Curtas

Inquérito apura aborto por engano de gêmeo saudável na Austrália. “Médicos disseram à mãe dos gêmeos que um de seus bebês tinha um problema cardíaco congênito que requereria várias cirurgias durante sua vida, caso ele sobrevivesse. A mãe escolheu por abortar o feto de 32 semanas, mas, na última terça-feira, os funcionários do Royal Women’s Hospital realizaram o procedimento, por meio de injeção, no bebê sadio”.

Não é a primeira vez que temos notícia de algo assim. Em 2007 aconteceu o mesmo na Itália; o bebê tinha síndrome de Down. A sua irmã foi assassinada “por engano” e, quando a mãe soube, pediu para que matassem também a sobrevivente. Casos assim chocam a nossa sensibilidade: mas quantos outros não morrem a cada dia sem que ninguém perceba ou lhes dê atenção?

Que Nossa Senhora de Guadalupe tenha misericórdia das crianças assassinadas no ventre de suas mães. Que alcance de nós o perdão de Deus; que sustente a Sua ira, porque estes crimes são terríveis demais.

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Caríssima GRNOPC1, da Dra. Lenise Garcia. Uma carta escrita… a uma célula-tronco. Melhor dizendo, a uma célula-tronco embrionária recentemente descartada pela Geron. Excerto:

Sabe, não é nesse mesmo sentido que a Geron te considera “caríssima”. O problema é que você e suas irmãs custaram uma nota preta, mas não estão dando o esperado retorno… financeiro. É por isso que a Geron está desistindo de vocês, porque descobriu que não serão tão lucrativas como os investidores estão exigindo.

Mas, como disse de início, você não deve se considerar uma fracassada. A sua vocação não era ser um remendo celular na coluna de outro indivíduo, mas ser você mesma, desenvolver as suas potencialidades, amar e ser amada.

Deixe para as células-tronco adultas a função de solucionar problemas de saúde. Talvez não sejam tão lucrativas, pois são retiradas de cada indivíduo, e portanto não se transformam em um produto comercial. Mas são muito mais eficientes para proporcionar curas.

A Dra. Lenise, a propósito, estará no programa “Escola da Fé” com o prof. Felipe Aquino no próximo dia 01 de dezembro, às 20h40. Não deixem de assistir.

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Estudante tem trabalho científico recusado por agradecer a Deus. Aconteceu aqui em Garanhuns; vejam o vídeo. A garota é aluna da Universidade Federal Rural de Garanhuns, e o agradecimento espantosamente estava… na parte de “agradecimentos” do trabalho! Era um simples “agradecemos a Deus”. O trabalho foi recusado.

A justificativa apresentada? “Agradecimentos devem ser relacionados à pesquisa e não a Deus”. O absurdo provocou indignação. Entre outros, o bispo de Garanhuns, Dom Fernando Guimarães, manifestou-se: “A recusa de um trabalho explicitamente porque o aluno introduz o trabalho com um agradecimento a Deus… isto me surpreende profundamente”.

Ao final, a Universidade acabou aceitando o trabalho. Mas a custa de quanto escândalo e quantos protestos? É ridículo. Isto não é mais preconceito religioso velado, é perseguição moral escancarada. E ainda se dizem “tolerantes”!

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Why I refuse to debate with William Lane Craig?, por Richard Dawkins em sua coluna do The Guardian. É incrível como o paladino da Descrença acha o Craig tão irrelevante que… dedica uma coluna inteira a falar mal dele! E é engraçado como ele não quer debater, mas aproveita o seu espaço no jornal britânico para criticar o Cristianismo sem a incômoda presença do seu debatedor. Se o Dawkins tem problemas com as alegações do Craig, que lhe vá falar diretamente, ora bolas. Ficar resmungando das coisas que o seu oponente escreve para os seus [de Dawkins!] próprios leitores fanáticos seria perfeitamente classificado como “fofoca” – se o autor de tais linhas fosse outro. Mas como é o Dawkins…

Enquanto isso, o Emerson continua mandando bem:

E ainda tem gente que leva esta cara a sério.

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São Jorge caiu do cavalo. Triste e verdadeira! Destaco:

Quem pagou foi o santo. Ao confiná-lo na igreja da Sé, confinavam a Igreja, começando a bani-la das ruas para afirmar que a rua era pública, mas não tanto, e que poder havia um só, o da lei. Santo homicida era tão criminoso quanto qualquer mortal que eventualmente tirasse a vida alheia, mesmo por acidente. Quando a catedral velha foi demolida para alargamento da Praça da Sé e construção da nova catedral, São Jorge, com outros belos objetos de arte sacra, foi removido para a Cúria, onde, nos anos 1950, o conheci, resignado em seu confinamento

Virgem Mãe Aparecida

Salve a Virgem Aparecida, Padroeira e Imperatriz do Brasil! Salve Aquela por meio da Qual a nossa Pátria recebe todas as graças. Salve Aquela que é Rainha do Brasil e a Quem – malgrado os esforços dos prosélitos irreligiosos – o país homenageia pública e oficialmente neste dia de hoje, a Ela consagrado.

