Dom Fernando Arêas Rifan na inauguração do Centro de Produção Multimídia da Canção Nova em Brasília (DF), no dia 5 de maio de 2010, a Cúria da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, a pedido do Sr. Bispo, vem esclarecer o que segue:

1) A presença do Sr. Bispo Dom Fernando a essa inauguração, para a qual foi duas vezes convidado, junto com cerca de sessenta outros Bispos, não significou nem significa apoio a tudo o que veicula esse meio de comunicação, como aliás não significou nem significará esse apoio sua presença em quaisquer outras inaugurações de veículos de comunicação a que comparece ou abençoa, por ofício ou educação. Ademais, é por demais conhecida a nossa posição litúrgica na Igreja, conservando como forma ritual própria, concedida pela Santa Sé, o Rito Romano na sua forma extraordinária, nossa identidade e razão da nossa existência.

2) O encontro com a Sra. Dilma Roussef, que, na ocasião, veio até ao Sr. Bispo para cumprimentá-lo e a cujo cumprimento ele correspondeu por educação, foi fortuito e inesperado, considerado pelo Sr. Bispo como estranho e ardiloso por parte de quem a convidou, pois tal presença não constava no convite e, se constasse, o Sr. Bispo não o teria aceitado, para não dar motivo a más interpretações.

3) A foto, em que aparecem o Sr. Bispo e a pré-canditada, não significa qualquer apoio à sua candidatura e muito menos ao seu partido ou programa de governo, como aliás, não significam nem significarão qualquer apoio outras fotos com outros candidatos que eventualmente visitarem ou cumprimentarem o Sr. Bispo, coisa muito comum em épocas pré-eleitorais.

4) A Cúria da nossa Administração Apostólica e seu Bispo, S. Exa. Dom Fernando Arêas Rifan, aproveitam a oportunidade para, até em defesa dos verdadeiros direitos humanos, corretamente sempre defendidos e apoiados pela Igreja, expressar seu total repúdio ao PNDH 3 (Plano Nacional de Direitos Humanos 3) do atual governo, pois, embora contenham boas proposições, que reconhecemos, no entanto sua linha de princípios e grande parte de suas diretrizes, metas e sugestões, expressa ou veladamente, contradizem a moral natural e cristã, especialmente quando pretendem, entre outras posições errôneas, adotar o aborto, a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a adoção por casais homoafetivos, a regulamentação profissional da prostituição, a proibição dos símbolos religiosos nos estabelecimentos públicos e a proteção aos invasores de propriedades.

Campos dos Goytacazes, 10 de maio de 2010

Mons. José de Matos Barbosa

Chanceler e Vigário Geral.

Canção Nova e Dilma Rousseff?

Quem busca por “Dilma Rousseff” nos sites da Canção Nova obtém “aproximadamente 144 resultados”. Nas fontes as mais distintas.

O Pe. Joãozinho se pergunta “quem é Dilma Rousseff???”, e em 05 de abril p.p. abriu um espaço no blog dele “para comentários, links, informações, opiniões, debates”. Os comentários estão relativamente bons; no entanto, infelizmente, o pe. Joãozinho não parece estar disposto a dizer claramente aos seus leitores / ouvintes para que não votem em comunistas terroristas abortistas (como a sra. Rousseff). De lá para cá, não sei como as coisas andaram no blog do referido sacerdote.

Há uma notícia de dezembro de 2008 que mostra Dilma Rousseff e Gilberto Carvalho presentes no Hosana Brasil. Lembro-me da notícia; comentei aqui no Deus lo Vult! então. De lá para cá, salvo engano, não houve nenhuma justificativa ou explicação da Canção Nova para este fato lamentável. A única coisa que encontrei foi um comentário (isso mesmo, um comentário) de um sujeito chamado “Tiba” (que eu não faço idéia de quem seja) em seu blog (é o comentário nº 10 desta postagem):

