Uma “boa má propaganda” do aborto

[ATENÇÃO! POSSUI IMAGENS FORTES!]

Genial!

Um grupo pró-vida da Espanha, sabendo de uma manifestação pró-aborto, teve a feliz idéia de ajudar os abortistas na divulgação daquilo que eles defendiam. Nas palavras dos próprios pró-vida:

Isto foi o que fizemos em Albacete, no dia 22 de abril de 2009. Os pró-aborto haviam convocado uma concentração às 20:00, e era de se esperar que, após a mesma, colassem cartazes e adesivos reivindicando o aborto. Assim, pensamos que, esta noite, deveríamos ajudá-los, como bons cristãos. Desenhamos quatro [cartazes] autocolantes com mensagens pró-aborto, assinados por duas organizações inexistentes, e 15 duplas de voluntários colamos, nesta mesma noite, 1400 unidades em menos de uma hora. Foi isto que milhares de transeuntes albacetenses viram na manhã seguinte:

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A história completa pode ser baixada aqui: Una buena mala publicidad del aborto.

Navarra tem – de longe! – a melhor Universidade da Espanha

Esta eu publico com gosto, mas o El País deve ter publicado rangendo os dentes de raiva: a melhor Universidade da Espanha, de longe, tendo obtido nota máxima (100,00%) na avaliação do Instituto de Análisis Industrial y Financiero da Universidad Complutense de Madrid, com 38 pontos de vantagem sobre a segunda colocada, é… a Universidade de Navarra, do Opus Dei. Reproduzo abaixo o gráfico da “Classificação das Universidades Espanholas”, retirado do próprio site do jornal espanhol:

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Excelente notícia contra os que dizem que o catolicismo não combina com o conhecimento, que a Fé não combina com a ciência. Eis aí o verdadeiro fato que faz calar o [pseudo-]argumento.

A Escola Litúrgica da CAJU

Um amigo enviou-me por email uma pequena nota publicada no Sector Católico, sobre uma tal escola de liturgia brasileira “de Caju”, cujo conteúdo era o seguinte:

La Escola Litúrgica de Caju

Hoy SECTOR CATÓLICO publica un vídeo con nuevos abusos litúrgicos que se están produciendo en Brasil, en una mal llamada “escuela litúrgica” de Caju. Lamentable, pues, seguir permitiendo que sean los laicos los que, a su antojo, puedan decidir cambios en la estructura fundamental de la celebración sacramental de la Iglesia.

De seguir así las cosas, los fieles ya no podremos reconocer o diferenciar nuestra liturgia católica de otras que no lo son, y que, por tanto, no son capaces de transmitir el don de Dios, como canales ordinarios de la gracia divina que son.

Ya está bien. Los católicos nos merecemos algo mejor. Y por eso, recomendamos denunciar a las autoridades eclesiásticas este tipo de comportamientos, con el fin de que sean ellas las encargadas de actuar de oficio y poner orden en casa.

Juan Miguel Comas

Sem fazer a mínima idéia do que se tratava, ao chegar em casa vi que outro amigo havia encontrado o tal vídeo no youtube. Ei-lo:

Foi então que parte do mistério foi resolvido. Descobri no youtube que a tal escola litúrgica “da CAJU” era a  “Escola de Liturgia da Casa da Juventude Pe. Burnier, Goiânia/GO”. Procurando um pouco mais na internet, descobri no site da Casa da Juventude o convite para a “Escola de Liturgia para Jovens” de 2009! Em pleno século XXI, encontrar uma assombração dessas, fantasma das trevas libertacionárias, chega a ser frustrante.

O escândalo atravessou o oceano e chegou à Espanha. Os nossos irmãos católicos do outro lado do Atlântico recomendaram denunciar às autoridades eclesiásticas este tipo de comportamento, a fim de que elas ponham ordem na casa. Faço coro ao pedido. Coisas como “uma forma celebrativa de rosto orante, jovem e inculturada”, “vivência do Laboratório Litúrgico”, “[a]ssembléia celebrante”, “dança na liturgia” e afins que se encontram na programação da tal escola são injustificáveis. Não precisamos de outra liturgia que não a da Santa Igreja. Para vencermos o caos litúrgico hoje reinante, é fundamental que sejamos diligentes em apagar os focos de incêndio. O email de Sua Excelência Reverendíssima Dom Washington Cruz disponível no site da CNBB é dwcruz@uol.com.br e, o da cúria, curia@arquidiocesedegoiania.org.br. Sinceramente, não merecemos isso. Os jovens têm muito mais a oferecer.

