Sobre o esplendor da hipocrisia

Encontrei um pequeno texto – disponível no blog “Pacientes na Tribulação” – que se chama “O esplendor da hipocrisia” e se presta a atacar o Veritatis Splendor por um artigo sobre o Magistério da Igreja que foi publicado lá no final do mês passado. Ao terminar de ler o texto – do “Pacientes na Tribulação” -, fico com a incômoda impressão de que o seu autor incorre quase no mesmo erro de que acusa o Veritatis.

Este é acusado de falsificar os “argumentos tradicionalistas”:

Argumento Tradicional: O Magistério Ordinário pode ser rejeitado quando apresentar erros contra a Fé.

Deturpação do argumento: o Magistério Ordinário pode ser rejeitado sempre e livremente

Oras, eu não tenho procuração para defender o Veritatis Splendor, mas há dois problemas com o “argumento tradicional” da maneira como é apresentado que preciso apontar. Primeiro problema: é necessário demonstrar de maneira clara e insofismável que o Magistério Ordinário é passível de apresentar erros contra a Fé, pois esta proposição é bastante discutível (aliás, antes disso, é necessário definir precisamente o que significa “Magistério Ordinário”). Segundo problema (e este é o mais sério): concedendo que seja possível ao Magistério Ordinário apresentar erros contra a Fé, a quem compete julgar se, num situação concreta, tal coisa se observa ou não?

Às vezes, eu tenho a impressão de que alguns “tradicionalistas” comportam-se como se a existência de “erros contra a Fé” nos textos conciliares fosse uma evidência incontestável. Como se o Concílio tivesse dito expressa e inequivocamente heresias. Justamente os que acusam o Concílio de “ambigüidade”, agem no entanto como se o seu problema fosse não este, e sim o de heresias explícitas. Lembram-me um pouco alguns que se dizem agnósticos e, começando por dizer que não dá para saber se Deus existe, comportam-se contudo como se fosse certa a Sua não-existência.

Os supostos “erros contra a Fé” do Vaticano II são extremamente discutíveis. Não apenas por mim, porque a minha opinião tem bem pouca importância: os Papas – portanto, o Magistério – nunca afirmaram que houvesse erro contra a Fé no Concílio e, ao contrário, sempre corroboraram a sua ortodoxia e a sua perfeita harmonia com a Doutrina Tradicional. Se, portanto, o “argumento tradicional” diz que só se pode rejeitar o Magistério Ordinário quando este contém “erros contra a Fé”, tal argumento não justifica a rejeição do Vaticano II, posto que o Magistério da Igreja (o único intérprete autorizado do Concílio) já afirmou que este não contém erros contra a Fé.

A menos que seja possível ao leigo contradizer o Magistério da Igreja e afirmar que existem erros onde o Magistério diz que eles não existem; a menos que seja da competência de qualquer fiel julgar os textos magisteriais para discernir, por conta própria, se, neles, há erros ou não há. E, se for este o “argumento tradicional”, então a “deturpação” do Veritatis corresponde quase perfeitamente à realidade: se qualquer um pode “sempre e livremente” pegar os textos do Magistério e sentenciar por conta própria que eles contêm “erros contra a Fé”, então isso é, na prática, equivalente a dizer que qualquer um pode, sim, rejeitar sempre e livremente o Magistério Ordinário, bastando para isso proferir a sentença condenatória de heresia. Apresentando, pois, o “argumento tradicional” de uma forma abstrata e destoante da sua aplicação concreta na realidade, há pelo menos tanta “falsificação” aqui quanto na caricaturização feita pelo Veritatis.