Salve Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida! É a homenagem dos Seus Filhos. Que Ela digne-Se olhar para nós. Que Ela recorde-Se de falar, na presença de Deus, coisas boas a nosso favor – a despeito de nossos pecados. Que Ela nos consiga as graças das quais precisamos com tanta urgência. Que Ela rogue por nós.

Os novos bárbaros e os crucifixos

Não sei por qual motivo os símbolos religiosos nas repartições públicas voltaram à pauta do dia. A recente sanha “isenta” e “tolerante” do Sakamoto exige que eles sejam lançados às fogueiras, denunciando um atraso de 120 anos e aludindo ao dogma da irreligião moderna para reivindicar o exílio imediato dos crucifixos dos prédios públicos.

Eu não sei se o pior é o non sequitur argumentativo (como bem apontou um amigo, algo que pertence às raízes históricas de um povo e não fere a dignidade humana deve, sim, ser preservado) ou a hipocrisia de fazer exatamente aquilo que critica (afinal, o que é a retirada de crucifixos senão exatamente «[a]s decisões de Estado serem tomadas por meia dúzia de iluminados»?!). Em todo caso, o artigo todo é pura fanfarronice vazia, que não traz um único dado novo ao debate: limita-se a i) pontificar os próprios dogmas; ii) insinuar que manter um crucifixo em um tribunal é a mesma coisa que escravizar um negro; iii) tomar partido justamente pelas paredes atéias vazias que meia dúzia de gatos-pingados pretensamente iluminados querem impôr à população brasileira majoritariamente católica; e iv) pretender ensinar o Padre-Nosso ao vigário (ou, no caso, exegese bíblica à Igreja Católica). E mais nada.

Eu creio já ter dito algures: no dia em que os ateus conseguirem construir alguma civilização que preste, eles que ostentem por lá as suas paredes vazias, suas estradas de concreto e suas bolas de golfe perdidas. Esta civilização aqui, contudo, foi construída pela Igreja Católica. Este país aqui é a Terra de Santa Cruz. Este mundo no qual vivemos é o que é graças ao Cristianismo; ou, nas iluminadas palavras recentes do Santo Padre, este mundo nasce «do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma». É simplesmente inaceitável entregar o mundo aos bárbaros da nova religião sem Deus; Dawkins et caterva que infartem, mas isto não tem o menor cabimento.

Aliás, é uma histeria anacrônica: os intolerantes já perderam. Em março deste ano, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos já emitiu um parecer favorável à exibição de crucifixos nas escolas italianas (ver também a intervenção favorável de um judeu numa audiência sobre o assunto). E ele fez isso porque a decisão anterior foi recebida assim: simplemente multiplicaram-se os crucifixos por todas as cidades italianas! Os únicos que se incomodam com os crucifixos nos prédios públicos são os prosélitos do ateísmo. Ora, quais são as decisões unilaterais tomadas por meia dúzia de iluminados aqui? São as que mantêm as cruzes nos lugares que lhes pertencem por direito, ou são as dos bárbaros que as querem mandar arrancar?

Com a queda do Império Romano e as posteriores invasões bárbaras, a Europa foi lançada nas trevas. E, então, a Igreja Católica conseguiu preservar a ordem e construir, dos escombros de Roma, a civilização ocidental. Novos bárbaros (de cujas idéias o Sakamoto et caterva são os arautos) se lançam novamente – em hordas avassaladoras – sobre o mundo e o querem destruir; os bárbaros modernos vestem-se e discursam bem, têm o apoio dos meios de comunicação em massa e pretensamente falam em nome da civilização e do progresso.

Na verdade, os bárbaros modernos são muito piores do que os primeiros, e nos fazem lembrar aquela passagem bíblica sobre o demônio que, uma vez expulso, volta com sete outros demônios ainda piores para devastar a casa de onde saiu (cf. Mt 12, 43ss). A batalha é, portanto, difícil; mas a vitória pertence ao Senhor dos Exércitos, e a civilização e o bom senso vencerão uma vez mais a barbárie e a intolerância. Temos certeza de que as portas do Inferno não prevalecerão. A Igreja vencerá – mais uma vez. Porque os cartuxos estão certos, e stat crux, não importa o quanto volvitur orbis.