Aborto e Gayzismo

ABORTO no Brasil e no mundo:

No Mato Grosso do Sul, uma “médica” acusada de praticar mais de 10.000 abortos irá a Júri Popular. A dra. Neide Machado Mota é acusada de ser “responsável pela interrupção da gravidez de quase 10 mil mulheres”. Na enquete disponível no site da UOL – “Se participasse do júri, qual seria seu veredicto para médica dos 10 mil abortos?” -, no presente momento, 68,45% dos votantes disseram que ela é culpada. Sinceramente, eu tenho medo desses júris populares: não duvido que os abortistas manipulem-no a fim de que ele seja escolhido dentre os 31,55% restantes…

– Na Espanha, os espanhóis rechaçam a “barra libre” ao aborto que será imposta pelo governo. Segundo a pesquisa divulgada por HazteOir, 40,5 % dos espanhóis rechaça a reforma da lei do aborto contra 36,7% que a apóia; entre as mulheres a diferença é maior: 43,1% são contra, enquanto 34,3% são a favor. O que mostra – uma vez mais – que é mentira que as mulheres são as mais interessadas na defesa deste seu macabro pseudo-direito. Não obstante, a Espanha pretende legalizar o aborto: “[o] governo espanhol informou nesta quinta-feira [14 de maio] que enviará ao Congresso um projeto de lei que prevê o fim da proibição do aborto e propõe que meninas maiores de 16 anos possam abortar sem o consentimento dos responsáveis”. Que Deus proteja a Espanha!

GAYZISMO no Brasil:

Governo quer livro didático com temática homossexual; na área da educação, os nossos ilustres governantes querem que “sejam incluídos nos livros didáticos a temática de famílias compostas por lésbicas, gays, travestis e transexuais”. Mais um ataque à família brasileira, desta vez duplo: por meio da apresentação desta caricatura de família como se família fosse, e por meio da imposição de um ensino às crianças com o qual não necessariamente os seus pais concordam.

– Esta maravilha faz parte de um plano do governo voltado para os gayzistas. Foi lançado também nesta quinta-feira 14 de maio, em Brasília, e chama-se “Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT”. Entre as diretrizes que constam nesta depravação institucionalizada, estão a censura – “classificar como inadequadas para crianças e adolescentes” – de obras “que apresentem conteúdos homofóbicos” [a Bíblia, talvez?], a “[l]egalização do direito de adoção dos casais que vivem em parceria homoafetiva”, o encaminhamento “para o presídio feminino [de] mulheres transexuais e travestis”, a revisão “[d]a restrição existente para doação de sangue pela população LGBT”, a “[d]iferenciação dos conceitos de homofobia, lesbofobia e transfobia” [sic!], o “[c]ombate à homofobia institucional” [da Igreja, talvez?], o “[c]ombate à intolerância religiosa em relação à diversidade de orientação sexual e identidade de gênero” [sim! É da Igreja mesmo!], entre outras sandices. O documento completo de 45 páginas pode ser lido aqui.

– Enquanto isso, quase metade dos brasileiros assume ter preconceito contra homossexuais, segundo um estudo – feito pela Fundação Perseu Abramo – citado pelo Jornal do Commercio. E provavelmente “preconceito” significa exatamente acreditar que a família é composta por um pai e uma mãe, que as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são anti-naturais, que duplas de gays [ou lésbicas ou o que seja] não podem adotar crianças, que sodomia é pecado que brada aos céus vingança, que existem padrões mínimos de moralidade a serem observados nas sociedades para tornar possível a convivência, etc. Deus salve o Brasil!

Notas Ligeiras

Só indicando e/ou comentando em linhas ligeiras:

Is There Really an Influenza Epidemic? Em português [adaptado pelo Julio Severo], Há realmente uma epidemia de gripe? Parece que as dúvidas sobre se o surto de gripe suína é uma farsa alcançou proporções globais. Eu mantenho os meus comentários, só enfatizando: se o vírus não é tão letal quanto parece, graças a Deus, e voltemos à normalidade. A começar pelas missas no México, que não sei se já foram liberadas.

