A criança no banco da frente da Missa

Havia uma criança no banco da frente, e a pequena não parava quieta um instante sequer! Era Missa; e a frutuosa participação no Sacrifício de Cristo exige algumas disposições interiores de ordinário avessas à distração inevitavelmente provocada por uma criança irrequieta. Em poucas palavras, a gente precisa se concentrar pra rezar direito, e é difícil concentrar-se com uma criança chamando a sua atenção o tempo todo…

Lembrei-me de que “o problema” das crianças na Missa já fora abordado de um sem-número de maneiras. Há quem defenda que elas sejam simplesmente deixadas em casa. Há quem pugne pelo oferecimento de uma estrutura paroquial – uma salinha separada, a “acolhida das crianças” – para “tomar conta” dos pequenos enquanto os seus pais assistem à Missa. Há quem diga que os pais devem se impôr mesmo e fazer as crianças ficarem quietas, retirando-as do recinto sagrado se necessário for. Domingo, havia uma criança no banco da frente, e eu me peguei a pensar no assunto. E, curiosamente, a solução a que cheguei foi esta: é preciso deixar as crianças serem crianças. E deixar os pais serem pais.

A menina – era já um pouco grandinha, não sei, três anos… – olhava para tudo ao redor, com aquela curiosidade própria de quem tem um mundo inteiro a desbravar. Subia no banco. Descia do banco. Abraçava o pai. Segurava a mãe. Tinha uma voz estridente, de cujo volume as convenções sociais ainda não tivera tempo de aprender. Pegava o papel. Derrubava o papel. Ia de um lado para outro, para o braço de um e de outro. Olhava, sorria. Desinteressava-se. Falava. Ensaiava um choro. Um momento houve até em que, em pé no banco, começou a pisar forte e ritmadamente – com o insofismável fito de fazer barulho. (Neste instante, aliás, o pai a pegou no braço. E ela não fez escândalo. Em momento algum ela fez escândalo.)

Pela descrição, parece até que a igreja estava a ponto de vir abaixo; dir-se-ia um verdadeiro pandemônio instaurado no templo santo de Deus. Houve até um momento em que eu próprio olhei para a criança e me perguntei se não haveria algum fenômeno preternatural a explicar aquele incansável empenho infantil em roubar do Altar a atenção dos fiéis. Mas, na verdade, a impressão agora é ilusória, como o fora no decorrer da Missa. A criança não atrapalhava a celebração mais do que outras coisas com as quais a Igreja sempre conviveu – e é bom que conviva.

Li, há anos, em não me lembro agora qual historiador, uma descrição de uma provável Missa celebrada em um típico vilarejo medieval. Não havia os bancos que hoje nos acostumamos a encontrar, a fim de organizar os fiéis que se reúnem para a assistência do Santo Sacrifício; o espaço aberto da nave ocupava-se de maneira natural, orgânica, à medida que os católicos fossem chegando e na proporção do seu fervor religioso na ocasião. O povo também não se pejava de adentrar o templo do modo como se encontrasse; às vezes carregando um saco de frutas a vender na feira, ou dois patos adquiridos no caminho e que iriam servir de alimento à família. O ápice da Missa era – como ainda é – a Consagração; assim, no instante em que o sacerdote elevava a Hóstia Consagrada por cima de sua cabeça, todos se acotovelavam para, acima dos ombros uns dos outros, vislumbrar – por um instante fugaz que fosse – o Santíssimo Sacramento. E, imaginando as penas voando, o grasnar dos patos, a melancia espatifando-se no chão e um monte de gente se empurrando para ver melhor (que os outros) o altar… aquela criança no banco da frente da Missa de domingo passado parecia-me transmitir uma quietude elísia.

O quadro, dirão, é “pouco piedoso”. Ora, mas é claro que é pouco piedoso; é um quadro que retrata todas as mazelas e defeitos dos seres humanos de carne e osso para cuja salvação existe a Igreja! Mas não se trata sempre de pouco zelo; às vezes, há circunstâncias pessoais bem razoáveis a justificar certos comportamentos dos fiéis. E para as encontrar não é preciso retroceder a nenhum obscuro vilarejo medieval; basta pensar, por exemplo, nas missas celebradas em campanha. Ou alguém acha que em Iwo Jima não havia soldados fazendo a guarda, olhares apreensivos para todos os lados, tiroteios e ribombos de canhões ao fundo, essas coisas que costumam acontecer nas guerras?