Os dias em que Deus parecia existir

Poucas coisas me foram tão prazerosas nos últimos dias quanto a leitura deste texto [La fiesta y la cruzada] do Vargas Llosa sobre a Jornada Mundial da Juventude. Para os que tiverem dificuldades com o espanhol, há alguns trechos traduzidos aqui. Não se trata de qualquer articulista. É um Nobel de Literatura e um agnóstico confesso; no entanto, é capaz de escapar à mediocridade intelectual dos não-crentes e reconhecer a beleza do recente encontro católico na capital da Espanha. Ainda que sob uma ótica materialista e incrédula, consegue descortinar um pouco do transcendente.

Afinal, é capaz de reconhecer a beleza destes dias “em que Deus parecia existir e o catolicismo ser a religião única e verdadeira”! E eu, católico, cá de volta ao outro lado do mundo, só posso me alegrar com esta percepção do idoso incrédulo. E me regozijar com uma reconfortante sensação de dever cumprido: na JMJ, nós mostramos que Deus existe e que o Catolicismo é a única Religião verdadeira. E o fizemos de uma maneira tão bem-feita que até mesmo os incrédulos tremeram, e a sua anti-fé foi abalada.

Eu estive em Madrid, e das coisas que fala o Vargas Llosa posso dar testemunho. Definitivamente, nós não éramos turistas levianos em férias de verão; como comentei em outro lugar, nós teríamos coisas muito mais interessantes para fazer se o fôssemos. Enfrentar as intempéries da natureza e as limitações da condição humana – o sol, a chuva, a sede, o calor, o frio, o desconforto, as multidões, o cansaço, et cetera – não é propriamente o que se pode chamar de uma tentadora programação de férias. Mas nós o fizemos – e, como reconhece o articulista agnóstico, “sem acidentes nem maiores problemas”. Nós o fizemos com um sorriso na face, e com um sincero amor a Deus e à Igreja no coração.

Delegação recifense em Madrid! Humberto Carneiro, Claudemir Júnior e Jorge Ferraz

Sorriso na face e amor à Igreja no coração! A alegria e a Fé. A felicidade e a luta. A festa e a cruzada. O Vargas Llosa entendeu perfeitamente aquilo que nós fomos fazer em Madrid. Eu nunca me esqueço do final do “Ortodoxia” do Chesterton, onde o britânico confessa achar que houve alguma coisa que o Deus Altíssimo meio que “escondeu” do mundo quando por aqui esteve, alguma coisa que era grande demais para que Ele mostrasse aos homens. E, na opinião de Chesterton, esta coisa era a Sua alegria. A alegria, que é a pequena publicidade do pagão e o gigantesco segredo do cristão! A alegria cristã revelada em Madrid nos sorrisos dos peregrinos. Na festa que o articulista peruano percebeu.

Não se trata de uma alegria vazia ou superficial – de forma alguma! Trata-se de um contentamento interior que não se abala com as adversidades, de um júbilo que não foge à luta. Não é meramente uma festa, é também uma cruzada. Como eu tive a chance de dizer a Zenit, nós fomos a Madrid para dar «um grande testemunho público de fé diante de uma Europa laicista». Para fazê-lo, era sem dúvidas necessário juntar muitas centenas de milhares de pessoas (de todos os países do globo) ao redor de um homem de branco. Vivemos em uma era em que uma imagem vale mais do que mil palavras; e o quadro pintado em Madrid com cores jovens dos cinco continentes é sem dúvidas mais eloqüente do que quaisquer artigos religiosos que se poderiam escrever. Ter estado na última Jornada Mundial da Juventude foi mais profícuo do que qualquer outra coisa que eu poderia ter ficado fazendo no Brasil.

E o nosso recado foi passado e foi entendido. A Fé não pode ser confinada às esferas do subjetivo e do privado. Ao contrário, a Fé é uma força motriz necessária à construção e à manutenção de qualquer sociedade que se possa pretender minimamente civilizada. A citação das seguintes linhas do La fiesta y la cruzada é um pouco longa, mas eu provavelmente não conseguiria escrever melhor:

Durante muito tempo se acreditou que, com o avanço do conhecimento e da cultura democrática, a religião – esta forma elevada de superstição – iria se desfazendo, e que a ciência e a cultura a substituiriam de longe. Agora sabemos que esta era outra superstição, que a realidade fez em pedaços. E sabemos, também, que aquela função atribuída à cultura pelos livre-pensadores do século XIX (com tanta generosidade quanto ingenuidade), esta é incapaz de cumpri-la, sobretudo agora. […] A cultura não pôde substituir a religião e nem poderá fazê-lo, salvo para pequenas minorias marginais ao grande público. A maioria dos seres humanos somente encontra aquelas respostas (ou, pelo menos, a sensação de que existe uma ordem superior da qual toma parte e que dá sentido e sossego à sua existência) através de uma transcendência que nem a filosofia, nem a literatura, nem a ciência conseguiram justificar racionalmente. E por mais que tantos brilhantíssimos intelectuais tratem de nos convencer que o ateísmo é a única conseqüência lógica e racional do conhecimento e das experiências acumulados ao longo da história da civilização, a idéia da extinção definitiva [da religião] continua sendo intolerável para o ser humano comum e corrente, que continuará encontrando na fé aquela esperança de uma sobrevivência além da morte à qual nunca pôde renunciar. Enquanto não tome o poder político e este saiba preservar sua independência e neutralidade frente a ela, a religião não apenas é lícita como também indispensável em uma sociedade democrática.