– O Gustavo fez um apanhado mais geral sobre a 47ª Assembléia Geral da CNBB, abordando também – além do homossexualismo – as questões sobre famílias em segunda união e celibato. Diz ele: É missão da Igreja, porém, apontar o erro, com caridade, mas com verdade. “A verdade dói”. Paciência. Se Cristo quisesse se furtar à dor, não teria morrido da forma que morreu. Muito bem dito! Subscrevo.

Campanha de outdoor homenageia mãe lésbica em Pernambuco, diz o Jamildo. “Tenho duas mães e muito amor por elas” – ridículo, oportunismo barato, propaganda imoral que deveria ser proibida. O vício não merece “homenagem”, e sim censura. Tenha Deus misericórdia das nossas crianças, expostas desde a mais tenra idade a esta depravação institucionalizada, ao vício transvestido de virtude.

– Não tenho tempo de traduzir esta pesquisa feita nos Estados Unidos, mas ela é bem interessante. Mostra que o apoio ao aborto vem decaindo na sociedade americana de agosto para cá. Mesmo assim, o presidente mais abortista da história dos EUA foi eleito; incompreensível. Tomara que, quando os americanos acordarem, não seja já tarde demais.

– Na Espanha há uma ampla rejeição à proposta de reprovar o Papa por causa de suas palavras na África; Deo Gratias! Queira Deus que, ao contrário do parlamento belga, os espanhóis não cedam ao politicamente correto. O cardeal Cañizares disse que “se trata de «uma decisão que não representa a Espanha nem a imensa maioria dos eleitores de todos os partidos, que deveriam representar verdadeiramente os cidadãos» e que «constitui uma ofensa à própria Espanha, sempre próxima do Papa e querida por ele, e entranha um grave dano às instituições»”. Para expressar também o seu repúdio a esta iniciativa descabida, clique aqui (via HazteOir).

Gracias, gracias, gracias

Este é o título de um email que eu recebi do HazteOir, sobre a Marcha por La Vida ocorrida em diversas cidades da Espanha neste final de semana. Multidões de pessoas que saíram às ruas para protestar contra as legislações assassinas que querem impôr ao povo espanhol; centenas de milhares de espanhóis gritando um retumbante sim à vida, que ecoou por todos os cantos da Espanha. Excelente! Assim escreveu o sr. Ignacio Arsuaga:

El grito del domingo ya no lo van a poder ignorar ni el Presidente del Gobierno ni la Ministra de la Igualdad, ni nadie. Ayer dimos un paso de gigante, en una serie de movilizaciones que vamos a impulsar en los próximos meses, hasta conseguir que el Gobierno se rinda ante el clamor popular.

[…]

Después de este fin de semana, ahora más que nunca, estoy convencido de que podemos ganar la batalla de la vida.

Sim, nós podemos. Basta que levemos a sério a batalha; basta que tenhamos consciência da gravidade da situação e a enfrentemos com a seriedade que ela exige. À semelhança da Espanha, também o Brasil está ameaçado por políticos abortistas; também esta Terra de Santa Cruz precisa que o seu povo se levante em defesa da vida humana inocente. Sigamos o exemplo dos espanhóis: lutemos por nossos princípios, e façamos valer as leis de Deus.

Links sobre a Marcha por la Vida:

A conquista do México

Estando a dois dias neste desbaratamento, chegaram até nós nativos de Cuarnaguacar, que se haviam dado por nossos amigos, dizendo que os da provínciade Cuisco, que é terra muito grande, queriam ir sobre eles, destruí-los e depois virem sobre nós. Nós tínhamos mais necessidade de sermos socorridos do que de darmos socorro, mas como eles insistiam muito e como se haviam dado por vassalos de vossa majestade, não os podia deixar desamparados. Despachei com eles oitenta peões e dez a cavalo sob o comando de Andrés de Tapia e pedi que desse o máximo nessa luta e que voltassem dentro de dez dias. (…) Depois de destruírem tudo que encontraram no plano, os nossos voltaram para o acampamento, tendo feito tudo dentro do prazo de dez dias. Apenas dois dias depois de sua chegada, vieram até nosso acampamento dez índios otumíes, povo que também se havia dado por vassalo de vossa majestade, pedindo nossa ajuda para combater os de Matalcingo que não cessavam de lhes fazer guerra e que também queriam vir contra nós. Embora o povoado dos otumíes ficasse a vinte e duas léguas de distância e nós estivéssemos muito abatidos, eu não podia deixar de ajudar nossos aliados nem tampouco demonstrar fraqueza. Determinei a Gonzalo de Sandoval que fosse com cem peões e quinze a cavalo, mas apenas um balisteiro. (…) Com estas vitórias, Sandoval retornou ao acampamento.