tiba said on novembro 3rd, 2009 at 09:36: OLÁ JULIANA;
É SEMPRE EDIFICANTE RECEBER COMENTÁRIOS COMO O SEU.
A RESPEITO DO EPISÓDIO DA DILMA ROUSEFF FAZENDO A LEITURA NA MISSA NA CN, FOI REALMENTE UM ERRO, A CN ENCAROU COMO UMA FALHA QUE NÃO MAIS SE REPETIRÁ; MAS POSSO AFIRMAR QUE NÃO FOI UM EPISÓDIO COM PRETENSÕES POLÍTICAS POR PARTE DA CN, COMETEMOS UM ERRO E LOGO PERCEBEMOS ESSE ERRO; DILMA DEFENDE UMA POLÍTICA QUE NÃO VAI AO ENCONTRO DOS IDEAIS CRISTÃOS E CONSEGUINTE DOS IDEAIS CN.
TAMBÉM É BOM ESCLARECER QUE O CHALITA NÃO É MEMBRO DA COMUNIDADE CANÇÃO NOVA, POR ISSO, A CN NÃO TEM RESPONSABILIDADE OU INFLUENCIA SOBRE SUAS FILIAÇÕES PARTIDÁRIAS.
SUA PERGUNTA FOI MUITO PERTINENTE, POIS MUITOS POSSUEM AS MESMAS DÚVIDAS.
UM ABRAÇO
TIBA CAMARGOS

E o Tiba foi no ponto nevrálgico da questão: muitos possuem as mesmas dúvidas. Que, no entanto, de forma alguma foram já esclarecidas. Qual a relação da Canção Nova com o socialismo do partido do Gabriel Chalita? Qual é a relação da Canção Nova com o petismo abortista da Dilma Rousseff? A infra-estrutura da Canção Nova poderá ser utilizada pelo Chalita para que ele faça propaganda política? Os programas e/ou eventos da Canção Nova poderão ser utilizados para se fazer propaganda política? Dilma Rousseff continuará aparecendo ao lado da Canção Nova (por exemplo, na inauguração “das novas instalações do Sistema Canção Nova de Comunicação”) sem nenhuma ressalva? E, mais importante: a Canção Nova não vai dizer pública e claramente que, no pleito de outubro, os católicos não podem votar em uma candidata socialista e abortista como a Dilma Rousseff?

Isso precisa ser feito com urgência, porque a proximidade da Dilma à Canção Nova poderá (e será) interpretada como um apoio (ao menos) tácito da CN à candidata petista, ou no mínimo como um “nada obsta” à sua candidatura. E é uma questão de justiça dizer que há muita coisa que obsta, sim. Se a Canção Nova não disser em público que os católicos não podem votar na Dilma, será perfeitamente razoável assumir que a está apoiando, porque meio termo aqui não pode haver. E então, Canção Nova? É Cristo ou Barrabás?

Dois ligeiros comentários!

1. Dilma acaba com o monoteísmo na Igreja Católica. Também no Fratres in Unum:

DILMA – Olha, eu acredito numa força superior que a gente pode chamar de Deus. Eu acredito e… E acredito, mais do que nessa força, se ocê me permitir, acredito na força dessa deusa mulher que é Nossa Senhora.

2. Sobre o Card. Hoyos e a jurisdição da Igreja, apud Fratres in Unum:

“A Igreja é uma sociedade perfeita, gozando, portanto, das três funções de qualquer sociedade perfeita (a capacidade de legislar, a capacidade de aplicar suas leis e a capacidade de julgar segundo o seu próprio direito). Por conseguinte, o direito canônico sempre reivindicou um privilégio dos clérigos de depender da justiça canônica e não da justiça temporal. Na situação atual das relações entre  a Igreja e os Estados, este privilégio quase não é  mais aplicado. Isso significa simplesmente que, para evitar um mal maior ou favorecer um bem (como as relações harmoniosas com o Estado), a Igreja deixou de reivindicar este direito. Mas isso não impede, absolutamente, que esta isenção permaneça a regra. É isso que o Cardeal Castrillon Hoyos escreveu a Monsenhor Pican”.

Palavras de Vini Ganimara, editor do blog Osservatore Vaticano, citado na matéria de Golias contra o Cardeal Castrillón

A análise de conjuntura da CNBB

Alegrei-me nas últimas semanas com a CNBB, devido às tomadas públicas de posição contra o PNDH-3 do Governo Federal. No entanto, como “esmola demais o santo desconfia”, fiquei sabendo (via Blog do Saraiva) de um texto escandaloso – publicado no site da Conferência – que praticamente desdiz tudo o que foi dito contra o programa antes.