Trata-se de um agnóstico rendendo-se à força do testemunho católico, ainda que para fins pragmáticos e com certos preconceitos errôneos quanto às relações entre Igreja e Estado – mas, de qualquer forma, já infinitamente melhor do que os discursos cheios de ódio que nós nos cansamos de encontrar por aí! Porque, até mesmo para o renomado escritor incrédulo, naqueles dias de alegria e de luta Deus parecia existir e a Igreja parecia ser a única Religião Verdadeira. E esta impressão – capaz de romper as barreiras do ceticismo – só foi possível graças à generosidade de milhões de católicos que contribuíram para a grande festa madrileña, para a monumental cruzada espanhola, para a extraordinária jornada católica da qual tomamos parte a fim de mostrar Deus a um mundo sem fé. E, naquela multidão de jovens unidos em uma mesma Fé em torno de um mesmo Chefe, até mesmo os incrédulos puderam vislumbrar a existência do Deus Altíssimo e da Única Igreja Verdadeira. Diante da JMJ, até mesmo os que não têm fé puderam experimentar um desejo – por fugaz que fosse! – de caminhar de mãos dadas com o Vigário de Cristo rumo ao Céu.

E os servos do Rei da Glória calaram os escravos do Príncipe das Trevas

Eu quero escrever bastante coisa sobre a recente Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, à qual tive a grande honra de estar presente [aliás, para quem ainda não viu, há um proto-relato meu publicado pelo Wagner Moura]. Tenho esbarrado na falta de tempo, nas pendências acumuladas, no sono bagunçado pelo fuso horário; contudo, quero aproveitar para fazer um rápido comentário sobre um aspecto do evento que, a despeito de ter (aparentemente) ocupado um grande espaço da mídia local, não tem a relevância que parece à primeira vista. Refiro-me aos protestos contra o Papa feitos pelos anti-clericais espanhóis.

A foto abaixo foi a capa do El Mundo da quinta-feira passada, 18 de agosto de 2011. Era o dia da chegada do Papa à Espanha. Na véspera, ocorrera em Puerta del Sol um embate entre militantes laicínicos e os jovens que voltavam da Plaza de Cibeles, onde estavam ocorrendo atividades da JMJ. Não estive presente a este momento glorioso. Um amigo o presenciou e disse que iria escrever um relato, que estou aguardando. Enquanto isso, quero falar do que eu ouvi e do que eu não vi, eu que lá estive durante estes dias incríveis.

A imagem é belíssima! Reparem no contraste entre a serenidade da jovem que beija o crucifixo e o ódio desesperado de Satanás que avança sobre ela, com a mão em riste à moda italiana. É a diferença entre os servos do Rei da Glória e os escravos do Príncipe das Trevas. Entre os que amam a Deus e os que O odeiam. Não tive a graça de participar deste momento sublime; mas enchi-me de alegria por esta peregrina anônima que, diante de uma horda de demônios, apenas beijou a Cruz de Cristo. Encontrei-me nela, e nesta atitude dela eu vi a atitude de todos os católicos – milhares, centenas de milhares, milhões – que estávamos em Madrid por estes dias, para dar testemunho público da Fé em Cristo. A despeito das perseguições e das incompreensões que porventura sofrêssemos.

Não era outra a razão pela qual nós ali estávamos. Queríamos nos dizer católicos, queríamos encontrar o Vigário de Cristo e queríamos ouvir as suas palavras para nós. Queríamos cerrar fileiras junto a ele, e mostrar a uma Europa descristianizada a vitalidade da Igreja de Cristo em Seus jovens – que somos não somente o futuro da Igreja, mas também o presente da Igreja. E a imponência deste Gigante impressionou os inimigos de Deus. As ruas e praças da cidade, as lojas e as estações de metrô tomadas por uma infinitude de católicos fizeram Madrid estremecer. Tremeram os inimigos de Cristo, que O julgavam já moribundo. Tremeram, quando viram as multidões acorrerem à capital da Espanha atendendo ao chamado do Doce Cristo na Terra.