Quatro dias depois da chegada de Gonzalo de Sandoval, os senhores das províncias de Matalcingo, Malinalco e de Cuisco vieram até nosso acampamento para pedir perdão pelo passado e se oferecer ao serviço de vossa majestade.

[Hernan Cortez, Carta ao Rei da Espanha de 15 de maio de 1522, in Cortez, Hernan, “A conquista do México”, pp 132-133. Ed. L & PM, 2ª Edição, Porto Alegre, 2008.]

Não me lembro muito bem das minhas aulas de história do segundo grau sobre a colonização da américa espanhola; lembro-me apenas de algumas vagas expressões negativas associadas via de regra aos espanhóis, como “invasores”, “genocídio”, “roubo de ouro”, “dizimação indígena” e coisas análogas. Aliás, até aposto que, colocando no google qualquer dessas expressões junto com o nome de Cortez, a quantidade de resultados será significante.

Não conheço a história do México. No entanto, passeando por uma livraria há uns dias, encontrei este pocket book sobre “A conquista do México”, cuja capa evoca os mesmos chavões sobre os quais fiz menção acima: uma espada espanhola ensangüentada, cravada numa escultura asteca. O subtítulo do livro diz “20 milhões de nativos mortos em trinta anos; este é o macabro saldo da conquista espanhola”. Enfim, nada me levaria a comprar este livro, não fosse o fato de serem as cartas originais enviadas por Hernan Cortez ao rei da Espanha.

E o Cortez que se apresenta nestas cartas está longe de ser o monstro genocida inescrupuloso sedento de sangue que nos foi apresentado no segundo grau (e, aliás, que é insinuado pela própria capa do livro). Claro, há algumas passagens que são de uma brutalidade capazes de chocar a mentalidade moderna, como  p. ex.:

[F]alei-lhe [a Montezuma, chefe asteca] a respeito do que eu ficara sabendo que ocorrera na cidade de Almería, onde, por ordem dele, haviam matado alguns espanhóis que ali estavam. O próprio senhor daquela cidade, Qualpopoca, confessou que como seu vassalo apenas cumpria suas ordens.

[…]

Passados vinte dias do aprisionamento [de Montezuma], chegaram aqueles que haviam ido buscar Qualpopoca, trazendo o cacique, os que haviam matado os espanhóis e mais quinze principais. (…) Perguntei [a Qualpopoca] se o que ali se havia passado fora mandado por Montezuma e eles confirmaram que sim. Mandei então queimar todos vivos, o que foi feito em uma praça, sem alvoroço nenhum. Depois mandei colocar algemas em Montezuma, o que ele recebeu sem espanto.

[op. cit., pp. 55-56]

Enquanto isso, o aguazil maior soube que em um povoado mais distante chamado Acapichtla havia muita gente de guerra dos inimigos e resolveu ir até lá. O povoado era situado num lugar alto, o que os deixava fora do alcance dos cavalos. Logo que os espanhóis chegaram, os do povoado começaram a pelejar com eles, lançando pedras e flechas. Sentiu o aguazil maior que só lhe restava tentar subir ao povoado ou morrer. E quis Deus dar-lhe tanta força que apesar da grande resistência conseguiram chegar até lá, embora tivessem muitos feridos. E como os índios nossos amigos os seguiram, foi tanta a matança que provocaram, que um pequeno rio que margeava aquele povoado ficou por mais de uma hora tingido de sangue, impedindo que as pessoas pudessem ali beber água, o que foi terrível pois fazia muito calor.

[op. cit., pp 109-110]

Mas isso me parece ser um tributo pago pelo espanhol à sua época. Duvido que houvesse então algum pacifista capaz de emitir uma condenação genérica a esta praxis (Las Casas é um caso à parte). Em suma: não me parece nada que Hernan Cortez seja um “monstro” para além da “crueldade” mediana de sua civilização. Condená-lo sumariamente por atos como os acima relatados é anacronismo.