Quanto a isso, por fim, já houve – e, aliás, ainda há – na história da Igreja uma coisa muito parecida com isso, só que ao contrário: quando da condenação do Jansenismo, alguns católicos disseram que, nos textos de Jansenius condenados, não havia heresia, a despeito dos papas afirmarem com muita clareza que, sim, havia. Existe um interessante artigo (cuja leitura vale muito a pena – procurem por The heresy of the anti-Jansenist popes) “provando” que os Papas da época cometeram heresias, ao condenar proposições que não poderiam ser condenadas (porque – óbvio, segundo eles – já aprovadas anteriormente pela Igreja). Tal artigo prova que há heresia em Inocente X, Clemente XI, e até mesmo em São Pio V (!). Note-se que é um artigo atual; há, hoje em dia, pessoas defendendo essas coisas. Estes tradicionalistas que se auto-atribuem o múnus de contradizer os papas no tocante ao Vaticano II agem, provavelmente sem o saber, com a exata mesma mentalidade dos que se permitem dizer que a condenação do jansenismo foi herética. Não acredito, ao contrário do “Pacientes na Tribulação”, que haja uma argumentação hipócrita nestes que me proponho a refutar aqui; no entanto, há – para dizer o mínimo – sem dúvidas uma excentricidade, que não é sadia e não faz bem à Igreja de Nosso Senhor.

Pequena Lia contra o aborto

Apenas registrando, porque já faz mais de uma semana que o Murat comentou: é reconfortante ver a pequena Lia, canadense, de 12 anos, falando contra o aborto; é excelente ver que as novas gerações já não mais engolem os sofismas caducos dos defensores do assassinato de crianças. Há esperança para o futuro, e ela é personificada por esta pequena garota, que teve a coragem de tratar – com tanta desenvoltura! – de um tema tão grave, defendendo uma posição tão estigmatizada.

O vídeo já passou das 450.000 views; é impressionante. O Julio Severo traduziu uma reportagem de LifeSiteNews.com sobre o assunto. A garota deve ser o orgulho da mãe:

A mãe de Lia diz que o assunto foi escolhido pela própria filha, e que ela estava determinada a não ceder, até mesmo depois que os professores lhe disseram que sua apresentação era “adulta demais” e “polêmica demais”.

Que Deus nos conceda gerações e mais gerações de Lias – para a salvação do mundo!

Exemplo comovente de um pai

Foi com tristeza que comentei ontem aqui a existência de um assassinato em curso: uma garota de nove anos, estuprada pelo padrasto e grávida de gêmeos, estava na iminência de iniciar um processo de aborto autorizado pela mãe. No último instante, porém, aconteceu uma coisa extraordinária (que eu só fiquei sabendo hoje): o pai da menina é evangélico e disse ser contrário ao assassinato de seus netos! Diz o Jornal do Commercio que, “com a divergência entre os pais, a situação será decidida por um juiz da infância e da juventude”.

Não confio, absolutamente, nos “juízes de infância e juventude” que nós temos, nem tampouco nos “médicos” do IMIP (aliás, o Diário de Pernambuco disse hoje que o procedimento abortivo já começou e “pode levar dias”… Kyrie, eleison!). Mas existem algumas coisas sobre este caso que precisam ser ponderadas, além daquelas que eu já comentei em resposta ao Steven no post de ontem.

Antes de mais nada, vale a pena salientar que estamos diante da mais extrema situação de “aborto justificável” que os abortistas poderiam desejar, porque esta garota reúne em si virtualmente todos os [pseudo-]argumentos tradicionalmente utilizados pelos defensores do assassinato de bebês: é uma criança, foi estuprada, a gravidez é de risco. Impressionante como quase todos os “motivos” ad nauseam alegados pelos abortistas encontram-se personificados nesta menina que está internada em um hospital daqui de Recife!

Exatamente por isso, merece extremo louvor o pai da criança que, evangélico, declarou-se contra o assassinato dos bebês. Ele não se declarou simplesmente contrário ao aborto: com esta atitude heróica, ele deu um eloqüente testemunho contra quaisquer “argumentos” abortistas, já que se trata de uma filha dele, criança, que foi violentada, que leva uma gravidez de risco. Tentação maior para se optar pelo caminho “mais fácil” eu não conseguiria imaginar; no entanto, o pai da menina acredita no valor da vida, e acredita que nem mesmo a conjunção de todos os sofismas abortistas juntos é capaz de justificar o assassinato de inocentes. Ainda há pais verdadeiros neste mundo!