Tremeram, e vacilaram, e não fizeram senão gestos tímidos e irrelevantes cuja única repercussão digna de nota foi a que lhes concedeu desproporcionalmente a mídia anti-católica. Como eu disse acima, eu quero falar também sobre o que eu não vi, e o fato é que eu não vi nada de manifestações atéias e laicínicas que merecessem o menor destaque. Eram sempre de uma tremenda insignificância. Não ousaram adentrar nos eventos da Jornada: limitaram-se a colar pequenos cartazes cretinos [havia uns dizendo que good catholics use condoms], que nós simplesmente arrancávamos. Limitaram-se a fazer pichações ínfimas, que nós as mais das vezes sequer víamos. Limitaram-se a ensaiar as referidas agressões em Puerta Del Sol, que foram rapidamente controladas pela polícia espanhola (ver também este vídeo aqui). Em suma, os (tíbios) desgostosos com a visita do Papa eram mentirosos, vândalos e baderneiros. Nada mais.

Em contrapartida, ao final da jornada, até a mídia laicista foi forçada a reconhecer os méritos da JMJ 2011. Vejam esta coletânea de artigos da imprensa espanhola rendendo-se a Bento XVI. Os mesmos órgãos de imprensa que reclamavam dos gastos públicos com a Jornada, que rasgavam as vestes exigindo a laicidade do Estado e que vaticinavam terríveis protestos contra a visita do Sumo Pontífice foram obrigados a reconhecer o grande êxito da JMJ. No final das contas, opondo um sereno beijo num crucifixo aos gritos histéricos dos inimigos da Igreja, os católicos calamos a mídia anti-clerical espanhola! Este é um feito que não pode ser subestimado. Esta é uma vitória que não pode ser menosprezada. Este é um evento que precisa ficar na história.

Jesus Christ in every book of the Bible

Esta eu vi no Contra o Aborto: um nada convencional ato litúrgico de adoração eucarística, quando um frade capuchinho – do nada – chegou no meio de uma praça em Preston (UK), pôs uma estola branca e elevou o Santíssimo que trouxera consigo, expondo-O ao povo que passava. Enquanto isso, uma outra pessoa recita um poema – Jesus Christ in every book of the Bible – e ao final de cada estrofe convida as pessoas a se ajoelharem diante d’Ele: come and kneel before Him now!

O texto (que pode ser encontrado no link acima, em inglês) é bonito: “o mundo não O pode entender, os exércitos não O podem derrotar. Os acadêmicos não O podem explicar e os líderes não O podem ignorar”. Aplausos do povo: “Ele é meu Redentor, Ele é meu Salvador, Ele é meu Deus, Ele é meu Sacerdote, Ele é minha alegria, Ele é meu conforto, Ele é meu Senhor e Ele guia minha vida”!

Às vezes eu penso que gestos assim fazem falta. Gestos públicos de adoração a Nosso Senhor. De catequese. De apologética. De convite à conversão e ao reconhecimento de que Deus é Deus, neste mundo secularizado onde vivemos. Gestos como os das primeiras ordens religiosas de frades pregadores, ou como os das santas missões que praticamente até ontem eram realizadas nas nossas cidades do interior. E, hoje em dia, estas coisas não são nem um pouco menos necessárias. É necessário ter a coragem de mostrar Cristo ao mundo!

Fé na esfera pública: remédio ao ateísmo das massas

Eu li bem en passant uma notícia de ZENIT hoje, onde o Papa diz que os católicos devem participar da vida pública. O conselho não é estranho a quem tem noções mínimas de catolicismo; mas, nos dias de hoje, talvez valha a pena falar um pouco sobre o assunto.

Hoje eu também vi em algum lugar (acho que numa chamada da “Folha de São Paulo” – não importa) a expressão “ateísmo de massas” empregada por (acho) um bispo. E o que existe de estranho no fenômeno é que, salvo grave engano da minha parte, nunca houve na história um “ateísmo de massas”. Como já tivemos a oportunidade de dizer outras vezes, o fenômeno religioso é inerente ao ser humano e, por isso, todos os povos e culturas sempre tiveram necessidade de externar, em alguma forma de culto, a sua admiração pelo transcendente e o seu reconhecimento a um ser superior. Se for verdade que, hoje em dia, as massas são atéias… cabe investigar um pouco quais poderiam ser as causas de tão inusitado fenômeno.

Há uma outra expressão que penso ser correlata a esta. Foi empregada por João Paulo II ao se referir à Europa. Trata-se de uma expressão extremamente dura mas nem por isso (infelizmente) menos verdadeira. Estou falando da expressão “apostasia silenciosa”.

Um “apóstata” é alguém que renega a Fé Católica uma vez que a tenha recebido. Como a religião em geral (e a Igreja em particular) é e sempre foi pública, visível, a apostasia sempre foi, também, pública. O fenômeno referido por João Paulo II consiste, assim, em uma maneira particularmente maliciosa de defecção da Fé: Ela é tratada com um desprezo tão grande que não merece sequer ser publicamente negada. Dá-se tão pouca importância a Deus que se passa, simplesmente, a viver como se Ele não existisse. Não se trata, assim, de uma apostasia consciente e deliberada, de uma negação na esfera da inteligência e da vontade: estamos falando de uma “apostasia prática”, daquela “tentativa – diz o Bem-Aventurado João Paulo II – de fazer prevalecer uma antropologia sem Deus e sem Cristo”.