Faço questão de transcrever a parte referente ao PNDH-3:

Polêmica sobre o 3º PNDH

Nesse cenário explica-se a celeuma em torno do III Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Mesmo sem perder de vista os pontos controvertidos e a necessária crítica a alguns dos seus aspectos. Principalmente no que diz respeito a reducionismos que consideram apenas algumas dimensões do ser humano, fruto da cultura relativista que atinge setores sociais e da mídia. Entretanto, a maioria do PNDH-3 e dos temas nele contidos dialogam com a trajetória de muitos movimentos e pastorais que há décadas lutam pela implementação.

Ademais, este se configura como continuidade do PNDH I e o PNDH II – respectivamente publicados em 1996 e em 2002. Aliás, o PNDH foi uma idéia do Brasil e da Austrália em 93, na Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena, Áustria. O 3º PNDH representa o acúmulo de debates realizado em dezesseis anos continuidade na construção da política de Direitos Humanos, representada pelos 1º e 2º PNDH, ultrapassando assim o atual governo federal. Foi construído com ampla participação da sociedade civil em Conferências Municipais, Estaduais e Nacional de Direitos Humanos.

A atitude de diálogo manifestada pela CNBB em sua nota de janeiro abriu canais para a conversa com o Ministro Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Especial de Direitos Humanos e contribuiu para o aprofundamento do debate para que se avance na efetivação dos direitos humanos já consagrados na história brasileira e com amplo consenso social, e a identificação de mecanismos de revisão dos temas sobre os quais é preciso haver maior debate e, quiçá, um arbitramento das diferenças existentes.

A má redação do texto é essa mesma. E as más idéias subjacentes, idem: mesmo com todos os problemas – gravíssimos e inaceitáveis, absolutamente inegociáveis – que tem o Plano Nacional de Direitos Humanos, segundo a análise de conjuntura disponível no site da CNBB, “a maioria dele está de acordo com os movimentos e as pastorais”, “ele foi construído por meio de uma ampla participação social”, “é necessário debater para superar as diferenças existentes”, e outra infinidade de arrodeios satânicos, de subterfúgios infernais, de tergiversações diabólicas, que pretendem relativizar a condenação firme a este Programa anti-católico – exigida por justiça a quem deseje permanecer católico.

Não exagero. Não dá para ser católico e socialista ao mesmo tempo. Não dá para ser católico e apoiar a instauração do Ateísmo como religião oficial do Estado ao mesmo tempo. Não dá para ser católico e, ao mesmo tempo, ser gayzista. Não dá para ser católico e apoiar o aborto ao mesmo tempo. Ora, todas essas coisas são expressamente defendidas pelo PNDH-3; logo, não dá para ser católico e apoiar este maldito programa ao mesmo tempo.

Esta análise de conjuntura, publicada no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, não é católica. Mesmo não sendo um documento oficial e não contendo a assinatura da presidência ou do secretariado geral, não importa: é escandaloso que esteja publicado no site da Conferência, que contenha o logotipo da CNBB, que seja assinado por pessoas que pertencem à entidade.

O texto possui doze páginas das quais nada se aproveita. E chega até a fazer uma propaganda política cretina, ao citar pesquisas de opinião segundo as quais a maior parte dos entrevistados considera o presidente Lula “confiável”, ao mesmo tempo em que apresenta Dilma como aquela que “representa a continuidade do Governo Lula, que prosseguirá com o modelo desenvolvimentista, com sensibilidade para a questão social” e, José Serra, encarnando “o retorno da política neoliberal anteriormente efetivada por Fernando Henrique Cardoso, dialogando com os interesses do empresariado nacional e do capital internacional”. Francamente! Não que Serra seja um candidato aceitável para os católicos. Mas, certamente, o motivo disso não é o “retorno da política neoliberal”.

Sobre os assuntos importantes, como o PLC 122/2006 (a lei da Mordaça Gay), o texto é profundamente lacônico: apenas quatro linhas dizendo que ele existe e que está aguardando a realização de uma audiência pública. Sem o menor juízo de valor, sem críticas, sem nenhuma referência à posição católica sobre o tema, sem nada. Deplorável.