Tampouco é preciso ir à guerra; vá-se a uma festa popular de maior monta. Aqui, em Recife, fui recentemente (como o disse) à de Nossa Senhora no Carmo. E havia crianças comendo, e gente mexendo no celular, e empurra-empurra na nave central (da qual, em talvez involuntária homenagem ao vilarejo medieval que referi acima, haviam retirado os bancos), e guardas-chuvas e capas pingando (sim, chovia lá fora), e pessoas chegando e saindo o tempo inteiro. Perto disso, repita-se mais uma vez, a criança no banco da frente da Missa de domingo passado transparecia a placidez de um mosteiro cartuxo.

O ponto, em suma, é o seguinte: não nos deve surpreender que a assistência à Missa revista-se dos elementos naturais da vida social. Mais até: quanto mais fortes forem esses elementos, mais isso significa que a religião está entranhada no dia-a-dia das pessoas, mais as pessoas a vêem com familiaridade. Atenção, que não se está aqui falando nada de Liturgia! A Liturgia é para ser sempre impecável, é evidente, como convém ser o culto prestado ao Deus Todo-Poderoso. Mas a forma como as pessoas assistem a este culto pode, sim, adquirir os rasgos de espontaneidade não-institucional que sejam socialmente aceitáveis e razoavelmente justificáveis. E é até bonito que assim se faça; chega a ser um testemunho da vitalidade do Evangelho, ao qual se curvam as necessidades sociais. Falo, por exemplo, de pessoas entrando e saindo da igreja durante a Missa, aproveitando o intervalo do horário de trabalho para assistir, se não a celebração inteira, ao menos o pedaço que conseguem. Falo de militares de serviço assistindo à missa de farda camuflada, quepe às costas. Falo de doentes tossindo. E, claro, falo de mães embalando seus filhos, ou retirando-se para lhes trocar as fraldas, e falo de crianças correndo e gritando.

Dir-me-ão que essas coisas são muito diferentes, e que nada tem a ver uma guerra com um feirante, ou com um pedreiro sujo de cimento, ou com uma criança mal-comportada. Eu digo que todas essas coisas têm muito mais em comum entre si do que parece à primeira vista: são, todas elas, exemplos de seres humanos tentando conciliar os seus deveres de estado com a prática religiosa. Assim como o soldado deve combater, e isso talvez lhe exija prestar atenção nos arredores do acampamento mesmo durante a celebração da Missa, assim o trabalhador deve prover o sustento da sua família – e isso talvez lhe exija levar à igreja os seus instrumentos de trabalho. Isto é um sinal de que a sociedade anda sadia e está ordenada; é um indício de que, apesar de tudo, as coisas estão indo bem.

Mas um soldado não é a sua patente e, um feirante ou pedreiro, não é o seu comércio ou sua construção civil. Uma mãe, contudo, é indissociável da sua maternidade. O soldado tem o seu dia de folga, onde ele não exerce o serviço de militar; um pai, contudo, não dispõe de um instante sequer onde esteja dispensado de seus serviços paternos. Nem aos domingos. Nem na igreja.

Uma família com crianças é uma campanha militar permanente. E se deixamos sem maiores olhares de censura os soldados (ou os policiais, ou os médicos, ou os bombeiros) assistirem às nossas missas, mesmo que estejam fardados, mesmo que o rádio que levam à cintura possa eventualmente tocar, mesmo que precisem sair às pressas da celebração; se os deixamos e, ainda, sentimo-nos gratos porque eles protegem as pessoas, salvam vidas, cuidam de nós, e é bom tê-los por perto; se, até mesmo!, olhamos com admiração para essas pessoas que, no meio do serviço, fazem malabarismos para conciliar os seus deveres com algum tempo de oração e de agradecimento a Deus; por qual razão censuraríamos as famílias que vão à missa fardadas com bolsas e fraldas, e carrinhos de bebê, e mamadeiras?, e por qual motivo não agradeceríamos àqueles que, mesmo durante a Missa, não descuidam do cuidado dos seus filhos, que outra coisa não é que o cuidado com o nosso futuro?, e por quê, em suma, não olharíamos com admiração e reconhecimento para estas pessoas que, sem descuidar de seus deveres – mesmo a serviço! -, desdobram-se para dedicar um pouco de tempo à vida de oração e aos seus deveres públicos para com Deus?