Ora, estamos falando aqui precisamente do confinamento da religião à esfera privada, subjetiva, como se ela fosse algo que pouca ou nenhuma contribuição tem a dar à sociedade ou – pior ainda – que só pode ter nesta influências deletérias e nefastas. E isto – o que é mais espantoso – praticado por católicos! Somente com uma profunda perda de consciência da própria identidade religiosa é possível a um católico defender semelhante subjetivismo em matéria religiosa que é, ele próprio, um suicídio para a religião. Afinal, o que é subjetivo tem pouco ou nenhum valor para fora do sujeito. E, se a religião é subjetiva, não faz sentido sair pelo mundo inteiro anunciando o Evangelho a toda criatura, como disse Nosso Senhor.

O Evangelho não tem meramente valor subjetivo – ao contrário, as Escrituras nos ensinam que ele serve a toda criatura. E o que serve a todos não pode ser uma questão meramente privada, mas sim definitavemente pública. Aquilo pelo que toda criatura anseia não pode ser nunca algo de natureza particular, senão universal. Quem quer que acredite na autenticidade dos Evangelhos (e todos os católicos estão obrigados a fazê-lo) precisa acreditar neste caráter público, universal, da Sã Doutrina da Igreja. Não fazê-lo é trair a Igreja; é ser, pelo menos já em gérmen, apóstata.

E a apostasia silenciosa sem dúvidas começou com a perda da identidade católica. Com o confinamento da Fé à esfera particular, subjetiva. Com a (estúpida) idéia de se procurar entender o ser humano desvinculado de Deus e de Cristo e – pior ainda! – de construir sociedades em cima de tão frágeis alicerces. O resultado da apostasia silenciosa é, portanto, o “ateísmo de massas” do qual se falava acima.

Porque o homem tem necessidade de Deus e a Igreja de Cristo é a resposta aos anseios últimos de todos os homens; e se o sal perde o sabor, para nada mais há de servir senão para ser lançado fora e calcado aos pés dos homens. Se a religião católica é uma questão meramente privada, subjetiva, então ela não pode responder aos anseios universais de todos os homens. Se ela não é a resposta a estes anseios, então ela para nada serve e deve ser lançada fora. E, se é falsa a Igreja – a Igreja que é a Igreja, a Igreja que estabeleceu os alicerces morais sobre os quais foi construída a virtual totalidade do mundo que conhecemos, a Igreja que foi fundada por um Homem que morreu e ressuscitou, a Igreja que existe há dois mil anos enfrentando inimigos de dentro e de fora sem mudar uma vírgula do ensinamento do qual Ela afirma ser Guardiã, a Igreja da miríade de santos e de milagres no decurso dos séculos – se é falsa a Igreja, repetimos, então são falsas todas as religiões, pois nenhuma há que se Lhe equipare ainda que minimamente. Eis a gênese do ateísmo das massas! E eis porque, desde então, o catolicismo é calcado aos pés dos homens ímpios: se ele não servir à vida pública, então ele não serve para nada. Como o sal sem sabor.

O Santo Padre sabe perfeitamente disso, e é por isso que ele insiste na importância de que os católicos vivam a sua Fé publicamente. E, portanto, cabe a todos nós fazermos o que nos pede o Vigário de Cristo. Não podemos aceitar o confinamento da Fé à esfera privada, pois isto é o mesmo que esvaziar a Fé. Importa que testemunhemos publicamente a Cristo, que vivamos como cristãos, que lutemos contra os que zombam de Deus e da Sua Santa Igreja. Importa – como pediu o Papa – viver publicamente a Fé. Este é o único remédio à apostasia silenciosa e ao conseqüente ateísmo das massas. E somente assim estaremos correspondendo fielmente à nossa vocação cristã.

A atéia parede vazia

Os símbolos religiosos (nas repartições públicas inclusive) refletem a cultura de uma sociedade. E, queiram ou não queiram os ateus, não existe uma sociedade atéia natural. Nem nunca existiu, nem nunca é possível que exista, porque o elemento religioso é parte integrante da cultura humana.

O ateísmo é profundamente anti-natural, uma vez que o conhecimento de Deus pertence à natureza humana. Nas palavras de Santo Agostinho, “criastes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Vós”. Nas palavras de São Paulo, “as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras” (Rm 1, 20). E, nas palavras do Primeiro Concílio do Vaticano, a Igreja “crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas” (Vaticano I, Seção III, Cap. II).