Ao contrário, ele me parece uma personalidade admirável. Poderia citar incontáveis episódios: as missas assistidas antes das batalhas [“no dia marcado, como sempre fazíamos, ouvimos a missa e partimos”, p. 134], o ódio aos ídolos e a veneração aos santos [“os principais destes ídolos e nos quais eles tinham mais fé eu derrubei de seus assentos e os fiz descer escada abaixo. Fiz também com que limpassem aquelas capelas, pois estavam cheias de sangue dos sacrifícios que faziam. Em lugar dos ídolos mandei colocar imagens de Nossa Senhora e de outros santos, apesar da resistência de Montezuma e de outros nativos”, p. 63], a preocupação com as imagens dos santos mesmo em meio aos combates [“nossa primeira ação foi cercar a base da torre, onde, apesar de manter isolados os que estavam dentro, éramos atacados por todos os lados. Comecei a subir a escada sendo seguido pelos espanhóis. Eles conseguiram abater três ou quatro dos nossos, mas com a ajuda de Deus e de sua gloriosa mãe, cuja imagem havíamos colocado naquela torre, conseguimos subir (…). Mandei colocar fogo naquela torre e nas demais da mesquita, de onde já havíamos tirado as imagens que havíamos posto”, p. 77], os incontáveis perdões concedidos aos índios que passavam para o lado dos espanhóis [“e como viram que o dano que recebiam era considerável, fizeram sinal de que se entregavam e depuseram as armas. E como meu desejo é sempre dar a entender a esta gente que não queremos lhes fazer mal por mais culpados que sejam, especialmente quando se dispõem a ser vassalos de vossa majestade, mandei parar o ataque e os recebi bem. E por tê-los recebido muito bem, fizeram saber isto aos do outro penhasco, os quais, embora tenham resultado vitoriosos no combate conosco, também resolveram se dar por vassalos de vossa majestade e vieram me pedir perdão pelo passado”, p. 113], o pesar em destruir as cidades dos índios [“como tínhamos todas as terras ao redor a nosso favor e nossa determinação de atacar, não consegui entender como estes da cidade [Tenochtitlán, capital asteca] permaneciam irredutíveis em seu desejo de lutar até a morte, nos obrigando a ter que destruir aquela cidade que era a coisa mais bela do mundo”, p. 133], a ajuda concedida aos índios que a solicitavam [já citado acima, pp 132-133], etc.

Há só mais uma parte que eu gostaria de citar, sobre uma derrota que os espanhóis sofreram quando tentaram tomar o mercado principal de Tenochtitlán, durante o cerco à cidade. Ei-lo:

Neste desbaratamento em que nos envolvemos, os inimigos mataram trinta e cinco ou quarenta espanhóis, mais de mil índios nossos amigos e feriram mais de vinte cristãos, inclusive eu que saí ferido em uma perna. Também perdeu-se o tiro pequeno de campo que havíamos levado e muitas balistas, escopetas e outras armas. Todos os espanhóis que pegaram, vivos ou mortos, levaram para Tatebulco, que é o mercado. Ali os penduraram desnudos, abriram o peito e arrancaram o coração que ofereceram a seus ídolos. Os de Pedro de Alvarado puderam ver bem de perto o sacrifício dos corpos desnudos e brancos dos cristãos, tendo mergulhado em grande tristeza e desânimo e se retraído ao seu acampamento real, apesar de terem lutado muito bem aquele dia e quase conquistado o mercado, só não o conseguindo por vontade de Deus, que nos quis castigar por nossos pecados.

[op. cit., p. 131]

E este Hernan Cortez que consegue ver até nos reveses que sofre a “vontade de Deus, que nos quis castigar por nossos pecados” não existe nos livros de história. Não conheço, repito, a história do México; mas, lendo estas cartas de Hernan Cortez, parece-me claro que este capitão espanhol não é santo, mas tampouco é o demônio que nos apresentam no Ensino Médio.

¡Protege mi vida!

[Traduzido do site da Conferência Episcopal Espanhola; trata-se de uma campanha produzida pela Conferência, em defesa da vida e que, segundo informações que me foram passadas, está deixando os socialistas furiosos.

Só um comentário: que santa inveja…]

A Conferência Episcopal da Espanha (CEE) põe em marcha desde hoje uma campanha de comunicação com o tema “Protege minha vida!”. A iniciativa se insere no contexto da Jornada pela Vida, que se celebrará no próximo dia 25 de março em todas as dioceses espanholas.