A menina no banco da frente da igreja era uma criança. E isso significava três coisas: primeiro, que ainda há crianças no mundo, graças a Deus; segundo, que os seus pais não as deixavam de lado para estar na Igreja; e, terceiro, que eles tampouco deixavam a Igreja para cuidar de suas crianças. Foi o que eu percebi no domingo passado; e, perto disso, qualquer distração que a sua presença pudesse provocar era de pouca monta. Que Deus nos conceda igrejas repletas de crianças! Conviver com elas, afinal de contas, é um excelente sinal de que as coisas – graças a Deus! – ainda andam bem no mundo.

Benedictio puerorum et puellarum

Agradeço ao Taiguara por ter divulgado, entre amigos, esta oração que agora divulgo publicamente. Trata-se da “Bênção das crianças”, que faz parte dos “Exercícios para o dia da Primeira Comunhão” de São Pio X. Aliás, o dia da Primeira Comunhão é indulgenciado, por São Pio X, conforme segue:

1º – Uma indulgência plenária para os meninos e meninas que fazem a primeira Comunhão, orando segundo as intenções do Sto. Padre;

2º – Uma indulgência plenária a seus parentes consangüíneos até o 3º grau que, confessados, comungarem e orarem segundo as intenções do sto. Padre;

3º – Uma indulgência de 7 anos e 7 quarentenas a todos os fiéis que, de coração contrito, assistirem à solenidade da primeira Comunhão.

Amanhã é Corpus Christi. Renovemos o nosso amor por Nosso Senhor Eucarístico.

Baixe aqui os Exercícios para o dia da Primeira Comunhão.

Sobre o Limbo

A existência do limbo das crianças não é dogma de Fé. No entanto, tampouco é uma doutrina descartável, ou uma hipótese medieval caduca, ou uma conclusão teológica equivocada que já não se justifica nos nossos tempos: em minha opinião, o limbo é simplesmente a resposta teológica mais coerente com a Revelação, e talvez a única a respeitar completamente a – agora, sim, dogma de Fé – necessidade do Batismo para a salvação.

A Comissão Teológica Internacional pensa diferente. Há um (já antigo, possui mais de dois anos) documento extenso dela que se propõe a defender a esperança para as crianças mortas sem o Batismo; em minha opinião, um dos piores textos produzidos por esta Comissão e um exemplo do deplorável nível teológico ao qual chegamos nos nossos dias.

O texto não é ruim por ser escrito “às pressas”, nem por ser um texto curto, nem [somente] por considerar apenas algumas poucas partes do problema: na verdade, o que faz o texto ser péssimo é precisamente o fato dele falar, falar, falar e não oferecer nenhuma resposta satisfatória, nenhum novo aprofundamento da questão que tenha um mínimo de embasamento teológico sério e, não obstante, passar a clara impressão de que o Limbo não existe mesmo e as crianças mortas sem Batismo vão direito para o Céu, gozar da eterna companhia d’Aquele que disse “deixai vir a Mim as criancinhas”.

O documento não diz isso expressamente. Ao contrário, afirma em sua introdução que seu objetivo é “motivar la esperanza de que los niños muertos sin Bautismo puedan ser salvados e introducidos en la felicidad eterna”. As palavras são bem escolhidas: “esperança” não é certeza, e “potência” [= ‘puedan ser salvados’] não é necessidade. No entanto, ao final da leitura, a conclusão à qual se chega é, sim, que há “poderosas razones para esperar que Dios salvará a estos niños”: as bem escolhidas palavras da introdução desaparecem na conclusão. É uma pena.

O que se pode falar sobre o Limbo? A Permanência tem dois textos: “O Magistério Desprezado” e “O Limbo”. É o oposto do documento da CTI: a impressão passada é a de que o Limbo existe mesmo e quem não o professa expressamente é um herege. Contra os arroubos de extremismo, é importante repetir que não é dogma de Fé; no entanto, se for para comparar somente os textos da CTI e da Permanência, é óbvio que os tupiniquins são incomparavelmente melhores. Com a clareza que tanto faz falta na teologia contemporânea:

Sobre o destino dessas crianças mortas sem Batismo existem: 1) o ensinamento claro da Sagrada Escritura: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não renascer da água e do Espírito Santo” (Jo 3, 5); 2) o ensinamento unânime dos Padres (Tradição) sobre a necessidade absoluta do Batismo para salvar-se. Pelágio e seus discípulos que, ao negar a transmissão do pecado original e suas conseqüências, negaram também essas verdades, foram condenados pelo Concílio de Mileto (416) e em seguida pelo Concílio de Cartago (1418), ambos aprovados pelo Papa: “Se alguém diz que as palavras do Senhor: ‘Há várias moradas na casa de meu Pai’ devem ser entendidas no sentido de que no reino dos céus há um certo lugar intermediário ou que existe um lugar qualquer onde vivem felizes as crianças mortas sem Batismo, sem o qual elas não podem entrar no reino dos céus que é a vida eterna, que seja anátema” (Denz. 102 nota 4).