Se não for moralmente aceitável que esta criança aborte os seus filhos (como o pai dela acredita, e como eu acredito), então o aborto nunca é aceitável, porque situação mais difícil do que essa não poderá existir. Os abortistas sabem disso, e portanto precisam fazer de tudo para cativar as pessoas e fazê-las acreditar que, neste caso, o aborto é a solução mais perfeita e mais razoável, mais humana e mais sensata. Não surpreendentemente, o Jornal do Commercio aproveitou a reportagem já citada para fazer uma enquete sobre o aborto – em cuja vitória ele certamente confia – e divulgar um especial sobre o assassinato de crianças. “Uma mulher morre a cada três minutos no mundo por aborto inseguro; são 35  a 50 milhões de interrupções por ano; no Brasil, são mais de um milhão de abortos, entre espontâneos e provocados; (…) o aborto é a quarta causa de mortalidade materna no País”. Que primor de jornalismo sério e de imparcialidade!

Contra o blá-blá-blá, contudo, existe um pai, aqui em Pernambuco, que tem uma filha grávida, correndo risco com a gravidez, criança de nove anos de idade, violentada; mesmo com tudo isso, este pai é contra o aborto. Provavelmente nenhum dos abortistas que encontramos tagarelando por aí jamais passou por uma situação nem mesmo próxima dessa! No entanto, é o homem que sofre na pele tudo isso que tem a coragem de se dizer contrário ao assassinato de bebês. Que belíssimo exemplo! Rezemos por este pai, e rezemos pelas três crianças pernambucanas que estão no centro desta polêmica toda: a mãe e os dois gêmeos. Que Deus Se compadeça de nós, e que a Virgem de Guadalupe, padroeira das Américas e protetora dos nascituros, seja em favor das três.

Rezemos pelo Papa!

Bento XVI pede que rezem por ele. Não é a primeira nem a segunda vez que isso acontece; tem sido uma constante no seu pontificado. É preciso, sim, rezar pelo Papa; o templo de Deus está repleto de vendilhões, que o Vigário de Cristo esforça-se – além de suas forças – para expulsar. É preciso rezar pelo Papa, porque os inimigos da Igreja fizeram morada n’Ela, e d’Ela não arredam pé, e A estão parasitando e impedindo de resplandecer diante do mundo com o fulgor que Lhe é particular. É preciso rezar pelo Papa, porque os lobos estão trabalhando de pastores e as ovelhas estão perdidas, entregues à sanha assassina daqueles que não têm amor a Deus nem às almas e não conduzem os fiéis a não ser pelos caminhos largos que levam ao Inferno. Oremus pro Pontifice Nostro Benedicto – é um herói, que combate sozinho, que leva a sério a fidelidade a Nosso Senhor característica do ministério petrino, que se consome pela glória de Deus e exaltação da Santa Madre Igreja.

Duas notícias que circularam nos últimos dias revelam isso de maneira clara. Uma delas, da BBC reproduzida aqui na mídia tupiniquim pela Folha de São Paulo, traz uma análise do pontificado de Bento XVI feito por “especialistas” que acusam o Papa de “liderar a Igreja de forma autoritária”. Não foi ouvido um único católico fiel à Igreja; não foram publicadas senão palavras amargas e o ressentimento mal-disfarçado pelo fato do Vigário de Cristo ser fiel ao seu ministério. Os rótulos e os chavões abundam: o Papa é “recluso” e governa “de forma autoritária”, é “centralizador” e “pouco democrático”, “absolutista” e “solitário”; que honra para o Doce Cristo na Terra ser assim considerado pelos inimigos da Igreja! Sim, porque não são católicos – obviamente – estes demônios que trabalham para a desmoralização e a humilhação pública de Bento XVI, para que a sua imagem seja desgastada diante da opinião pública, para que um espantalho odioso seja apresentado ao mundo no lugar do Sucessor de Pedro.