É esta a “análise de conjuntura” que os os bispos do Brasil têm a apresentar aos católicos brasileiros? Uma defesa mal disfarçada do PNDH-3, propaganda política descarada a favor da candidata petista, omissões e lacunas imperdoáveis nos assuntos graves que merecem esclarecimentos, tudo isso escrito no intragável palavrório esquerdista que ninguém suporta mais? A CNBB vai mesmo endossar esta picaratagem?

Polêmica sobre o 3º PNDH
Nesse cenário explica-se a celeuma em torno do III Plano Nacional de Direitos Humanos
(PNDH-3). Mesmo sem perder de vista os pontos controvertidos e a necessária crítica a alguns dos
seus aspectos. Principalmente no que diz respeito a reducionismos que consideram apenas algumas
dimensões do ser humano, fruto da cultura relativista que atinge setores sociais e da mídia.
Entretanto, a maioria do PNDH-3 e dos temas nele contidos dialogam com a trajetória de muitos
movimentos e pastorais que há décadas lutam pela implementação.
Ademais, este se configura como continuidade do PNDH I e o PNDH II – respectivamente
publicados em 1996 e em 2002. Aliás, o PNDH foi uma idéia do Brasil e da Austrália em 93, na
Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena, Áustria. O 3º PNDH representa o acúmulo de
debates realizado em dezesseis anos continuidade na construção da política de Direitos Humanos,
representada pelos 1º e 2º PNDH, ultrapassando assim o atual governo federal. Foi construído com
ampla participação da sociedade civil em Conferências Municipais, Estaduais e Nacional de
Direitos Humanos.
A atitude de diálogo manifestada pela CNBB em sua nota de janeiro abriu canais para a
conversa com o Ministro Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Especial de Direitos Humanos e
contribuiu para o aprofundamento do debate para que se avance na efetivação dos direitos humanos
já consagrados na história brasileira e com amplo consenso social, e a identificação de mecanismos
de revisão dos temas sobre os quais é preciso haver maior debate e, quiçá, um arbitramento das
diferenças existentes.

Aborto: a perseguição, o apoio, o caso concreto

O Diretório Nacional do PT puniu ontem – por unanimidade – os deputados federais Luiz Bassuma e Henrique Afonso com suspensão, por um ano e por 90 dias, respectivamente. Como diz o Reinaldo Azevedo (leiam), isso significa que os deputados “[n]ão poderão votar nem ser votados nas instâncias partidárias ou discursar em nome do partido”.

Novidade? Nenhuma. Lamento profundamente, como já disse alhures, que os dois deputados não tenham tido a hombridade de sair do antro de depravados batendo o pó dos sapatos. Mas é muito bom que o partido tenha mostrado qual é mesmo a sua “ética”. A ética petista não permite que se defenda o direito à vida desde a concepção. A ética petista não permite que se seja contra o aborto. Espero que isso seja suficiente para que alguns católicos percebam, de uma vez por todas, que este partido é anti-cristão e não pode ser apoiado de nenhuma maneira.

Gostaria muitíssimo que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se manifestasse contra o PT. Afinal, há tantas manifestações sobre assuntos tão menos importantes do que este… Gostaria muitíssimo que a CNBB protestasse pública e oficialmente contra este partido que pune, em seu conselho de ética, aqueles que defendem a vida humana. Senhores bispos, por favor, não se omitam desta vez. Não mais uma vez.

Enquanto isso, o PT quer Chalita no palanque de Dilma. Isso mesmo, Gabriel Chalita, o da Canção Nova, que escreve livros com o padre Fábio de Melo. Isso mesmo, Dilma Rousseff, ex-terrorista e abortista. O Veritatis Splendor protestou, e espera da Canção Nova um pronunciamento oficial exortando Chalita a “não ir ter com comunistas, socialistas, perseguidores de cristãos, defensores de doutrinas anticatólicas, pró-aborto, pró-gays, pró-totalitarismo, amigos de ditaduras sinistras, promotores dos anticlericalismo, difusores da teologia da libertação, anti-legítima defesa, anti-subsidiariedade, em suma, com partidos do naipe do PSB e PT – e mesmo o PV”.