Na minha opinião, só faz sentido questionar a existência do Limbo se se for capaz de oferecer uma resposta teológica adequada à necessidade absoluta do Batismo para a salvação: sentimentalismos infantis do tipo “Deus quer salvar a todos” não valem. Ainda na minha opinião, é muito mais interessante fazer questionamentos sobre a natureza do Limbo.

Por exemplo, como eu conversava há pouco com um amigo: o Limbo é eterno? Caso seja, ele fica no Céu ou no Inferno? Ou existe alguma outra realidade eterna além do Céu e do Inferno? Caso não seja eterno, o que vai acontecer com ele após o Juízo Final? Se ele é eterno e fica no Céu, é possível haver Céu sem visão beatífica? Se ele é eterno e fica no Inferno, é possível haver felicidade natural plena no Inferno?

Ou ainda: as crianças que morreram antes da Vida de Cristo, foram para onde? Para o Limbus Patrum, ou não? Quando Nosso Senhor desceu aos Infernos, levou-as para o Céu junto com os Patriarcas? Ou jogou-as no Inferno? Ou colocou-as no Limbus Infantum recém-inaugurado?

São muitas perguntas cujas respostas eu sinceramente não sei. Talvez os teólogos modernos tenham preferido furtar-se a respondê-las, e fizeram isso varrendo convenientemente o Limbo para debaixo do tapete, já que não é dogma de Fé. O que eles esquecem, no entanto, é que ninguém propôs o Limbo por estar entediado sem nada para fazer. Ao contrário, o Limbo foi proposto como uma tentativa de solução para o problema real e inquestionável da necessidade do Batismo para a salvação: se querem esquecer o limbo, que se debrucem sobre o problema que o motivou! O que não se pode aceitar é que a descrença no limbo termine por provocar – como naturalmente provoca, postas as coisas como foram – uma descrença na necessidade de se batizar. O que não se pode aceitar – e que infelizmente acontece – é que relativizem a importância do Batismo, ao desconsiderarem o Limbo das Crianças.

“Mercado de Moda Infantil”

[Publico um capítulo de um estudo realizado pela Universidade Estadual de Goiás sobre crianças e moda, chamado “Mercado de Moda Infantil”, que traz algumas considerações bem pertinentes sobre a corrupção da infância. Agradeço ao Rodrigo Pedroso que mo enviou por email.

O original pode ser encontrado aqui e é da autoria da sra. Nadima Chalup Ribas, estudante de design de moda e autora deste blog, em colaboração com o dr. Bento Fleury, professor doutor em Letras e Lingüística.]

Erotização da Moda Infantil

Um fato que preocupa pais, educadores e a sociedade em geral é a infância cada vez mais curta. É cada vez mais comuns ver meninas na faixa de 7 a 11 anos agindo como verdadeiras moças, ganhar brinquedo é uma ofensa, o presente bem vindo são roupas, acessórios, maquiagens.

As festas de aniversário também mudaram, não existe uma decoração com tema infantil, mas sim festas com DJ’s, luz negra ou então a festa é realizada dentro de um salão de beleza. Criança sempre foi vaidosa, a diferença era que elas colocavam suas vontades todas nas bonecas, hoje não precisam de bonecas, a realidade é mais interessante, elas são as próprias “cobaias”.

O problema tem origens da própria educação dos pais que, na sua maioria, vestem seus filhos, principalmente filhas como adultos em miniatura. Não imaginam o efeito que isso causa em um futuro próximo. Mesmo que alguns pais eduquem seus filhos de maneira coerente, eles acabam recebendo uma grande influência da televisão, a contra educação. O fato não é tão atual, existe uma diferença muito grande na moda infantil antes de depois do programa Xou da Xuxa, exibido na década de 80.