E o Hans Küng – tinha que ser ele, ele precisava estar entre os especialistas consultados pela BBC! – ainda abriu a boca para dizer que “[a] Igreja corre o risco de se tornar uma seita”. Isso mesmo: a Igreja Indefectível, Esposa de Nosso Senhor, corre o risco de se tornar uma seita!! O que raios o sr. Küng entende por isso? “Seita”, como cisão da doutrina oficial? Pretende acaso o sr. Küng ser o detentor da “religião oficial”, da qual o Santo Padre estaria se afastando e, assim, criando a “seita” à qual o teólogo suíço se refere? Que primor de teologia. Que maravilha de parecer de especialista. E que cúmulo de cara-de-pau: vem o Küng dizer que a Igreja não pode continuar “sem padres nem vocações”. Oras, quem não tem vocações é a caricatura de Igreja proposta por Küng et caterva! A Igreja verdadeira, a Igreja de Nosso Senhor, esta tem, sim, vocações, sempre, porque o Senhor da Messe não abandona a obra de Suas mãos. Esvaziar os seminários e, depois, reclamar de que os seminários estão vazios é um expediente particularmente cínico destes sequazes de Satanás. Mas a realidade é bem diferente da obra de destruição perpetrada por eles: Nosso Senhor nunca deixa de suscitar sacerdotes do Deus Altíssimo para a Sua Igreja.

A segunda notícia à qual me referia diz que o Papa recuou da nomeação de um padre “conservador” (ou “ultraconservador”, dependendo da ênfase que o veículo de difamação queira dar ao rótulo e do efeito que almeje obter com isso) – o pe. Gerhard Maria Wagner – para bispo auxiliar da Áustria. A notícia de Reuters diz que “[é] inusitado na Igreja que o papa seja forçado a revogar a nomeação de um bispo”; e eu vou mais além. Não é só “inusitado”, é um completo absurdo. Afinal de contas, quem é que manda na Igreja? Perdeu-se completamente a noção de hierarquia? Se o Papa não puder governar a Igreja como melhor lhe aprouver, onde raios fica a suprema autoridade de governo do Sumo Pontífice?

Temos, na verdade, um sério problema com o clero católico, e cuja única solução me parece ser a médio/longo prazo: por meio da substituição dos maus padres e bispos por bons padres e bispos. O Papa vem fazendo isso; no entanto, é triste que tal processo precise acontecer a “passos de tartaruga”, devido à pressão exercida pelos inimigos internos da Igreja que, diante de qualquer atitude do Santo Padre que eles julguem mais “ousada”, começam a estrebuchar de ódio e a fazer birra, a bater o pé e fazer escândalo. Rezemos pelo Papa – que Deus lhe conceda muitos anos de vida, e muita força para fazer o que precisa ser feito! Com relação ao pe. Wagner, é verdade que o Papa o dispensou; contudo, como notou o Fratres in Unum, dispensá-lo da Diocese de Linz não significa tê-lo dispensado do episcopado. Ah, seria realmente muito bom se o Papa trouxesse-o à Cúria Romana; seria uma excelente resposta aos inimigos da Igreja que estão provavelmente jubilosos com a vitória momentânea por eles alcançada…

Ainda as Indulgências

Aqui, faço eco àquilo que o Marcio Antonio já disse há quase um mês no “Eles não sabem o que escrevem”. Não me detenho muito em analisar o porquê das reportagens sobre as indulgências estarem erradas; o Marcio já fez isso. Há, no entanto, outra raça de gente que tem bem menos direito de errar sobre o assunto do que a mídia secular: são os hereges do Centro Apologético Cristão de Pesquisas que escreveram um artigo sobre o assunto.

Logo o subtítulo já revela a seriedade do “estudo”: Indulgência agora é gratuita. Voltou com João Paulo II e, sob Bento XVI, cresceu para varrer pecados do mundo. Três erros em uma única linha! Primeiro, indulgências sempre foram gratuitas; segundo, elas não “voltaram” com João Paulo II (porque sempre existiram); terceiro, as indulgências apagam as penas temporais dos pecados já perdoados, no máximo “varrendo”, portanto, as penas, e não os pecados em si. Eis um exemplo verdadeiramente invejável de como conseguir falsear uma notícia maximizando o número de erros por frase escrita! Tem coisas que só o CACP faz por você…

Aliás, eu tenho a impressão de que este site se baseia na mídia secular para escrever os seus artigos, porque não é possível uma tão grotesca coincidência: em certo ponto, o artigo aqui comentado diz que [o] Concílio Vaticano II (1962-1965) a aposentara [a indulgência] com a missa em latim e a dieta de carne às sextas-feiras. Permito-me citar o Marcio:

Como a missa em latim e as sextas-feiras sem carne, a indulgência foi uma das tradições separadas da prática da maioria católica nos anos 60 pelo Concílio Vaticano 2º

Não, não adianta você ir aos documentos do Vaticano II. Lá você não encontrará nada sobre acabar com a missa em latim, a abstinência das sextas-feiras (ela ainda existe, sabiam?) e as indulgências. Acho que deve haver uma regra nas redações. Se o jornalista não sabe por que algo mudou no mundo católico, coloca a culpa no Vaticano II. Hoje as casulas góticas são mais usadas? “Deve ter sido coisa do Vaticano II”, pensa o repórter. Temos padres cantores? “Humm, acho que foram incentivados pelo Concílio”, dirá ele.