É preciso um profundo ato de “fé” irracional para negar a existência de Deus e, deste modo, professar positivamente o ateísmo. Por isso, embora haja (e sempre tenha havido) ateus individuais, nunca foi possível haver uma civilização atéia. Aliás, “ateísmo” e “civilização” são termos contraditórios entre si, uma vez que uma civilização se constrói com base no reto conhecimento, e não na ignorância; sendo o ateísmo ignorância do Deus Verdadeiro, não pode subsistir enquanto elemento civilizatório. Vivemos (ainda) em tempos (relativamente) civilizados apesar do ateísmo, e jamais por causa dele.

Estranhamente, o ateísmo costuma padecer da mesma sanha proselitista cuja alegada presença, nas religiões, ele gosta de atacar. Por ser irracional, no entanto, o discurso ateu pretende impôr-se por meio da força e da agressão, e jamais pela razoabilidade dos argumentos. Exemplos não faltam. Basta olhar, p. ex., para o sr. Richard Dawkins: neste exemplo belíssimo de argumentação racional (seguido pelos estúpidos aplausos da plebe ignara), ou nesta (mais recente) fanfarronice estúpida do ano passado da qual até mesmo os ateus mais razoáveis devem se envergonhar. Como o ateísmo jamais terá poder de penetração real em todas as camadas da sociedade (ou sequer em uma parte considerável delas), resta-lhe a sanha doentia de fazer o maior estrago possível por meio da imposição, a toda a sociedade, das suas crenças absurdas.

Talvez um dos mais claros exemplos desta intolerância atéia seja a luta encarniçada, travada a ferro e a fogo, contra os símbolos religiosos nas repartições públicas daquilo que o ateu gosta de chamar de “estado laico”. Esquece-se, contudo, ou finge esquecer, que a laicidade se caracteriza precisamente pelo respeito a todos os credos, e não pela eliminação deles. Esquece-se, ou quer esquecer, que o ateísmo também pode, em certo sentido, ser encarado como uma religião – às avessas, mas ainda uma espécie de religião -, a qual não pode receber nenhum favorecimento estatal. Esquece-se, ou reza para esquecer (e para que as outras pessoas não percebam), que a parede vazia é também ela um símbolo de um credo: no caso de um anti-credo, do espaço que não pode ser ocupado por Deus, da crença que confina a religião à esfera privada, da intolerância que nega a Deus o direito à cidadania.

Ao contrário do que pretendem fazer acreditar os inimigos da religião, não há menos ideologia nas paredes vazias do que nos crucifixos pendurados. Em se tratando de algo tão inerente ao ser humano como o fenômeno religioso, não há neutralidade possível. A escolha necessariamente precisa ser entre a cultura tradicional de um povo e a irracional imposição dos descrentes. Ou o símbolo religioso, ou a parede atéia – e terceira opção não existe.

Deus nos tribunais europeus

Sexta-feira passada (18 de março, véspera do dia de São José) saiu o resultado do caso Lautsi. Por 15 votos contra 2, o Tribunal Europeu aprovou os crucifixos nas escolas públicas italianas. A Sala de Imprensa da Santa Sé saudou a decisão: “A nova sentença do Tribunal Europeu é bem-vinda também porque contribui efetivamente para restabelecer a confiança no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por parte de muitos europeus, convictos e cientes do papel determinante dos valores cristãos em sua própria história, mas também na construção da unidade europeia e na sua cultura de direito e liberdade”.

Fico sem dúvidas feliz com a notícia, porque os direitos de Deus foram reconhecidos por um tribunal – e mais ainda por um tribunal europeu, da triste Europa que vem, a cada dia, esquecendo-se de suas raízes cristãs e caindo, como disse o Papa João Paulo II certa vez, em uma “apostasia silenciosa”. Mas fico também triste e apreensivo, porque chegou-se ao terrível ponto de Deus ser colocado no banco dos réus, e da instância inferior – a justiça humana – ser chamada para julgar a instância superior, o Deus Altíssimo.

O problema é de princípios. Os direitos de Deus não são passíveis de serem conferidos (ou, pior ainda, negados) por tribunais humanos, é lógico. Os direitos de Deus são para serem reconhecidos e exercidos. A partir do próprio momento em que alguém cogita a possibilidade de montar um tribunal humano para decidir se um crucifixo pode ou não ser exibido… a loucura já está plenamente instaurada, e a doença é já gravíssima. Claro que ficamos felizes com o veredito do tribunal europeu. Mas nos entristecemos por ter sido necessário que as coisas chegassem a este ponto.

Porque os direitos de Deus não podem depender dos caprichos dos tribunais humanos, mutáveis e inconstantes. Hoje, a justiça dos homens confere às escolas italianas o direito de ostentar crucifixos. Mas quem garante que amanhã isso continuará assim? Quem garante que, amanhã, não será um dos muitos inimigos de Deus a julgar a causa do Onipotente? E será que podemos simplesmente aceitar, sem mais, a mera possibilidade da iniqüidade assumir vestes de justiça?