Enquanto isso, uma menina de 11 anos, grávida e vítima de estupro, vai abortar em São Paulo – a Justiça já autorizou a pena de morte para o inocente, pelos pecados do pai. A menina diz que tem pena do bebê e fica triste, mas vai “tirar” (sic) por não querer que o estuprador seja o pai. Será que a criança tomou esta decisão sozinha? E será que as pessoas vão continuar inertes, achando que isto é a coisa mais natural do mundo?

Domine, miserere nobis.

Suécia, Recife, Brasília

Suécia legaliza o “casamento gay”. Segundo a notícia, a “união civil” entre pessoas do mesmo sexo era já permitida e, agora, o que foi aprovado foi o “casamento” formal. Não sei as distinções jurídicas específicas entre as duas coisas, mas gostaria de dizer que 1. o resultado da votação [261 votos a 22] é vergonhoso e preocupante, 2. ao menos a lei (ainda! Ainda!) “não obriga os clérigos que discordam dela a celebrarem os casamentos”, 3. a Igreja Luterana Sueca “disse que está aberta a celebrar e a registrar uniões do mesmo sexo”, dando mais uma vez eloqüente testemunho da degradação moral até onde se chega longe de Roma, e 4. não entendo o motivo de “Gays faze[re]m ato pelo uso da camisinha”, como é mostrado na foto…

– O Diário de Pernambuco daqui da terrinha publicou uma matéria em defesa do aborto legal: as pessoas começam a tomar posições mais claras, e as defesas antes veladas agora são impressas e publicadas à luz do dia. Vale lembrar que não existe aborto legal no país, ao contrário do que diz a reportagem. É uma lástima que os hospitais recebam dinheiro do SUS para assassinar crianças; mas é reconfortante saber que “profissionais de saúde de hospitais públicos que oferecem o serviço de aborto legal recusam-se a realizar o procedimento”. A sanha assassina do governo não é compartilhada pelos cidadãos; estes recusam-se a entorpecer a sua consciência com argumentos falaciosos mil, e sabem que o “não matarás” que carregam inscrito no coração é indelével.

– É uma coisa impressionante encontrar uma notícia dessas na grande mídia e, portanto, gostaria somente de registrar aqui: Dilma e sua trupe planejavam seqüestrar o (então) Ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto, segundo afirma o Josias de Souza no seu blog. A ex-terrorista nega peremptoriamente. E, aliás, acho bem provável que quase ninguém dê bola para isso…

Dilma, aborto e catolicismo

Vi hoje uma notícia sobre a sra. Dilma “ex-terrorista” Roussef – a mesma que injustificadamente fez uma leitura numa Missa na Canção Nova no final do ano passado e, depois, como se não fosse o bastante, repetiu a dose mais recentemente em uma missa celebrada pelo pe. Marcelo Rossi – segundo a qual a excelentíssima Ministra da Casa Civil “defende legalização do aborto e distribuição de renda”. Ao menos dois trechos da reportagem – duas frases da Ministra – são bem reveladores:

Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização.

Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha.

A primeira frase é de longe a mais escandalosa: a sra. Ministra defende a legalização do aborto! O que raios uma senhora abortista, portanto, estava fazendo – já por duas vezes! – junto ao Altar da Santa Missa, fazendo leituras da palavra de Deus? E, se a senhora Rousseff – como ela mesma diz – não pratica a religião católica, por qual escuso motivo ela se dispôs a fazer as leituras da Santa Missa na Canção Nova e na missa do Padre Marcelo Rossi?

E agora? Uma vez que a ministra não-católica e abortista pôs as garras de fora e disse claramente quem é, será que vamos receber alguma justificativa dos [ir]responsáveis pela sua presença como leitora na celebração da Santa Missa? E – mais importante! – será que agora as nossas missas ficarão enfim livres da presença escandalosa da ex-terrorista abortista declarada? Permita-o Deus: após o escândalo ter tomado tais proporções, repetições futuras do erro não poderão alegar ignorância dos fatos em sua defesa.

Leiam também, sobre o mesmo assunto, o blog do Veritatis.