Não, o Marcio não está comentando o artigo do CACP, e sim o do NYT reproduzido pela Folha. Não acredito que um erro tão absurdo quanto o acima exposto possa ter surgido, simultânea, idêntica e independentemente, em duas cabeças distintas; portanto, a única explicação plausível para o fenômeno é que os consultores teológicos do CACP são os jornais leigos como o New York Times! É uma verdadeira piada; com fontes dessas, como é que o site tem a cara de pau de pretender oferecer “apologética” na internet?!

É muita cretinice; os “apologetas” hereges do CACP manifestamente não fazem a mínima idéia daquilo sobre o que estão falando e, mesmo assim, têm a pachorra de apresentar, julgar e condenar uma doutrina cujo conteúdo lhes escapa completamente. Um mínimo de honestidade intelectual é exigido de quem pretende comentar idéias alheias; caso contrário, pode-se falar em fraude, pode-se falar em engodo, pode-se falar em empulhação, pode-se falar em mentira, pode-se falar em safadeza, pode-se falar em engano, pode-se falar em desonestidade, pode-se falar em qualquer coisa, mas – por razões óbvias – não se pode, de modo algum, falar em apologética.

Pílula anticoncepcional e câncer

Apenas registrando: Médicos são contra pílula anticoncepcional antes dos 18. Boa notícia: finalmente alguém ousou romper a aura de santidade que envolvia a pílula – virtual materialização da revolução sexual – e levantar a hipótese de que este veneno pode fazer mal à saúde das mulheres. Queira Deus que estes estudos não estejam fadados ao descaso ou ao esquecimento!

“Até alguns anos atrás não víamos problemas no uso de anticoncepcional. Mas trabalhos internacionais e serviços especializados começaram a relatar evidências de que a pílula poderia potencializar o câncer de mama”, afirma Basségio. “Preconizamos que as menores de 18 anos evitem usar o produto”, completa. Em sua tese de doutorado, Basségio atestou que triplicaram os casos de neoplasia de mama em mulheres antes dos 40 anos. Em 2003, elas representavam 5,3% dos casos, taxa que saltou para 16,8% em 2007.

Nota sobre Confissões Comunitárias

[Agradeço ao Fratres in Unum, onde encontrei o documento – que pode ser encontrado também no site da Diocese de Garanhuns – de Sua Excelência Reverendíssima Dom Fernando Guimarães, Bispo de Garanhuns (a cuja posse, aliás, estive presente no ano passado), proibindo a celebração das “confissões comunitárias” durante a Quaresma em sua diocese. Reproduzo-o com muita alegria aqui; os negritos são do original.

A questão reveste-se de particular importância porque é muito comum encontrar confissões comunitárias sendo celebradas fora das condições prescritas pelo Código de Direito Canônico e, faltando estas, a confissão celebrada é inválida e não apenas ilícita. O Sacramento da Confissão é um Sacramento que exige jurisdição da Igreja para que seja válido (não apenas para que seja lícito) e ninguém tem jurisdição – nem os bispos têm potestade para concedê-la – para dar uma absolvição comunitária válida fora das condições que a Igreja prescreve para tanto. Portanto – e isso precisa ser dito com clareza -, as confissões comunitárias que são indevidamente celebradas não são verdadeiros sacramentos, não conferem a Graça, não perdoam os pecados.]

NOTA SOBRE CONFISSÕES COMUNITÁRIAS

Aos Sacerdotes e Fiéis da Diocese de Garanhuns,

Saudações em Cristo Jesus.

No início da Quaresma, tempo de preparação espiritual para a Páscoa do Senhor, especialmente dedicado à penitência e à confissão de nossos pecados, desejo apresentar a todos as seguintes reflexões.