Saudamos o bom senso do tribunal europeu, sem dúvidas! Mas negamos o princípio blasfemo de que Deus possa ser julgado pelos homens. Rejeitamos abertamente a pretensão absurda de que o menor tenha poderes sobre o Maior. E, enquanto o mundo enlouquece, nós fazemos questão de dizer, bem claro e bem alto, que Deus é Deus, fonte de toda autoridade, Juiz Supremo que a todos julga e que não é julgado por ninguém. Mesmo que, na insensatez moderna, pretendam levá-Lo a juízo. Nos Céus, o Altíssimo ri-Se deles.

O laicismo, empecilho ao bem comum

“Todas as criaturas devem louvar a Deus. Ora, o Estado é uma criatura; logo, o Estado deve louvar a Deus”. O silogismo já me foi apresentado algumas vezes, embora eu não saiba afirmar com certeza de quem é sua autoria. Independente desta, no entanto, é forçoso concordar com a clareza do raciocínio. A maior e a menor estão adequadamente dispostas e relacionadas e, portanto, a conclusão se impera. Sim, o Estado deve louvar a Deus.

De que maneira deve o Estado louvar a Deus? O Estado Confessional é a primeira forma de concretização deste dever que nos vem à mente. Eu próprio, no entanto, tenho dúvidas sobre se esta é a única forma de fazer com que o Estado louve ao Todo-Poderoso como deve louvar. Ora, imagino que esteja fora de discussão que, se o Estado é uma criatura, não o é da mesma maneira que o próprio homem é uma criatura. Os seres racionais – o homem, os anjos – louvam a Deus com a sua inteligência e a sua vontade. Os animais, vegetais e seres inanimados louvam a Deus cumprindo com aquilo que a Divina Providência estabeleceu que eles realizassem: as abelhas construindo colmeias, as aves, ninhos, as plantas crescendo e dando flores ou frutos, os astros movendo-se lentamente no céu. Em uma palavra: cada criatura louva a Deus fazendo aquilo que lhe é próprio, aquilo que compete à sua natureza.

E qual a natureza do Estado? Não sei se Santo Tomás de Aquino o fala expressamente. Sei, contudo, que o Aquinate fala sobre a lei humana e, retomando Santo Isidoro, sentencia: “A lei deve ser honesta, justa, possível segundo a natureza e os costumes do país, proporcional aos lugares e aos tempos, necessária, útil. Deve também ser clara, para que não haja enganos escondidos em sua obscuridade. Deve estar direcionada não para o proveito privado, e sim para a utilidade comum dos cidadãos” (Summa, I-IIae, q.95, a.3). Julgo oportuno ficarmos com estes conceitos, que são mais genéricos. O homem é um ser político por natureza, como dizia Aristóteles, mas isso não implica necessariamente na existência dos Estados no sentido que o termo possui hoje em dia. É necessário haver, sim, a comunidade política que possibilite a vida em sociedade. Mas não é necessário que esta comunidade política seja o Estado.

Ora, se o objetivo da comunidade política – das leis humanas – é, em resumo, ordenar a vida em sociedade tendo em vista o bem comum dos indivíduos, segue-se ser esta a natureza do Estado. Este, portanto, não precisa adoptar expressamente o Catolicismo Romano como Religião Oficial para que louve a Deus (o que não significa que ele não possa adoptá-lo, mas aí é outra discussão). Cumprindo o Estado com os seus objetivos e esforçando-se por atingir os fins para os quais existe, Deus está sendo louvado por meio dele.

Os objetivos do Estado, no entanto, estão intimamente relacionados ao bem dos seus cidadãos. E estes, ao contrário do Estado, são seres dotados de personalidade, de inteligência e de vontade e, portanto, precisam louvar a Deus com tudo o que possuem – o que, para eles, significa aderir visivelmente à Igreja fundada por Deus, a Católica Apostólica Romana. O Estado não tem, portanto, o direito de dificultar aos seus súditos o ingresso na Religião verdadeira e a sua prática ao longo da vida. Ao contrário: já que tem por obrigação servir ao bem comum objetivo e, para os homens, o bem é serem católicos, o Estado deve colaborar com a Igreja para facilitar-Lhe a missão evangelizadora. Sem isso, o Estado não está cumprindo com as suas atribuições.

O Laicismo é, portanto, um grande mal. Um mal que dificulta aos homens (quando não os priva completamente de) terem acesso às realidades sobrenaturais, que são parte integrante de sua natureza e conditio sine quae non para que se possa falar em “bem” para eles. E assim, portanto, o Laicismo é um atentado contra o próprio Estado, contra a sua própria razão de ser, na medida que o impede de prover integralmente o bem de seus súditos. Foi isso que o Papa falou na Espanha. É isso que o mundo precisa entender.