Anunciam-se mudanças legais que, caso se concretizem, darão lugar a uma situação na qual aqueles que estão por nascer ficarão ainda mais desprotegidos do que com a atual legislação. Ao mesmo tempo, parece que a aceitação social do aborto vai aumentando. Neste contexto, a Conferência Episcopal põe em marcha uma campanha de comunicação na qual se distribuirão os materiais habituais que se elaboram cada ano por ocasião da Jornada pela Vida (Notas dos bispos, cartazes e roteiros [guiones] litúrgicos) e, além disso, excepcionalmente, os cartazes serão colocados em outdoors [vallas publicitarias] e serão distribuídos livretos [dípticos] explicativos.

Concretamente, foram enviados 30.000 cartazes para paróquias e centros católicos de toda a Espanha, a partir de hoje e até o próximo dia 30 de março podem-se ver anúncias em 1.300 outdoors de 37 cidades espanholas, e começou-se a distribuir nas dioceses um total de 8 milhões de folhetos.

A campanha tem como protagonistas um ser humano e um lince. Em nossa sociedade, é cada vez maior a sensibilidade sobre a necessidade de se proteger os embriões de várias espécies de animais; as leis tutelam a vida dessas espécies em suas primeiras fases de desenvolvimento. Tudo bem que seja assim; no entanto, é paradoxal que a vida da pessoa humana que vai nascer seja objeto de uma desproteção cada vez maior. Por isso, nos anúncios aparece a pergunta: “e eu?”, entre o menino já nascido e uma série de imagens nas quais se mostram os diferentes estágios da vida humana em gestação. Trata-se de dar voz àqueles que não a têm, porém têm, sim, o direito de viver.

Essas iniciativas unem-se ao Ano de Oração pela Vida que está em curso desde o mês de janeiro último.

Mais curtas sobre o aborto

– Na Espanha foi aprovada uma lei que permite o aborto livre, dentro de um prazo que, no entanto, ainda resta estipular. E este prazo pode ainda ser estendido, para os casos de má-formação fetal e riscos de saúde para a mãe. Quanto ao primeiro caso, configura assassinato; quanto ao segundo, configura eugenia; quanto ao terceiro, configura inexistência, já que não existe aborto terapêutico.

Na verdade, não existem argumentos razoáveis para se defender o aborto – absolutamente nenhum. A sanha abortista é um ato de vontade perversa, e nunca uma conclusão isenta de princípios racionais válidos. Comentando com um amigo sobre o assunto certa vez, ele me disse que, para ele, “saúde da mulher” incluía a sua “saúde psíquica”… o aborto deve ser combatido em todos os casos. O assassinato de crianças em hipótese alguma pode ser legalizado; todos os sofismas e pseudo-motivos alegados por ele são, sempre, passíveis de extensão, são sempre pequenos territórios conquistados, que naturalmente conduzem para além deles porque, derrubado o princípio primeiro e inegociável de que a vida humana é um bem que deve ser protegida, a diferença entre uma restrição e uma outra restrição um pouco menos restrita é meramente quantitativa.

– Há um outro ato público – este NÃO é aquele que foi aqui noticiado – promovido pelo  Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, que tenciona exigir a não-expulsão dos deputados pró-vida do PT e a imediata instauração da CPI do aborto. Ocorrerá “em frente ao prédio da sede nacional do PT no SCS Qd.02 Ed. Touffic, dia 19/03/09 a partir das 09h”.

A favor da imediata instauração da CPI do aborto, é claro que nós somos. Já com relação à expulsão do Bassuma [e de outros deputados] do PT, eu tenho uma posição diametralmente oposta: sou a favor de que ele seja expulso o quanto antes, para que fique claro para todos a verdadeira face do Partido Abortista e para que os deputados pró-vida, livres dos tentáculos do monstro assassino, possam trabalhar verdadeiramente pela causa da vida. Vale muito a pena ler a carta do pe. Lodi ao Bassuma, onde o reverendíssimo sacerdote diz: Faço votos de que os pró-vida do Brasil inteiro se unam para acelerar o processo de expulsão, não só de Vossa Excelência, mas de todos os que não concordam com o programa petista de desintegração dos valores cristãos. Que o trigo seja expulso, sim, do meio do joio.