  1. A forma habitual da celebração do Sacramento da Reconciliação ou da Confissão, segundo as normas da Igreja, é a confissão sacramental, com acusação individual dos próprios pecados, seguida pela absolvição concedida pelo Sacerdote a cada pessoa que se confessa (cf. cânon 960). A absolvição coletiva só pode ser concedida, excepcionalmente, quando se realizam simultaneamente todas as condições previstas pelas normas canônicas, competindo ao Bispo julgar quando tal situação se configura (cf. cânon 961, §§ 1-2).
  2. Tanto o Servo de Deus Papa João Paulo II, como o atual Sumo Pontífice Bento XVI, têm insistido repetidas vezes acerca da importância da confissão individual na vida cristã, pedindo que se restabeleça a legítima norma litúrgica, onde se introduziram abusos.
  3. No uso das minhas atribuições episcopais, após considerar com atenção todas as circunstâncias e reconhecendo não existirem entre nós as condições previstas pelo Código de Direito Canônico, proíbo definitiva e peremptoriamente a celebração das assim chamadas “confissões comunitárias” no território da Diocese de Garanhuns.
  4. As Paróquias, segundo a disponibilidade dos Sacerdotes, estabeleçam horários fixos de atendimento de confissões, podendo as mesmas ser precedidas por uma preparação comunitária, à qual, porém, devem seguir necessariamente a confissão e a absolvição individuais.
  5. Nos tempos fortes do Ano Litúrgico (Advento e Quaresma), bem como nas proximidades das grandes festas, o Setor Pastoral organize os “mutirões” de confissão, concentrando os Padres da redondeza cada dia em uma Paróquia para atendimento das confissões, as quais podem seguir a modalidade indicada no número anterior.
  6. Os Párocos aproveitem o período da Quaresma para explicar bem aos fiéis a doutrina católica acerca do Sacramento da Confissão, de maneira que ele possa ser vivido de maneira sempre mais proveitosa.

Esta Nota seja lida em todas as Santas Missas dominicais dos dias 26 e 27 de Fevereiro próximo, Primeiro Domingo da Quaresma, e as disposições nelas contidas têm efeito imediato.

Garanhuns, na sede da Cúria Diocesana, aos 26 de Fevereiro de 2009

X Fernando Guimarães

Bispo Diocesano de Garanhuns

Padre flagrado celebrando a Missa corretamente

[Esta eu vi no ORKUT e é divertidíssima; seria cômico, se não fosse trágico. Às vezes, uma dose de bom humor é necessária a fim de chamar a atenção para algum problema que, quando caricaturizado, nota-se com mais facilidade. A nossa situação litúrgica é tão triste e estamos tão acostumados com ela que, muitas vezes, nem percebemos a dimensão do estrago; esforcemo-nos por oferecer uma sólida e verdadeira catequese litúrgica, porque eu também estou convencido de que da restauração da Liturgia depende a salvação do mundo.]

Padre é flagrado celebrando a Missa da forma certa

Um padre católico, fiel ao seu ministério, foi flagrado celebrando a Missa conforme as Instruções promulgadas pelo Papa Paulo VI. O Padre celebrou a Missa, a qual ele chamava de Santa, sem impor nenhuma novidade ou idéia própria que podesse tornar a Missa mais atrativa.

A Missa foi celebrada na posição Ad Orientem, ou seja, o Padre, em certos momentos da Celebração Liturgica, fica voltado ao oriente. Além desta posição, que nunca fora abolida pela Igreja, o Sacerdote ainda arriscou a desagradar seus fiéis fazendo a maior parte das orações da Santa Missa em latim, que segundo ele é a lingua oficial da Igreja Católica e deve ser mantida e merece ser mais conhecida pelo povo católico.

Na Homilia, o antigo sermão, o Padre ainda convidou os fiéis a se manterem fiéis a Igreja e a Cristo, em tempos em que negam as virudes cristãs, os Católicos precisariam ser um sinal de contradição, num mundo tão volatil pela falta de valores, de verdade, de fé e de esperança.