As meninas – as mais influenciadas – não queriam mais saber de vestir vestidos com babadinhos e sapatos. A febre na época eram os shortinhos e as botas, marca registrada da rainha dos baixinhos. A roupa da apresentadora que inspirava sensualidade contrastava com um cenário cheio de elementos infantis. Além de influenciar na moda, o programa também direcionou as crianças ao consumismo e a competição.

Nos anos 90 outra preocupação dos educadores era o então grupo de axé, É o Tchan. A atração do grupo eram as mulheres vestidas com roupas curtíssimas, coloridas e coladas ao corpo dançando com letras de apelo sexual. É obvio que a criança não entendia o significado da letra, mas se deixava levar pelo ritmo e o colorido das roupas das dançarinas.

Nunca uma criança foi tão desrespeitada como naquela época, a tendência da maioria é imitar sim as vestimentas de ídolos, não só as vestimentas, mas também as atitudes. As meninas andavam praticamente semi-nuas, e o pior era o orgulho que os pais sentiam em ver seus pequenos vestidos como os ídolos em programas de TV. Esses programas promoviam concursos de cover infantil e ainda ganhava ibope com isso.

A taxa de violência sexual contra crianças e adolescentes aumentou consideravelmente, a sociedade se chocava no momento em que acompanhavam dados no jornal da TV, mas de nada adiantava, pois depois do jornal entrava a novela ou programas de auditório com a participação especial desses famosos grupos de axé.

Aproveitando o sucesso que o grupo tinha com as crianças, foram lançados diversos produtos da linha É o Tchan entre brinquedos, cosméticos e roupas. Ou seja, mais uma vez as crianças eram as principais vítimas de grandes empresários sem valores que pensam apenas em dinheiro.

Atualmente, um fenômeno que colabora para a erotização da moda infantil é a cultura do funk. Semelhante ao axé, as letras são de gosto duvidoso e também fazem apologia ao sexo. A criança novamente é seduzida pelo ritmo, as batidas. As roupas também são extremamente justas e curtas, a criança ao vestir a roupa, sente-se mais velha, e para elas, não existe coisa melhor.

O grupo Rebeldes, também tem uma parcela de influência nas vestimentas e no comportamento precoce das crianças. O grupo musical também conta com uma novela que é acompanhada assiduamente por crianças e adolescentes, mas principalmente as crianças. A história se passa em um colégio de classe média alta, os atores que interpretam adolescentes, na vida real, já são adultos. As protagonistas vestem uniformes curtíssimos, o que não seria permitido em um colégio da vida real. Além das roupas as crianças tentam imitar o comportamento intitulado como rebelde, o próprio nome diz tudo.

Fatores sociais também colaboram para o aceleramento dos fatores biológicos, as meninas de hoje entram na puberdade mais cedo.”Esta geração de meninas está tão erotizada, vem recebendo tantos estímulos para ficar moça que o cérebro acaba enviando sinais que detonam a produção dos hormônios mais cedo” afirma Jonathas Soares, ginecologista do Hospital das Clínicas e do Albert Einstein, de São Paulo.

Notas Ligeiras

– Ainda sobre o homossexualismo: o Parlamento Português rejeitou – graças a Deus! – o “casamento gay”. A terra na qual apareceu Nossa Senhora de Fátima está oferecendo uma bonita resistência à degradação moral que se espalha pelo resto da Europa como uma praga. Que a Virgem de Fátima continue intercedendo pelos portugueses.

– O Diário de Pernambuco, talvez num surto de bom senso após as publicações vergonhosas de ontem, publicou hoje uma relevante reportagem que chama a atenção para o perigo ao qual as crianças estão expostas na internet. Diz a matéria que a “inocência ultrajada é realidade para 53% das crianças e adolescentes que, segundo pesquisa inédita, tiveram contato com conteúdos agressivos na internet”. Aproveito o ensejo para recomendar o blog Diga Não à Erotização Infantil.

– O Canadá vai condecorar (aliás, a esta hora, já deve ter condecorado) o dr. Morgentaler, “principal responsável para que, em 1988, a Suprema Corte do Canadá revogasse a lei que permitia o aborto somente após avaliação de uma comissão médica”. Vergonha. Que esperaça podemos ainda nutrir, quando os criminosos recebem homenagens públicas?

– Lembram dos jovens argentinos que valentemente defenderam a Catedral? Pablo, um deles, concedeu uma bonita entrevista cuja leitura vale muito a pena. Recomendo.