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Claro que esta notícia ai em cima não saiu em jornal nenhum… é só para ver que basta ser um mau sacerdote [nota: originalmente, que basta se rum la sacerdote] que a midia está lá, firme e forte para divulgar o ordenado rebelar-se contra aquilo que ele mesmo propos seguir e zelar. Padre deputado defende camisinha, Padre vai ao terreiro de macumba, Padre diz que vai casar e vai continuar celebrando missa, etc…

Sabemos que não é maioria, mas a minoria barulhenta que pensa que consegue que irá nos fazer desanimar. Sabemos que a grande maioria é fiel a sua vocação e por eles e pelos não obedientes também que devemos orar… os fiéis para terem forças de enfrentarem todos os obstáculos colocados pela modernidade frente a sua missão sacerdotal e pelos desobedientes que se convertam, que reconheçam a sua verdadeira dignidade frente a Deus e ao seu povo.

Assassinato em curso

A garota de nove anos que foi estuprada pelo padrasto e está grávida de gêmeos terá a qualquer momento – ou já teve – os seus filhos assassinados. O Diário de Pernambuco diz que ela continua internada esperando o aborto; o Jornal do Commercio, idem. A Folha de Pernambuco dá informações mais detalhadas: diz que a menina – que é de Alagoinha – “vai ter que interromper a gravidez de gêmeos”, que tomará medicamentos e, depois, submeter-se-á a uma curetagem.

Rezemos pelas três crianças: a que foi violentada e as que serão assassinadas. Rezemos, para que as pessoas não achem normal responder a violência com mais violência e, a estupros, reagir com assassinatos. Rezemos, para que Deus tenha misericórdia de nós todos, e Nossa Senhora livre o Brasil da maldição do aborto.

Entrevista blasfema com Marcelo Barros

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=E9c25fk-x2E]

O vídeo acima mostra uma entrevista do monge Marcelo Barros no programa do Jô; não sei a data. O escândalo maior não é o monge “disfarçado” de leigo, nem as loas que são feitas a Dom Hélder, nem a confissão de Dom Barros – “o Dom Hélder já entrou num processo de Igreja que ele queria transformar, e ele trabalhou nisso com todo o amor, a profecia é isso, você fica dentro, você não sai, apesar de ser incômodo” -, nem as besteiras sobre as almas dos animais, nem nada disso. O que realmente me chocou foi a blasfêmia da “história da prostituta que procurou Dom Hélder”.

É importante deixar logo bem claro, logo desde o início, que Marcelo Barros não é fonte fidedigna para nada; é um princípio filosófico elementar que, quem pode o mais, pode o menos, e um monge que é capaz de esculachar com a Igreja obviamente é também capaz de esculachar com a memória de um bispo. Assim sendo, atenho-me muito mais à história contada do que às personagens (supostamente) nela envolvidas.

Qual a história? Em linhas gerais, uma prostituta – uma senhora – havia feito uma promessa pra Jesus (!) segundo a qual, toda Sexta-Feira Santa (!!), “em homenagem a Jesus” (!!!), ela ia até um presídio e oferecia os seus serviços gratuitamente ao “preso mais abandonado” que encontrasse (!!!!). Procurando aconselhamento com o Arcebispo, este ter-lhe-ia dito: “vá em paz, Jesus está muito contente com você” (!!!!!).

Não consigo imaginar qual o interesse que alguém pode ter em propagar uma história blasfema dessas. Se ela for verdadeira, errou e errou muito feio o Sucessor dos Apóstolos que, ao invés de dar bons conselhos à senhora que (provavelmente por uma moção da Graça de Deus) o procurou, mentiu e, blasfemando desgraçadamente, chamou o mal de bem, as trevas de luz, o amargo de doce (cf. Is 5, 20), dando apoio ao sacrilégio e aconselhando a prostituta a permanecer na sua má vida.

Se tal coisa realmente aconteceu, merece orações em desagravo, e não elogios na televisão. Se tal história é verídica, merece que choremos pelos nossos pecados e peçamos a Deus misericórdia; e não que a aplaudamos. É triste ouvir o Jô dizer que esta é uma história “das mais cristãs” que ele já ouviu; o amargo continua sendo chamado de doce, e a blasfema inversão de valores contida na história se propaga a cada vez que ela é contada como se fosse um santo exemplo a ser admirado. Que Deus tenha misericórdia de nós todos.